Esporte

Martine Grael e Kahena Kunze conquistam bicampeonato olímpico em Tóquio





As brasileiras Martine Grael e Kahena Kunze conquistaram novamente o ouro olímpico na classe 49er FX nesta terça (3) na Baía de Enoshima, no Japão. Com uma atuação muito segura na medal race, a regata decisiva, elas ficaram na terceira posição, o suficiente para que conquistassem o ouro pela segunda vez em suas carreiras.

Ainda em alto mar, as brasileiras comemoraram muito e pareciam não acreditar no feito. "Ainda não caiu a ficha. Difícil de acreditar", disse Kahena.

Martine destacou a campanha de recuperação ao longo das regatas. "Semana difícil, difícil de velejar. Fizemos um campeonato de recuperação", comentou. "No primeiro dia, aconteceram coisas que deixaram a medalha de ouro muito longe. Ficamos inseguras, mas conseguimos dar a volta por cima", completou Kahena. As brasileiras terminaram o primeiro dia na 15ª colocação geral.

A medalha de prata ficou com as alemãs Tina Lutz e Susann Beucke, e a medalha de bronze, com as holandesas Annemiek Bekkering e Annette Duetz

A medalha é mais uma coroação para as velejadoras brasileiras, que se conhecem desde criança e foram rivais na classe Optimist, considerada a classe de iniciação da vela. A dupla brasileira foi, em 2016, a primeira campeã olímpica da classe 49erFX, um dos barcos mais difíceis de velejar do programa olímpico. Agora, repetem o feito em Tóquio.

A conquista precisou ser retardada em um dia porque na véspera não houve vento adequado na marina de Enoshima, o que levou ao adiamento de todas as regatas. Ao conversar com a imprensa após o adiamento, Kahena Kunze afirmou que esperava que o vento mudasse no dia seguinte.

A regata final foi realizada com vento de 8 nós (cerca de 15km/h), e as brasileiras conseguiram ficar à frente dos barcos alemão e holandês, que disputavam com elas as primeiras posições. Ao fim da prova, Martine e Kahena comemoram muito a vitória e foram aplaudidas pela equipe brasileira, que assistiu à prova da Marina.

Além de formarem uma parceria bem-sucedida dentro do barco, as velejadoras se dão bem também fora dele. Elas costumam viajar juntas e praticam outros esportes, como surfe e ciclismo.

Ambas são herdeiras de famílias tradicionais da vela. Martine é filha de Torben Grael (cinco medalhas olímpicas), hoje chefe da equipe brasileira no Japão, além de sobrinha de Lars (duas medalhas). Kahena é filha de Cláudio Kunze, campeão mundial juvenil nos anos 80.

A REGATA

A largada das brasileiras foi bem forte e logo brigaram pela ponta. Na primeira das quatro marcações, elas chegaram brigando pela liderança com as argentinas e estavam à frente das holandesas, as principais adversárias.

Indo para segunda perna da regata, as brasileiras perderam contato com a embarcação argentina, mas seguiam no pelotão da frente na flotilha. Na segunda marcação, continuaram no top 3, mas a tranquilidade foi maior porque as holandesas e alemãs, principais rivais, ficaram bem para trás.

Na terceira marcação, as argentinas e norueguesas dispararam na frente e seguiram brigando pela vitória. Martine e Kahena seguiram em terceiro, sem sustos, mantendo o resultado que lhes dava a medalha de ouro. Na última perna da regata, as posições se mantiveram e as brasileiras conquistaram novamente o ouro olímpico.

Durante todo o percurso, Martine e Kahena estiveram tranquilamente à frente das adversárias, seguindo as argentinas Victoria Travassio e Maria Sol Braz,que lideraram de ponta a ponta e ganharam a medal race, seguidas pelas norueguesas Marie Roenningen e Helene Naess. As brasileiras fecharam o top 3 da prova. As holandesas Annemiek Bekkering e Annette Duetz terminaram na nona colocação, e Susann Beucke e Tina Luz, alemãs, ficaram em quinto.

Fonte: UOL