Política

CPI pede condução coercitiva de Marconny Faria





A CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Covid no Senado pediu condução coercitiva do advogado da Precisa Medicamentos, Marconny Faria, indicado como lobista da empresa. A decisão foi tomada depois que ele faltou ao seu depoimento no colegiado, marcado para  esta 5ª feira (2.set.2021) às 9h30.

A comissão também pediu a apreensão do passaporte e que ele seja proibido de deixar a região em que mora. Durante a sessão, o presidente da CPI da Covid, Omar Aziz (PSD-AM), afirmou que haveria informações de que o lobista tinha planos de deixar o país.

Ainda na manhã desta 5ª feira (2.set), os senadores pediram a condução sob vara de Marconny. A Polícia Legislativa da Casa estava à procura do advogado para que ele fosse levado à depor.

A CPI está em sessão secreta para avaliar os documentos referentes ao caso que estão sob sigilo. O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) afirmou mais cedo que se ele não for encontrado nesta 5ª feira (2.set.2021) irá pedir a prisão preventiva dele.

Na 4ª feira (1º set), Marconny conseguiu um habeas corpus para permanecer em silêncio na CPI. A decisão foi da ministra Carmém Lúcia, do o STF (Supremo Tribunal Federal), e indicava que ele precisaria comparecer para depoimento, mas não seria obrigado a se incriminar. O lobista havia pedido para não comparecer.

Nesta 5ª feira (2.set), Marconny entrou com um pedido de reconsideração. Seus advogados alegam que, como ele é investigado pela CPI, não deveria ser obrigado a comparecer ao depoimento em que teria sido convocado como testemunha.

A petição foi protocolada no STF às 9h40 e indicada como “urgente”. O depoimento estava marcado para 9h30. Eis a íntegra do pedido de reconsideração (275 KB).

Mensagens obtidas em investigação do MPF-PA (Ministério Público Federal do Pará), em posse da CPI, mostram que Faria encaminhou um passo a passo para fraudar uma disputa de dispensa de licitação do Ministério da Saúde a José Ricardo Santana, ex-secretário da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).

Senadores da CPI acusam a dupla de atuar em conluio para favorecer a Precisa Medicamentos em uma compra de testes rápidos de covid da pasta. Eles veem Faria e Santana como lobistas posicionados em ambas as pontas do processo de contratação pública — o 1º em contato com a empresa e o 2º, com o ex-diretor de Logística do Ministério da Saúde Roberto Ferreira Dias.

Sem Marconny, a CPI irá ouvir o ex-secretário de Saúde do Distrito Federal Francisco Araújo Filho.  O tema do depoimento também deve ser a Precisa Medicamentos. Araújo também tem direito a ficar em silêncio.

Advogada de Bolsonaro, Karina Kufa é mencionada na CPI por relação com lobista

Defesa de Karina Kufa se pronuncia e informa que, se insistirem em seu comparecimento, medidas judiciais serão tomadas

A defesa de Karina Kufa, advogada de Jair Bolsonaro e amiga próxima dos filhos do presidente, se pronunciou a respeito das citações de seu nome, mais cedo, na CPI da Covid. "A convocação da Dra Karina Kufa é uma tentativa de constranger uma advogada em razão dos clientes que defende. Toda a menção que tem sido feita a ela vem acompanhada da qualificação 'advogada do Presidente".

Eles informam, ainda, que o requerimento tem o efeito de criminalizar o exercício da sua profissão e se a insistência dos senadores permanecer "será tomada as providências judiciais pelo constrangimento ilegal".

A CPI voltou a citar Karina Kufa em sessão. A pedido do relator Renan Calheiros, um áudio em que Marconny Faria se dirige à advogada, em tom de camaradagem, foi reproduzido.

O diálogo é proveniente de requerimento do senador Ciro Nogueira, feito no início da CPI, e foi enviado por Marconny alguns dias após o jantar do dia 23 de maio, na casa de Karina – o evento onde supostamente o advogado lobista, e José Santana, ex-secretário da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) se conheceram. Fora de contexto, o vice-presidente da comissão, Randolfe Rodrigues (REDE-AP), explicou, posteriormente a origem da mídia.

A convocação de Karina já foi aprovada pela comissão e, no retorno às discussões, pela parte da tarde, Randolfe fez questão de lembrar que deveriam marcar a data do seu comparecimento com urgência.

A CPI quer entender qual é a sua relação com Marconny Albernaz e José Santana, já que há evidências de que ela os apresentou. Outra frente da investigação é se houve benefício na intermediação para a advogada. Karina Kufa já declarou que "não pretende fazer grandes revelações aos senadores".

Fonte: Poder360 - Correio Braziliense