Políticos de oposição ao governo de Jair Bolsonaro (sem partido) cobraram nesta 3ª feira (7.set.2021), por meio do Twitter, uma manifestação do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), sobre os discursos realizados pelo presidente durante atos do 7 de setembro em Brasília e São Paulo.
Mais cedo, em Brasília, em breve discurso, Bolsonaro afirmou que autoridades não podem passar por cima da Constituição Federal e ameaçou o STF(Supremo Tribunal Federal): “Ou o chefe desse Poder [STF] enquadra o seu ou esse Poder pode sofrer aquilo que nós não queremos“.
Em São Paulo, em manifestação na avenida Paulista, o chefe do Executivo afirmou que não cumprirá decisões do ministro Alexandre de Moraes, a quem chamou de “canalha”.
Apesar das cobranças, Lira não tem a menor intenção de dar seguimento a um dos mais de 120 pedidos de impeachment apresentados à Câmara. Deputados mais pragmáticos sabem disso e avaliam que, com o controle da distribuição de emendas do Orçamento, o presidente da Casa não vai se indispor com o governo agora.
No Twitter, o fundador do partido Novo, o empresário João Amoêdo, disse que após Bolsonaro anunciar, “de forma clara”, que não cumprirá “decisões judiciais, não admitirá o sistema eleitoral atual e não sairá do poder”, Lira deveria abrir o processo de impeachment contra o presidente.
“O que falta para Arthur Lira abrir o processo de impeachment?”, questionou.
O deputado federal Paulo Pimenta (PT-RS) disse que a fala de Bolsonaro “foi um misto de desespero e loucura”. Para ele, o presidente mostrou “medo de Bangu 8″, presídio do Rio, e ”cometeu vários crimes que aumentaram a necessidade do impeachment”.
Sem mencionar Lira, Pimenta disse que “o silêncio é cúmplice dos Crimes de Responsabilidade do miliciano genocida”.
A deputada federal Erika Kokay (PT-DF) disse que não adianta Arthur Lira “ficar em silêncio e agir como avestruz”. “O discurso golpista de Bolsonaro contra a democracia e as instituições exige que o impeachment seja pautado imediatamente”, afirmou.
O senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE) disse, sem mencionar Lira, que “não é preciso aguardar o fim do dia para apontar que Bolsonaro é um criminoso golpista, que manipula a massa para esconder rachadinhas, centrão, mansões suspeitas e a incompetência que jogou o Brasil em uma crise sanitária, econômica e social gigante”. Afirmou que o impeachment é seu “destino” do presidente.
O deputado federal Ivan Valente (Psol-SP) cobrou manifestação de Lira e sugeriu: “Impeachment já ou renuncie”. “Covardia e pusilanimidade não serão tolerados”, disse.
O presidente nacional do Cidadania, Roberto Freire, disse que se Arthur Lira tinha dúvida, agora viu com o discurso de Bolsonaro na Paulista “que não há acordo possível com golpista”.
O deputado federal Paulo Teixeira (PT-SP) questionou Lira: “Qual a sua posição sobre os ataques que o presidente da república fez ao poder legislativo e ao poder judiciário?”.
Fonte: Poder360