Política

MP pede condenação de deputadas por compra de votos





 

O Ministério Público Eleitoral (MP Eleitoral) entrou com duas ações contra as deputadas eleitas Aline Gurgel (PRB) e Aldilene Souza (PPL). A medida, ajuizada na terça-feira (11), pede a condenação das parlamentares por abuso de poder econômico. De acordo com o órgão, elas ofereceram, por meio de intermediários, vantagens a eleitores em troca de votos. A vantagem teria ocorrido durante o pleito deste ano, onde ambas foram eleitas.

Na última semana, uma operação deflagrada pela Polícia Federal (PF) apreendeu documentos e materiais nas residências das deputadas. Conversas e áudios analisados pela Polícia Federal demostram a utilização de dinheiro, além de itens como botijão de gás e medicamentos para a compra dos votos, informou o MP.

Segundo as investigações, Aline Gurgel obteve votos mediante a entrega de dinheiro efetuado por seus cabos eleitorais Willian Lobato e Alcelina Lobato. O marido da deputada, Hildegard Gurgel, também fazia parte do esquema, dividindo as responsabilidades das ações feitas pelos cabos eleitorais, afirmou o MP Eleitoral.

Além disso, as investigações apontam que os cabos eleitorais contrataram motos e carros para transportar os eleitores no dia da votação. Esta prática é considerada crime eleitoral.

Em uma das conversas com Aline Gurgel, o cabo eleitoral enfatiza os esforços feitos para eleger a deputada. “Conseguimos cinco táxis e três mototaxis aqui mais dois carros de apoio (…) tudo para senhora ser a deputada mais votada tá! Pode confiar no nosso trabalho que jamais vamos deixar de as pessoas levar pra votar por causa de carro tá. Tamo na luta aqui.” (sic)

Além de Aline Gurgel, os cabos eleitorais trabalhavam também para Aldilene Souza. Através de fotos e conversas de áudios gravados no celular de Willian, a PF constatou que foram feitas doações de botijões de gás, entrega de legumes e verduras, além da marcação de consultas e exames com a finalidade de obter votos para a candidata. Segundo as investigações, todas as ações eram supervisionadas por Pedro Procópio da Silva Júnior.

Em áudios, o cabo eleitoral enfatiza que entregou dezenas de botijão de gás e que os votos estão garantidos. “Foi muito botijão entregue, foi 60 botijão entregue (…) todo mundo alegre (…) isso vai ajudar no nosso trabalho... Muito voto!” (sic)

Acusação

Além das candidatas, os cabos eleitorais e o marido de Aline Gurgel respondem pelos crimes. Caso sejam condenados, a pena prevista é a inelegibilidade por oito anos, além da cassação do registro ou diploma do candidato diretamente beneficiado.