Saúde

Queiroga anuncia 3ª dose da vacina contra Covid para 15 de setembro





Ministério também reduzirá o intervalo entre a primeira e a segunda dose de 12 para 8 semanas

ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, anunciou que a terceira dose da vacinacontra o coronavírus começará a ser aplicada em idosos e em imunossuprimidos a partir do dia 15 de setembro.

Todos os imunossuprimidos (pessoas transplantadas, por exemplo) que já tomaram a segunda dose da vacina há 21 dias poderão receber o reforço a partir da segunda quinzena de setembro.

No caso dos idosos, eles devem ter tomado a segunda dose há mais de seis meses. A imunização extra contemplará pessoas de mais de 70 anos. Os primeiros a receber as doses serão os maiores de 80 anos.

A vacina usada para a dose de reforço será a da Pfizer.

"Nos reunimos ontem com a Opas [Organização Pan-Americana de Saúde] e com o comitê técnico que assessora a imunização e tomamos a decisão", afirmou ele à coluna.

A data foi escolhida porque, até lá, toda a população acima de 18 anos no Brasil já terá sido imunizada com ao menos uma dose.

Uma outra novidade: a partir do mesmo dia 15, começará a redução do intervalo entre as vacinas da Pfizer e da AstraZeneca, de 12 para 8 semanas, como acontece no Reino Unido.

Queiroga diz que a decisão foi tomada diante da possibilidade de disseminação da variante delta do coronavírus no Brasil.

Estudos já mostram que a primeira dose das vacinas, no caso da delta, têm eficácia reduzida e não conseguem evitar boa parte das infecções.

Já com duas doses a proteção é maior.

Antecipando a aplicação da segunda dose, portanto, o Brasil poderia frear as contaminações, mantendo a curva de queda no número de óbitos e de casos verificada até agora.

A decisão sobre aplicação de dose de reforço na totalidade da população só será tomada depois da conclusão de um estudo que o Ministério da Saúde está fazendo em parceria com a Universidade de Oxford e com o apoio da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e do Instituto D’Or de Pesquisa e Ensino.

Ele deve ser finalizado em outubro.

necessidade de doses de reforço de vacinas contra o coronavírus vem sendo discutida em âmbito mundial.

Estudos mostram que a proteção das vacinas cai com o tempo, e pelo menos 14 países já decidiram aplicar a dose de reforço dos imunizantes.

O governo dos EUA anunciou na semana passada que começará a aplicar uma terceira dose da vacina contra a Covid a partir de 20 de setembro. Israel está distribuindo a terceira dose para maiores de 50 anos desde julho, enquanto o Chile começou a aplicar neste mês uma dose extra da vacina AstraZeneca nos idosos que já receberam as duas doses da Coronavac. E o Uruguai aprovou uma dose de reforço do imunizante da Pfizer para aqueles que já receberam duas injeções da Coronavac.

A medida é polêmica, já que a maioria da população mundial ainda não recebeu sequer a primeira dose. A OMS (Organização Mundial de Saúde) defende que a terceira dose só seja aplicada depois que a cobertura vacinal se ampliar no mundo todo.​

A maioria das nações da África não vacinou nem 5% da população com a primeira dose. O Haiti, no Caribe, só iniciou a campanha de vacinação contra o coronavírus no mês passado.

No Brasil, o Ministério da Saúde já vinha sendo pressionado e alertado para a necessidade de uma dose de reforço. A circulação da variante delta do coronavírus, mais contagiosa, chamou a atenção de especialistas, que já veem sinais preocupantes na taxa de ocupação de UTIs e na faixa etária dos hospitalizados.

Em entrevista à Folha nesta semana, o infectologista e pesquisador da FiocruzJulio Croda afirmou que a terceira dose em idosos "é para ontem".

Ele disse que o aumento das internações de pessoas acima de 80 anos tornava imperativo a dose de reforço, junto com os profissionais de saúde.

Fonte: Folha

Brasil pode combinar vacinas diferentes se faltar doses da AstraZeneca, diz Queiroga

Ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, admitiu que a pasta pode recomendar uma combinação de vacinas diferentes em caso de escassez - Mateus Bonomi/AGIF/Estadão Conteúdo

Ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, admitiu que a pasta pode recomendar uma combinação de vacinas diferentes em caso de escassez Imagem: Mateus Bonomi/AGIF/Estadão Conteúdo

O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, disse nesta quarta-feira ter a expectativa de envio pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) de doses suficientes para garantir a segunda dose de todas as pessoas imunizadas com a vacina da AstraZeneca mesmo após a redução do intervalo entre as doses, mas admitiu que a pasta pode recomendar uma combinação de vacinas diferentes em caso de escassez.

O ministério anunciou mais cedo que, a partir de setembro, antecipará o intervalo entre a primeira e a segunda doses das vacinas da Pfizer e da AstraZeneca das 12 semanas atuais para 8 semanas, com o objetivo de acelerar o processo de imunização completa dos brasileiros.

Segundo Queiroga, que participou de evento online organizado pela XP Investimentos, a previsão da pasta é de que não faltará doses da vacina da AstraZeneca mesmo com a redução do intervalo, mas, em caso de atraso na produção pela Fiocruz, a pasta pode tanto retornar ao intervalo de 12 semanas como também implementar a chamada intercambialidade, aplicando uma segunda dose com imunizante da Pfizer em quem foi vacinado inicialmente com a AstraZeneca.

Queiroga lembrou ainda que mais de 8 milhões de brasileiros não retornaram para tomar a segunda dose de vacinas contra a Covid-19, o que reduz a eficácia do programa de imunização.

Segundo dados do Ministério da Saúde, até a terça-feira 123,9 milhões de pessoas haviam recebido ao menos uma dose da vacina contra Covid-19 —ou cerca de 59% da população— enquanto 55,7 milhões estavam com esquema vacinal completo —equivalente a cerca de 26,5% da população total do país.

Secretária: 3ª dose será feita 'preferencialmente' com vacina da Pfizer

A secretária Extraordinária de Enfrentamento à Covid-19 do Ministério da Saúde, Rosana Leite, explicou hoje, em entrevista ao UOL News, que a aplicação da terceira dose da vacina contra covid-19 será "preferencialmente" com o imunizante da Pfizer, mas também poderá ser feita com outra vacina de vetor viral, como da Janssen e da AstraZeneca.

"Como o coronavírus tem nos ensinado, são os trabalhos que têm mostrado, tem se mostrado que a efetividade não que nós não possamos usar a CoronaVac, sabemos que tem um país que está utilizando [como terceira dose], mas como essa população já tem a sua imunossenescência, seu sistema imunológico já tem uma certa deficiência, então, os estudos mostram que é melhor usar o esquema ou com a Pfizer ou com uma [vacina] de vetor viral", esclareceu ela.

O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, anunciou a aplicação da terceira dose da vacina contra a covid-19 a partir do dia 15 de setembro em idosos com mais de 70 anos e imunossuprimidos.

Ela explicou que a terceira dose será aplicada independentemente da marca do imunizante que as pessoas pertencentes a esse grupo tenham tomado anteriormente.

A partir do dia 15 de setembro, serão enviadas aos estados as doses de reforço para os imunossuprimidos — pessoas com câncer ou transplantados, por exemplo — que tenham tomado a segunda dose há pelo menos 28 dias e de idosos com mais de 70 anos que tenham tomado a segunda há pelo menos seis meses.

A aplicação nos idosos seguirá ordem cronológica, do mais velho para o novo.A secretária disse que o país tem doses de vacina suficientes para aplicação da terceira dose.

Rosana esclareceu que a pasta aguarda estudos para definir sobre a aplicação da terceira dose em outros grupos.

OMS: 3ª dose é "tecnicamente e moralmente errada"

Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da OMS (Organização Mundial da Saúde), em coletiva de imprensa Imagem: Pavlo Gonchar/SOPA Images/LightRocket via Getty Images

A OMS criticou a decisão de governos de iniciar uma campanha de vacinação com uma terceira dose do imunizante contra a covid-19, alertando que a iniciativa vai deixar os países pobres com uma escassez ainda mais aguda de doses e que não existem dados ainda sobre segurança e eficácia.

Soumya Swaminathan, cientista-chefe da OMS, insistiu nesta quarta-feira em coletiva de imprensa em Genebra que a recusa da agência em propor uma terceira dose está baseada na ciência. Mas aponta que o argumento é também moral. "A prioridade deve ser salvar vidas. Não deveríamos ter 10 mil pessoas morrendo por dia", disse.

"Em termos de saúde, há um consenso de que os dados não são conclusivos (sobre a eficácia de uma terceira dose)", insistiu.

Ela admite que os mais velhos deverão necessitar de alguma proteção em algum ponto no futuro. "Mas não estamos no momento de recomendar doses extras", disse. "Não temos um abastecimento sem limites. Portanto, as vacinas precisam ir para médicos e idosos, que estão perdendo suas vidas", defendeu.

Um dos aspectos alertados pela OMS é a questão de segurança da vacina extra. "O que ocorre com uma terceira dose?", questionou Soumya. "Existem ainda perguntas que precisam ser respondidas", disse.

Tedros Ghebreyesus, diretor-geral da OMS, também insistiu que não existem dados conclusivos nem sobre a segurança da 3ª dose e nem sobre os benefícios. Ele alertou que tal iniciativa seria um "problema moral", já que deixaria milhões de pessoas pelo mundo sem doses. "É tecnicamente e moralmente errado", disse.

Tedros admite o mundo não irá sair da crise sanitária rapidamente e que uma ação precisa ocorrer para proteger quem ainda não tomou nenhuma vacina. "É como dar mais um salva-vidas para quem já tem um salva-vidas, enquanto deixamos aqueles que não tem proteção sem proteção", alertou.

Enquanto grande parte da população não for vacinada, ele ainda aponta para o risco do surgimento de novas variantes. "Estamos dando oportunidade para que o vírus circule e isso é bom para o vírus", disse. Segundo ele, uma nova variante pode ser mais poderosa que a mutação delta e até evadir as vacinas atuais.

No total, a agência estima que países ricos e emergentes vão consumir mais 1 bilhão de doses para garantir essa vacina extra.

A OMS havia solicitado que governos evitassem iniciar a vacinação com a terceira a dose, pelo menos até setembro, para que os países pobres pudessem avançar na proteção da população mais vulnerável. Hoje, os países africanos contam com apenas 2% de seus habitantes imunizados. Mas França, Alemanha, EUA, Israel e outros ignoraram o apelo da OMS. No Brasil, tanto o governo federal como o estado de São Paulo apontaram na mesma direção.

A OMS espera que, até o final de setembro, a meta de vacinar 10% de cada um dos país seja atingido. Para dezembro, a meta é a de chegar a 40% de proteção. Depois, portanto, a OMS reconhece que poderia ser considerada ideias de doses extras.

Kate O'Brian, representante técnica da OMS, insiste que a prioridade ainda deve ser evitar as variantes. "Elas são geradas em pessoas sem vacinas", disse. Segundo ela, as vacinas estão "resistindo" e mantendo sua proteção. "Com um abastecimento limitado, a questão é o que fazer com as vacinas", disse.

Números em queda no Brasil e casos estabilizados no mundo

Nos últimos dados divulgados pela OMS, o Brasil aparece em queda no número de novos casos por semana e na taxa de mortes. Ainda assim, o país é um dos cinco maiores do mundo em termos de contaminações e um dos maiores em óbitos.

O maior número de novos casos foi registrado uma vez mais nos EUA, com um aumento de 15% em comparação à semana anterior e 1 milhão de registros. O segundo lugar é hoje ocupado pelo Irã, com 251 mil casos, seguido pela Índia, com 231 mil, e 219 mil para o Reino Unido. O Brasil apenas vem na quinta posição, com 209 mil casos em uma semana, uma queda de 1%.

Em termos de mortes, o Brasil continua tendo a segunda maior taxa das Américas, com 5,6 mil casos por semana, uma queda de 7% em comparação aos números da semana anterior. Pela primeira vez em meses, a situação americana voltou a superar a crise sanitária brasileira, com 6,7 mil óbitos e um aumento de 58% em comparação às taxas dos sete dias anteriores.

No mundo, a OMS aponta que a pandemia atingiu uma estabilização, mas em uma taxa extremamente elevada. Foram mais de 4,5 milhões de novos casos em uma semana e 68 mil mortos.

Fonte: UOL