Política

Senadores derrubam veto à suspensão de prova de vida do INSS





Os senadores derrubaram em sessão do Congresso Nacional, por 54 votos a 8, o veto do presidente Jair Bolsonaro ao projeto que suspende, até o fim deste ano, a exigência da prova de vida para aposentados e pensionistas beneficiários do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).

Os deputados ainda precisam analisar o veto para que seja efetivamente derrubado. A medida afeta a vida de mais de 7,3 milhões de segurados do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). A prova de vida é uma exigência para manutenção do benefício e o não cumprimento leva a sanções que podem chegar à suspensão do pagamento por falta de atualização cadastral.

Em 2020 a exigência foi suspensa em razão da pandemia de covid-19, mas foi retomada em junho deste ano. Em agosto, o Congresso aprovou a suspensão da comprovação até o fim de dezembro, com a justificativa de que era necessária para evitar a contaminação pela covid-19. No entanto, o texto foi vetado.

Federações

Outro ponto derrubado na noite desta segunda-feira pelos senadores foi o veto integral ao projeto que permite a dois ou mais partidos se unirem em uma federação partidária e atuarem de forma unitária em todo o país.

Pela proposta, partidos organizados em federação constituiriam programa, estatuto e direção comuns. Diferentemente das coligações eleitorais, as federações não encerrariam o seu funcionamento comum terminado o pleito. Na prática, a proposta pode ajudar partidos a alcançar a cláusula de barreira - instrumento criado para reduzir o número de partidos com pouca representação na Câmara dos Deputados. Caso seja confirmada pela Câmara dos Deputados, a matéria terá validade nas próximas eleições, em 2022.

Sudene

O Senado derrubou, ainda, o veto do presidente Bolsonaro ao projeto que inclui municípios de Minas Gerais e do Espírito Santo na área de atuação da Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste (Sudene). Mais cedo, em votação por ampla maioria, a Câmara dos Deputados já havia rejeitado o veto. A matéria segue para promulgação.

Despejos

Senadores também rejeitaram o veto à suspensão dos despejos durante o período da pandemia de covid-19 (PL 827/2020), ou seja, os despejos durante a pandemia voltam a ser interrompidos com a derrubada do veto. A medida vale até o dia 31 de dezembro de 2021. A matéria já havia sido aprovada pelos deputados e segue para promulgação.

Auxílio Brasil

Deputados e senadores aprovaram também o Projeto de Lei do Congresso Nacional (PLN)

12/21, que promove várias alterações na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) em vigor. A matéria abre espaço fiscal para criação de um novo programa federal de transferência de renda, em substituição ao Bolsa Família.

Já o PLN 13/21, que permite a abertura de crédito suplementar para atender a despesas de assistência social no enfrentamento da pandemia de covid-19 a partir de recursos do Auxílio Brasil  - medida provisória (MP) 1061/21, será o programa substituto do Bolsa Família.

As duas medidas seguem para sanção presidencial.

Câmara conclui votação do Congresso e retoma federação partidária

Após o Senado derrubar o veto de Jair Bolsonaro às federações partidárias, foi a vez da Câmara também sacramentar o retorno da proposta de união partidária. A proposta, vista como uma alternativa às coligações e como uma forma de sobrevivência de partidos menores e com agenda mais definida, foi derrubada com 353 votos, contra 11 favoráveis à manutenção do veto. Houve ainda cinco abstenções.

A questão foi votada em um conjunto de quatro vetos já derrubados pelo Senado. Os outros vetos tratavam da autorização para que fabricantes de vacinas veterinárias produzam insumos farmacêuticos ativos (IFA) e vacinas contra a covid-19 no Brasil; da Sociedade Anônima do Futebol; e da necessidade de prova de vida para beneficiários do INSS durante a pandemia. Todos os temas passam a vigorar como lei agora.

A proposta de derrubar a matéria interessa a partidos com agenda definida mas que, sem a estrutura das grandes legendas, poderiam sucumbir com as cláusulas de barreira crescentes em vigor durante esta década. O PCdoBchegou a discursar no Senado, sem ter parlamentares na Casa. Na Câmara, o partido manteve o discurso.

No Congresso, Senado derruba veto sobre federação de partidos

Senado Federal, em sessão do Congresso Nacional, votou por derrubar itens em nove vetos feitos pelo presidente Jair Bolsonaro. No mais polêmico deles, os parlamentares derrubaram o veto à criação das federações de partidos políticos.  O texto agora seguirá para votação pelo Congresso na Câmara dos Deputados.

A proposta teve 45 votos pela derrubada do veto, e 25 pela manutenção. O texto era considerado essencial por partidos pequenos partidos para se manterem competitivos após a cláusula de barreira. Partidos como o PCdoB, que tem quase um século de existência mas poderia ser asfixiado caso não passasse pela cláusula de desempenho, marcou presença durante a votação, mesmo sem possuir nenhum senador com mandato vigente.

"Não tem nada a ver com a coligação", defendeu Renildo Calheiros (PCdoB-AL), líder do partido na Câmara dos Deputados. "E eu diria mais: a federação é uma maneira de se enxugar o quadro partidário pelo aspecto positivo, pois se estimula e incentiva a convergência programática."

Mais cedo, por 57 votos a zero, os parlamentares derrubaram vetos que tratavam de temas como a educação conectada em escolas públicas, a suspensão das ordens de despejo durante a pandemia de covid-19 e parcerias entre o governo federal e o terceiro setor.

Foram derrubados os seguintes vetos:

29/2021 - Contribuição para o desenvolvimento da indústria cinematográfica nacional – 9 itens
30/2021 - Prorrogação das medidas emergenciais para aviação civil – 4 itens
32/2021 - Inclusão de municípios dos estados de Minas Gerais e do Espírito Santo na área de atuação da Sudene - Total
34/2021 - Educação conectada – 1 item
38/2021 - Modernização do marco legal das Zonas de Processamento de Exportação – 30 itens
39/2021 - Autorização para a produção de vacinas em indústrias veterinárias – 1 item
40/2021 - Parcerias entre o governo e o terceiro setor durante a pandemia – total
42/2021 - Suspensão de despejo durante a pandemia de covid-19 – total

Por 52 votos a um, quatro vetos foram mantidos, não sendo novamente deliberados pela Câmara dos Deputados. São eles:
22/2021 - Prazo de baixa dos registros do empresário e pessoa jurídica do Redesim – total
26/2021 - Participação maior da união no Fundo de Garantia de Operações (FGO) por emendas parlamentares – 2 itens
35/2021 - Prevenção do superendividamento de consumidores – 15 itens
43/2021 - Sociedade Anônima do futebol – 6 itens

Parte do veto 43, composto dos itens 8 a 24, acabou derrubada pelos senadores por votos 58 votos a um. Um veto desta questão, destacado, acabou rejeitado por 17 votos a 42 e será votado novamente pela Câmara.

- Senado conclui votação de projetos que destrava Auxílio Brasil

Durante votação no Congresso Nacional, o Senado Federal aprovou, de maneira simbólica, um projeto de Lei do Congresso Nacional (PLN) que altera a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) para viabilizar a liberação de recursos para o Auxílio Brasil, sucessor do Bolsa Família. A proposta vincula os recursos a mudanças no Imposto de Renda, projeto que ainda será votado pela Casa.

O PLN, encaminhado pelo Executivo, altera a LDO para encaixar o novo programa social do governo federal, em substituição ao Bolsa Família. Ao encaminhar o texto para o Congresso, o ministro da Economia Paulo Guedes indicou que a proposta atende a uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que obrigou o presidente a tomar medidas de unificação de programas sociais de combate à pobreza e extrema pobreza.

Para o aumento da despesa, o governo já tem em mente a medida compensatória. "Busca-se possibilitar que a medida compensatória para a instituição do programa seja apresentada na forma do Projeto de Lei (PL) 2.337/2021, que altera o Imposto de Renda", escreveu o ministro. O texto, já apreciado pela Câmara, agora aguarda deliberação dos senadores.

O texto já havia sido aprovado, mais cedo, pelos deputados em sessão no Congresso Nacional.

Fonte: Agência Brasil - Congresso em Foco