Política

Bolsonaristas fazem esquenta de atos do 7 de setembro em conferência conservadora





Às vésperas das manifestações do feriado do dia 7 de setembro, aliados do presidente da República, Jair Bolsonaro, participam de uma conferência conservadora que está sendo realizada em Brasília. A Conferência de Ação Política Conservadora (CPAC), traduzido do inglês, acontece entre os dias 03 e 04 de setembro. O filho do presidente Bolsonaro, deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-RJ), é o presidente do instituto que organiza o evento. Ex-ministros, ministros e aliados do presidente estão confirmados para dar palestras no evento que acontece no Centro de Convenções Ulysses Guimarães.

Entre os palestrantes da edição estão o filho do presidente, deputado Eduardo Bolsonaro, Onyx Lorenzoni, ministro do Trabalho e da Previdência, Mário Frias, secretário especial de Cultura, Ernesto Araújo, ex-ministro das Relações Exteriores, Ricardo Salles, ex-ministro do Meio Ambiente e a deputada Bia Kicis (PSL-DF).

A conferência também terá participação de nomes internacionais, como Donald Trump Jr, filho do ex-presidente dos Estados Unidos, Mark E. Green e Charlie Gerow, congressistas norte-americanos.

Nas redes sociais, o ex-ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, defende que a Conferência é importante para reunir “a turma da direita”. “O Brasil não pode ser o único país do mundo onde só tem discussão e visão de pautas de esquerda”, afirmou.

O deputado Eduardo Bolsonaro também tem usado as redes sociais para falar sobre o CPAC brasileiro. Em um vídeo gravado no Centro de Convenções, o deputado diz que “graças aos patrocinadores do evento”, quem não puder comparecer ao evento poderá assisti-lo online. No site do evento, consta como patrocinador os grupos Gettr, do ex-auxiliar e porta-voz de Donald Trump, Jason Miller. A rede social estadunidense Parler também conta como patrocinadora do evento.

Há dois anos a primeira Conferência que aconteceu no Brasil foi sediada em São Paulo e financiada pela Fundação Instituto de Inovação e Governança (Indigo), vinculada ao PSL, antigo partido do presidente Bolsonaro A Conferência que acontece em Brasília é financiada pelo Instituto Conservador-Liberal, fundado em dezembro por Eduardo.

O evento foi criado em 1973 pelos grupos American Conservative Union (ACU) e Young Americans for Freedom (YAF) e tenta seguir os princípios conservadores que o originaram. As edições americanas reuniram personalidades como os ex-presidentes dos EUA Donald Trump, George W. Bush, e Nigel Farage, ex-líder do partido UK Independence Party.

Deputados bolsonaristas apresentarão PEC pedindo o fim do TSE

Filipe Barros (PSL-PR) e Bia Kicis (PSL-DF) criticam atuação da Corte Eleitoral e defendem que atribuições do Tribunal sejam transferidas à Justiça Federal

Os deputados federais Filipe Barros (PSL-PR) e Bia Kicis (PSL-DF) anunciaram, nesta sexta-feira (3/9), que formularão uma proposta de emenda à Constituição (PEC) sugerindo a extinção do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e da Justiça Eleitoral.

Os dois participaram de um evento em Brasília voltado para o público conservador, organizado pelo deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), e fizeram críticas à atuação da Corte Eleitoral e do presidente do TSE, o ministro Luís Roberto Barroso, que se colocaram contra uma PEC que buscava reinstituir o voto impresso em eleições e plebiscitos.

Kicis foi a autora da proposta e Barros relatou a matéria na comissão especial da Câmara que foi criada para analisar a PEC. No mês passado, o texto foi rejeitado e arquivado pelo plenário da Casa.

Durante o evento, Barros e Kicis reclamaram que Barroso teria cooptado deputados para que a matéria não fosse aprovada. Os parlamentares também afirmaram que as urnas eletrônicas não são seguras e que elas são passíveis de serem violadas. Eles ainda acusaram o TSE de promover uma campanha de fake news sobre o sistema eleitoral por defender que não há motivos para se mudar o modelo de votação no país.

Os dois, então, questionaram as atribuições da Corte e da Justiça Eleitoral e prometeram assinar a PEC pedindo o fim do TSE. “Esse sistema eleitoral que nós temos, essa Justiça Eleitoral que nós temos é um Frankenstein jurídico que só existe no Brasil. Que se acabe a Justiça Eleitoral e o TSE e se passe essas atribuições para a Justiça Federal. Nós não precisamos ter um tribunal que nos custa R$ 8 bilhões por ano”, reclamou Barros.

“Nós temos que mexer nas competências do TSE. Não é possível um tribunal que tenha essa concentração de poderes que legisla, executa o serviço, fiscaliza e julga. Se alguém faz uma denúncia contra o sistema, de uma fraude, quem é que vai julgar? O próprio TSE”, acrescentou Kicis, que espera a aprovação da PEC para garantir “eleições mais limpas e seguras no Brasil”.

“O TSE presta um serviço e o serviço eleitoral tem por finalidade atender a população, e não o TSE. E durante todo o debate que houve (sobre voto impresso), o TSE objetava ao voto impresso. “Vai dar problema para carregar as urnas”, “podem roubar as urnas”. Ou seja, trocando a segurança do sistema pela comodidade do prestador de serviço. Isso não é legítimo”, ponderou.

Voto impresso

Por mais que a PEC do voto impresso tenha sido rejeitada, os deputados defenderam que o tema volte a ser discutido na próxima legislatura e pediram ao público presente no evento que elejam deputados e senadores favoráveis à matéria, no ano que vem.

“A democracia não existe sem liberdade de expressão. As urnas eletrônicas continuarão sendo criticadas por nós, sim. Nós não recuaremos um milímetro que seja”, destacou Barros.

Kicis comentou que o voto impresso precisa ser uma das pautas das manifestações bolsonaristas programadas para o Dia da Independência para que a discussão do tema no Congresso seja mais fácil.

“Se no dia 7, e há de ser gigante, o povo mostrar que está inconformado com essa decisão do Congresso, que o povo quer sim eleições limpas e transparentes, que nós queremos liberdade e a verdadeira democracia, temos que continuar fazendo. Vence a batalha quem luta mais cinco minutos. Não seremos nós a desistir. Vamos continuar lutando. Não importa que demore 50 anos, nós temos que continuar a nossa luta.”

mbaixada dos EUA no Brasil alerta sobre os atos no Sete de Setembro

A Embaixada dos Estados Unidos no Brasil emitiu nesta sexta-feira (3) um comunicado alertando sobre os atos pró-Bolsonaro previstos para o feriado de Sete de Setembro.

O conteúdo deste texto foi publicado antes no Congresso em Foco Insider, serviço exclusivo de informações sobre política e economia do Congresso em Foco. Para assinar, entre em contato com comercial@congressoemfoco.com.br.

Encaminhado aos cidadãos norte-americanos que estão no Brasil, a diplomacia recomenda "precaução" e pede para que os cidadãos americanos residentes no Brasil evitem os locais previstos para os atos.

“A Embaixada dos EUA no Brasil aconselha os cidadãos americanos a evitarem as áreas ao redor dos protestos e manifestações, já que mesmo manifestações com a intenção de serem pacíficas podem se tornar confrontativas”, alerta.

A embaixada também recomenda que os cidadãos fiquem atentos ao que publicar a imprensa brasileira sobre a situação dos protestos.

O alerta foi publicado em meio às declarações do presidente Jair Bolsonaro sobre os atos marcados para o feriado. Segundo ele, o evento será um "ultimato" para os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).

Fonte: Congresso em Foco - Correio Braziliense