Economia

Dólar tem 3ª semana consecutiva de alta e vai a R$ 5,344; Bolsa também sobe





O dólar fechou o dia em alta de 0,64%, cotado a R$ 5,344 na venda, em meio a persistentes preocupações dos investidores sobre um possível calote da gigante chinesa Evergrande. Com o resultado de hoje, a moeda americana encerra a sexta-feira (24) em valorização acumulada de 1,17% desde segunda (20), emendando a terceira semana seguida de ganhos.

Já o Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores brasileira (B3), terminou a sessão em queda de 0,69%, aos 113.282,67 pontos, depois de três altas consecutivas — todas acima de 1%. Mesmo com as perdas de hoje, a semana fecha no azul para o indicador, que acumulou alta de 1,65% desde segunda, interrompendo uma sequência de três semanas negativas.

Em setembro, o dólar registra valorização de 3,32% frente ao real, enquanto o Ibovespa perdeu 4,63%. No ano, o cenário pouco muda, com a moeda em alta acumulada de 2,99% e o indicador, queda de 4,82%.

O valor do dólar divulgado diariamente pela imprensa, inclusive o UOL, refere-se ao dólar comercial. Para quem vai viajar e precisa comprar moeda em corretoras de câmbio, o valor é bem mais alto.

Evergrande preocupa...

Os mercados financeiros globais seguem apreensivos com o tamanho da dívida da incorporadora chinesa Evergrande, depois que o prazo para pagamento de US$ 83,5 milhões em juros venceu ontem sem que a empresa tenha se pronunciado.

"Na China, não há ainda sinais de que o problema da Evergrande está perto de ser equacionado de maneira estrutural", alertou em blog Dan Kawa, CIO da TAG Investimentos. "Isso terá impacto não desprezível sobre o crescimento do país e do mundo, em algum momento. Quanto mais tempo levar para essa questão ser solucionada ou endereçada, maior o impacto."

... E inflação surpreende

Enquanto isso, no Brasil, o IPCA-15 (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15) de setembro — considerado uma prévia da inflação oficial — subiu 1,14%, segundo informou hoje o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Uma pesquisa da Reuters com economistas estimava alta de 1,02% para o período.

No acumulado em 12 meses, a alta do IPCA-15 chegou aos dois dígitos pela primeira vez desde o início de 2016, a uma taxa de 10,05%.

À medida que a inflação continua a surpreender para cima, os mercados seguem atentos às perspectivas para os juros básicos da economia brasileira, com muitos avaliando que o atual ritmo de ajustes na taxa Selic pelo Banco Central pode não ser suficiente para conter a alta dos preços.

Na última quarta-feira (22), o Copom (Comitê de Política Monetária) subiu os juros de 5,25% para 6,25% ao ano, maior nível desde 2019. Foi a quinta alta consecutiva promovida pelo BC, numa tentativa de segurar a inflação.

Se o BC mantém o ritmo atual [de elevação da taxa Selic], o mercado fica com a sensação de que, para conter a inflação, precisaria de alta mais forte.Rafael Panonko, da Toro Investimentos, à Reuters

Fonte: UOL com Reuters