Cultura

Papa a acólitos em Fátima: ofereçam as mãos, os pensamentos e o tempo a Jesus





Por ocasião XXV Peregrinação Nacional dos Acólitos, no Santuário de Fátima, em Portugal, Francisco enviou uma mensagem que foi lida na missa de abertura do encontro, no último sábado (1). O Pontífice recordou os desafios de quem serve ao Altar e exortou os jovens a serem santos e originais: colocando “todo o entusiasmo da idade no encontro com Jesus escondido sob o véu eucarístico” e oferecendo-Lhe “as tuas mãos, os teus pensamentos e o teu tempo, Ele não deixará de te recompensar.”

Fonte: Andressa Collet - Vatican News

Uma mensagem do Papa Francisco por ocasião dos 25 anos de Peregrinação Nacional dos Acólitos, reunidos no Santuário de Fátima, em Portugal, foi lida no início da missa do último sábado (1). O local retomou a programação oficial com peregrinos em 15 de março, cumprindo com as regras sanitárias em vigor no país, como o uso de máscara em todos os espaços do santuário, frequente higienização das mãos e distanciamento físico entre as pessoas.

De fato, o número tradicional de 5 mil acólitos presentes precisou ser reduzido este ano para mil deles, paramentados, para conseguir manter os protocolos de segurança. Com o tema “Sê Santo, Sê Original” – expressão usada pelo Beato Carlo Acutis, o ponto alto da peregrinação deste ano foi a própria celebração eucarística com a participação do Papa através da mensagem. O texto, escrito em português, foi dirigido a dom José Manuel Garcia Cordeiro, presidente da Comissão Episcopal Portuguesa de Liturgia e Espiritualidade.

A profissão de fé dos acólitos

Na saudação, o Pontífice recordou a importância dos acólitos na missa, cada vez que se aproxima do Altar por poder “colaborar de perto” para o milagre da pequena partícula de pão que se torna Corpo de Cristo e o vinho do cálice que se torna Sangue de Cristo. “Os teus olhos não veem Jesus, mas o coração e os lábios adoram-No”, escreveu o Papa na mensagem, ao acrescentar:

“Hás de comportar-te como convém no serviço das coisas santas. A tua atitude interior e exterior esteja de acordo com o que fazes, sobretudo quando te encontras junto do altar, quando fazes o sinal da cruz, quando te ajoelhas, quando estás sentado ou quando participas na oração e nos cânticos em comum. Animado de respeito e recolhimento interior, o teu serviço de acólito tomar-se-á uma profissão de fé para a comunidade. Para isso, põe todo o entusiasmo da tua idade no encontro com Jesus escondido sob o véu eucarístico. Oferece a Jesus as tuas mãos, os teus pensamentos e o teu tempo, e Ele não deixará de te recompensar.”

“Sê santo”, mas “sê original”

O Papa, então, trouxe o exemplo dos Santos que encontraram na Eucaristia “o alimento para o caminho de perfeição, senão mesmo da vida corporal”, como o Santo Cura d'Ars e a Beata Alexandrina de Balazar - 14 anos se alimentando apenas da Comunhão: “quantas vezes eles se comoveram até às lágrimas na experiência de tão grande mistério”, lembrou Francisco, vivendo “horas indescritíveis de alegria diante do Santíssimo Sacramento”. A primeira coisa que pede Jesus, assim, é ser santo; a segunda, afirmou o Pontífice, é ser original, como exorta o tema da peregrinação deste ano. O próprio Beato Carlo Acutis já observava que “todos nascem como originais, mas muitos morrem como fotocópias”.

Por isso, o Papa encorajou os acólitos a não copiar o modo de ser e de viver a santidade dos outros, através de um pensamento já compartilhado na sua Exortação Apostólica “Christus vivit”. São testemunhos que pode ser úteis para estimular e motivar, mas não para copiar:

“Tens de descobrir quem és e desenvolver o teu modo pessoal de seres santo, independentemente daquilo que digam e pensem os outros. Fazeres-te santo é tomar-te mais plenamente tu próprio, aquele que Deus quis sonhar e criar, não uma fotocópia. A tua vida deve ser um estímulo profético que sirva de inspiração para os outros, que deixe uma marca neste mundo, aquela marca única que só tu poderás deixar. (nº 162)”

Acólitos, sigam a esperança de Deus!

Por fim, o Pontífice também exortou a invocar São José, Guardião da Sagrada Família e Padroeiro da Igreja Universal, para “servir sempre dignamente o milagre da descida de Jesus à terra que diariamente se realiza nos Altares”.

“Por favor, querido acólito, não te deixes cair na mediocridade, que rebaixa e nos torna cinzentos. Mas a vida não é cinzenta, a vida deve apostar em grandes ideais. Não sigas pessoas negativas, mas continua a irradiar à tua volta a luz e a esperança que vêm de Deus! Como sabes, esta esperança não desilude; nunca desilude! Com Deus, nada se perde, mas sem Ele tudo está perdido. Não tenhas medo, pois, de lançar-te nos braços do Pai do Céu, e confiar n'Ele, que providenciará fazer de ti o santo original que Ele quer.”