Cotidiano

Operação Arauto: quadrilha que fraudava licitação no Amapá é desarticulada





 

Na ação, constatou-se que um mototaxista foi usado como “laranja” para concorrer a uma licitação no valor aproximado de R$ 20 milhões.

Redação

Nesta quinta-feira (27), a Polícia Federal (PF) realizou 7 mandados de Prisão Temporária e 14 mandados de Busca e Apreensão, além do sequestro de bens e valores, nas cidades de Macapá (AP), Belém (PA), Porto Velho (RO), São Paulo (SP) e Curitiba (PR). As ações fazem parte da Operação Arauto e contaram com o apoio da Controladoria Geral da União (CGU).

No Amapá, a operação tinha o objetivo de desarticular uma quadrilha que fraudava licitação de consultoria no Estado. Segundo a PF, duas empresas de consultoria concorriam a uma licitação no valor aproximado de R$ 20 milhões. O objeto da investigação contava com aporte de recursos do Programa de Apoio ao Investimento dos Estados e Distrito Federal (Proinveste) e do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

No ato da abertura das propostas da licitação, verificou-se que o representante de uma das empresas concorrentes era um mototaxista, que teria recebido R$ 50 para entregar a proposta, sem participar do certame. Constatou-se a atuação de lobista junto ao BNDES, cuja função principal era obter recursos para o Amapá. Ele atuava em conluio com empresários e agentes públicos na contratação fraudulenta de empresa de consultoria com a finalidade de desviar parte dos recursos.

De acordo com a PF, cerca de R$ 2 milhões foram desviados em favor da atuação do lobista. A investigação também apontou o pagamento de vantagens indevidas ao fiscal do contrato. 

Durante a ação, Juliano Del Castilho foi conduzido para prestar esclarecimentos na sede da Polícia Federal. Ele exerceu a função de Secretário de Planejamento, Orçamento e Tesouro do Governo do Estado do Amapá (GEA), entre 2011 e 2014.

Em nota, a defesa de Juliano Del Castilho informou que ele estava na residência de seu pai quando foi conduzido à sede da Polícia Federal para prestar esclarecimento.

Segundo a defesa, agentes da PF estavam à procura de carros de luxo e dinheiro, realizando apenas apreensão de documentos na residência de Juliano. Na ocasião, ele entregou documentação comprovando que não era o gestor à época do contrato investigado.

Na Operação Arauto, os investigados responderão, na medida de suas responsabilidades, pelos crimes de associação criminosa, fraude em licitação, corrupção passiva e peculato. Em caso de condenação, as penas somadas podem chegar a 31 anos reclusão.