A medalha de prata de Alex da Silva na maratona T46 manhã de domingo no Japão, foi a 72ª e última conquista do país na Paralimpíada de Tóquio. É o recorde em uma só edição dos Jogos, igualando o número da última edição, no Rio 2016.
Foram 22 medalhas de ouro, 20 de prata e 30 de bronze. O Brasil quebrou o recorde de medalhas douradas, que era de 21 em Londres 2012. Confira o quadro abaixo e relembre as histórias e as imagens de todos os pódios brasileiros no Japão.
Medalhas por edição
Edição | Medalhas do Brasil |
Heidelberg 1972 | - |
Toronto 1976 | 1 |
Arnhem 1980 | - |
Stoke Mandeville/Nova York 1984 | 28 |
Seul 1988 | 27 |
Barcelona 1992 | 7 |
Atlanta 1996 | 21 |
Sydney 2000 | 22 |
Atenas 2004 | 33 |
Pequim 2008 | 47 |
Londres 2012 | 43 |
Rio 2016 | 72 |
Tóquio 2020 | 72 |
Vitor Gonçalves Tavares ficou muito perto de garantir o recorde de medalhas paralímpicas para o Brasil, mas acabou derrotado na disputa de bronze pelo britânico Krysten Coombs por 2 games a 1, parciais de 21/11, 10/21 e 16/21, no parabadminton e ficou com a quarta colocação.
Vitor começou muito bem a partida, impondo um ritmo forte e abrindo logo de cara 5 a 1 sobre o britânico. Coombs tentava reagir, mas o brasileiro não dava brechas nas trocas e garantiu os pontos até mesmo nos rallys mais longos.
Vitor Gonçalves Tavares no parabadminton — Foto: Takuma Matsushita/CPB.
No fim do primeiro game, Tavares se aproveitou dos erros do britânicos e ampliou rapidamente a diferença, chegando a nove pontos. Sem sustos, ele fechou a primeira etapa por 21 a 12.
Krysten não se deu por vencido. Após um primeiro game ruim, o britânico voltou melhor para a segunda etapa e foi vez dele começar abrindo uma boa vantagem. Com 11 pontos de frente, Coombs fechou em 21 a 10 e empatou o confronto.
O game decisivo foi também o mais equilibrado. Os dois atletas trocaram pontos no início, porém Coombs conseguiu abrir leve vantagem de três pontos no meio da etapa. A diferença foi decisiva para o britânico, que ampliou e venceu por 21 a 16 para garantir o bronze.
A chuva não foi um empecilho para Alex Douglas Pires da Silva. Com uma prova consistente com direito a aviãozinho na chegada ao Estádio Nacional de Tóquio, o brasileiro conquistou a medalha de prata na maratona T46, classe disputada por atletas com deficiência nos membros superiores. A láurea obtida por Alex nas Paralimpíadas de Tóquio faz o Brasil igualar as 72 medalhas obtidas na Rio 2016, quando o país teve o seu maior total de pódios.
Alex Pires fechou a prova de 42km em 2h27min00s, novo recorde sul-americano. O ouro ficou com o chinês Chaoyan Li, que venceu com 2h25min50s, batendo o recorde paralímpico. Completou o pódio o japonês Tsutomu Nagata, bronze com 2h29min33s.
- A gente tinha o intuito de fazer uma corrida inteligente, largar conservador e tentar se aproximar do grupo da frente. Comecei a crescer no meio da prova e passei a buscar o líder. Deu certo a estratégia e eles sentiram bastante, principalmente na parte em que eu ataquei. Ganhar a medalha faz passar um filme de tudo o que a gente já passou na carreira. Estou aqui correndo para dar alegrias ao meu país - disse Alex Douglas.
Alex Pires faz o aviãozinho antes da chegada — Foto: Alê Cabral/CPB
Alex fez uma prova consistente. Mesmo com o tempo adverso deste sábado em Tóquio, o brasileiro se manteve próximo do pelotão da frente desde os primeiros quilômetros. A partir do quilômetro 30, Chaoyan Li se isolou na frente com Alex como o seu único perseguidor, deixando todos os demais maratonistas para trás.
O brasileiro ainda conseguiu encurtar a distância nos quilômetros finais, mas a vitória ficou mesmo com o chinês. Nos metros finais da maratona, já no Estádio Nacional de Tóquio, Alex repetiu o gesto de Vanderlei Cordeiro de Lima ao fazer o aviãozinho antes de cruzar a linha de chegada.
Ainda neste sábado, Edneusa Santos ficou na quarta colocação na maratona T12 feminina, disputada por atletas com deficiência visual. Ela fez o tempo de 3h15min32s. O ouro foi para a japonesa Misato Michishita, com 3h00min50s. Prata para a russa Elena Pautova (3h04min16s). Bronze para a sul-africana Louzanne Coetzee (3h11min13s). Na mesma prova, a brasileira Edilene Boaventura terminou em sétimo com 3h26min32s.