Esporte

Bia Ferreira fica com a prata no peso leve do boxe nas Olimpíadas de Tóquio





Beatriz Ferreira, a Bia, levou a medalha de prata na disputa do peso leve (57 a 60kg) do boxe feminino nas Olimpíadas de Tóquio. A brasileira fez uma luta muito dura, mas foi derrotada pela irlandesa Kellie Anne Harrington por decisão dos juízes (5:0) nesta madrugada de domingo (8).

Este foi o primeiro confronto entre as lutadoras. Quando Harrington foi campeã mundial em 2018, Bia caiu cedo e parou nas oitavas de final. Em 2019, foi a vez de Bia conquistar o Mundial, mas Harrington estava lesionada e não participou do torneio. Apesar de não ter levado o ouro, a prata de Bia já foi suficiente para o Brasil bater seu recorde de medalhas em Jogos Olímpicos. Ao todo, serão 21 pódios (já contando com o vôlei feminino) em Tóquio, duas a mais que em 2016, no Rio de Janeiro.

A luta

No primeiro round, Bia foi mais contundente e conseguiu acertar mais golpes na adversária, ganhando a preferência de três dos cinco árbitros. No segundo round, o combate seguiu bastante estudado, mas os juízes consideraram que a irlandesa foi melhor. Nos últimos três minutos da luta, Bia voltou ainda mais agressiva para vencer o round e, consequentemente, a luta. Mas a brasileira também foi alvo de novos golpes da irlandesa e acabou derrotada na visão de todos os árbitros. No fim, Harrington levou a melhor por decisão unânime dos árbitros (5 a 0).

"Desculpa, pai. Desculpa, Brasil", disse a brasileira, após saber que ficou com a prata.

Aos 28 anos, Bia é treinada pelo pai, Raimundo Oliveira Ferreira, conhecido também como "Sergipe", e que também foi lutador. Campeã mundial em 2019, a brasileira chegou a Tóquio como favorita para ganhar o ouro. Antes de chegar à decisão, ela estreou vencendo Shih-Yi Wu (5 a 0), de Taiwan. Nas quartas, superou Raykhona Kodirova, do Uzbequistão, também por 5 a 0. Por fim, na semifinal, eliminou a finlandesa Mira Marjut Johanna Potkonen, novamente por 5 a 0.

Sparring no Rio

Além da medalha de prata de hoje, Bia Ferreira também deu sua contribuição para outra conquista do boxe olímpico brasileiro. Há cinco anos, do Rio, ela era "sparring" de Adriana Araújo, que ficou com a medalha de bronze nas Olimpíadas de 2016.

Nos esportes de luta, o "sparring" é um atleta da mesma categoria que entra em combate com os lutadores principais durante os treinos. Um bom "sparring" costuma conhecer muito bem o lutador e pode contribuir bastante com sua preparação.

Um ano depois de ajudar Adriana no Rio, Bia foi promovida a titular da seleção brasileira e começou a traçar sua trajetória como atleta de ponta. Além de ter sido campeã mundial das pesos-leve, Bia chegou a Tóquio como primeira colocada no ranking mundial de boxe amador. Em suas próprias palavras, virou "o alvo" das adversárias no Japão.

"Eu não me prendo nisso, até esqueço que sou o alvo. Eles [os treinadores] que me lembram. Os treinadores mandam eu usar isso ao meu favor, mas eu subo no ringue e pode ser quem for. Está contra mim, eu vou pra cima", afirmou a baiana de Salvador, mas que mora em Juiz de Fora, Minas Gerais.

Fonte: UOL