Política

Precisa Medicamentos e motoboy da VTCLog estão na mira da CPI nesta semana





Na terça-feira (31), o depoimento a ser colhido é de Ivanildo Gonçalves da Silva, um motoboy que teria feito saques milionários para a empresa VTCLog, responsável por parte da logística no Ministério da Saúde. Os saques, que segundo o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) teriam somado R$ 4,74 milhões na boca do caixa, surpreenderam os senadores. Por se tratar de uma pessoa humilde, os parlamentares pediram que a Polícia Federal promova sua proteção.

“Apesar de ser apenas um motoboy, ele é responsável por nada menos do que 5% de toda movimentação atípica feita pela VTClog, empresa que se tornou alvo de uma das principais linhas de investigação dos senadores que apuram irregularidades nos recursos públicos destinados na pandemia”, justificou o senador autor do requerimento de convocação, Randolfe Rodrigues (Rede-AP)

A quarta-feira (1º) aguarda o depoimento de Marcos Tolentino, que seria uma espécie de sócio oculto do FIB Bank, empresa que teria se oferecido para garantir a operação de compra das vacinas da Covaxin. Apesar de agir como uma espécie de seguradora, o FIB Bank não tem permissão do Banco Central para agir como tal, não comprovou a propriedade de ativos que pudessem lastrear uma operação deste porte, e mesmo um de seus sócios já estaria inclusive morto, por covid-19.

Marcos Tolentino foi várias vezes citado no depoimento do presidente do FIB Bank na última quarta-feira (25). Durante a oitiva, os senadores apresentaram evidências da ligação do advogado amigo do deputado Ricardo Barros (PP-PR), e da empresa FIB Bank. “O telefone informado como sendo da FIB Bank Garantia de Fianças Fidejussórias S.A. também seria o do escritório Benetti & Associados – Gestão Tributária e Empresarial, que tem Marcos Tolentino da Silva como membro do conselho do escritório”, disse o senador Rogério Carvalho (PT-SE). 

Na quinta-feira (2), a comissão tentará novamente ouvir Francisco de Araújo Filho, ex-secretário de saúde do Distrito Federal. Há meses o depoimento de Francisco é adiado, por razões diversas, tal como uma viagem a Manaus que recentemente impediu sua aparição. O fato da CPI insistir em seu nome indica que a sua participação pode elucidar o modo de trabalho da Precisa Medicamentos com o setor público.

Fonte: Congresso em Foco