Cotidiano

Candidata a deputada federal é suspeita de usar projeto social para captar votos





 

Operação da PF apreendeu documentos de um projeto social onde a candidata Patrícia Ferraz oferecia tratamento odontológico à pessoas carentes. Investigações analisam se a ação tinha como objetivo comprar votos.

Redação

Nesta quarta-feira (26), a Polícia Federal (PF) cumpriu três mandados de busca e apreensão em Macapá. A ação teve como objetivo investigar um projeto social coordenado pela candidata ao cargo de deputada Federal no Estado do Amapá, Patrícia Ferraz, onde realizava atendimentos odontológicos gratuitos. A ação indica possível captação ilícita de votos.

Segundo as investigações policiais, os funcionários do projeto social cadastravam os pacientes pelo número do Título de Eleitor, Zona e Seção eleitorais. Além disso, foi detectado que houve um grande aumento de atendimentos odontológicos gratuitos nos últimos meses, coincidindo com o período de campanha eleitoral.

Em nota, a candidata Patrícia Ferraz informou que o projeto social não estava em funcionamento justamente por conta do período eleitoral. Segundo ela, a ação denominada “Projeto Dentista Sem Fronteira” existe desde 2015 e que não há cadastros com informações de eleitores.

“O Projeto Dentista sem Fronteira é um projeto social, sem cunho eleitoral, criado em 2015, que conta com a atuação de mais de 250 voluntários que levam amor, carinho e atenção à população carente. Nunca houve cadastro com informações de títulos eleitorais de pessoas beneficiadas com o projeto. Além disso, Dentista sem Fronteira foi suspenso em respeito à lei eleitoral”, escreveu.

A candidata finalizou a nota informando que está “tranquila” em relação às investigações e frisou que o “corpo jurídico está adotando, se necessário, as medidas cabíveis”.

Os investigados, se condenados, poderão cumprir até quatro anos de reclusão e pagamento de cinco a quinze dias-multa. A PF informou que não haverá coletiva sobre o caso. O nome do candidato é mantido em sigilo, assim como o local onde funcionava o projeto.

Também nesta semana, a Justiça Eleitoral determinou que a deputada estadual Edna Auzier (PSD) e o pastor evangélico Ronaldo Azevedo Júnior deixem de realizar atos de campanha em organizações religiosas, sob pena de multa de R$ 20 mil.

Na ação, o MP Eleitoral sustentou que, no dia 17 de setembro, o pastor utilizou as dependências da organização religiosa para proferir palavras de apoio e defender a candidatura de Edna Auzier. O órgão apurou que Ronaldo Azevedo Júnior é assessor parlamentar de Edna Auzier, remunerado mensalmente com o valor de R$ 1,8 mil, desde fevereiro do ano passado. A informação foi extraída do site da Transparência da Assembleia Legislativa do Amapá.