Polícia

AP está entre os estados em que facções disputam poder, aponta pesquisa





 

"A chegada do PCC no mercado de drogas de outros estados produziu enorme instabilidade dentro e fora dos presídios, promovendo alianças e rivalidades violentas, tendo um reflexo no aumento das taxas de homicídios, como ocorreu principalmente nos estados do Norte e Nordeste", afirmaram os pesquisadores.

 

Nesta semana, foi apresentado o Mapa das Facções no Brasil, durante o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, que aconteceu em Brasília. O documento foi produzido por Camila Nunes e Paulo Manso, pesquisadores do Núcleo de Estudos da Violência da Universidade de São Paulo (NEV/SP). Segundo o estudo, o Amapá é um dos 9 estados brasileiros em que o Primeiro Comando da Capital (PCC) e o Comando Vermelho (CV) disputam a hegemonia em relação às rotas do tráfico de drogas e aos presídios.

Acre, Rondônia, Roraima, Pará, Tocantins, Rio Grande do Norte, Alagoas e Ceará são as demais Unidades da Federação em que registrou-se conflitos entre o PCC e filiais do Comando Vermelho. De acordo com o 12º Anuário Brasileiro de Segurança Pública, 7 dos 9 estados com essas características apresentaram, ainda, as maiores taxas de mortes violentas em 2017.

A publicação mostrou que São Paulo, Mato Grosso do Sul, Piauí e Sergipe são dominados pelo PCC. Autoridades estimam que, nos últimos 4 anos, esta facção “batizou” cerca de 3 mil membros em cidades paulistas e mais de 15 mil no restante do país.

O Comando Vermelho, por sua vez, possui hegemonia no Distrito Federal e no Mato Grosso. Além disso, existem conflitos de facções regionais nos seguintes estados: Paraíba, Paraná, Amazonas, Bahia, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Santa Catarina e Minas Gerais.

"A chegada do PCC no mercado de drogas de outros estados produziu enorme instabilidade dentro e fora dos presídios, promovendo alianças e rivalidades violentas, tendo um reflexo no aumento das taxas de homicídios, como ocorreu principalmente nos estados do Norte e Nordeste", afirmaram os pesquisadores.

"A porta giratória da prisão, girando freneticamente, foi tecendo essa rede e conectando esses indivíduos entre si, produzindo vínculos, identificações, alianças. Mas, também, competição, rupturas, conflitos, violência e mortes", continuaram.

"Hoje o sistema penitenciário brasileiro, que já é o terceiro maior do mundo, está sob o controle das facções e grupos criminosos", disse Raul Jungmann, ministro da Segurança Pública, à Agência Brasil. Em julho, ele afirmou que uma Comissão Nacional de Inteligência e Operações contra o crime organizado está em processo de criação. 

 Redação