Economia

Bolsas mundiais tombam e puxam Ibovespa; dólar sobe pela 5ª vez, a R$ 5,424





Puxada por um tombo nos mercados mundiais, o Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores brasileira (B3), fechou está terça-feira (29) em forte queda de 3,05%, aos 110.123,85 pontos. É a maior queda do índice em quase três semanas, desde 8 de setembro (3,78%), um dia após os atos golpistas do Dia da Independência, convocados pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido).

O dólar comercial chegou hoje à sua quinta alta consecutiva, de 0,85%, e terminou a terça-feira (28) cotado a R$ 5,424 na venda. É o maior valor em quase cinco meses, desde 4 de maio, quando a moeda norte-americana terminou a sessão em R$ 5,431.

Com o desempenho de hoje, o Ibovespa acumula perdas de 7,29% no mês e de 7,47% no ano. O dólar já subiu 4,88% em setembro e 4,54% em 2021.

O valor do dólar divulgado diariamente pela imprensa, inclusive o UOL, refere-se ao dólar comercial. Para quem vai viajar e precisa comprar moeda em corretoras de câmbio, o valor é bem mais alto.

Bolsas tombam nos EUA e na Europa

O desempenho do mercado brasileiro hoje foi fortemente afetado pelo pessimismo generalizado nas Bolsas do mundo todo.

Nos Estados Unidos, segundo dados preliminares, os três principais índices caíram:

  • Dow Jones: -1,62%, para 34.304,21 pontos
  • S&P 500: -2,03%, para 4.352,77 pontos
  • Nasdaq: -2,81%, a 14.549,56 pontos

Na Europa, as ações europeias recuaram para os menores patamares em uma semana. O índice FTSEurofirst 300 caiu 2,07%, a 1.748 pontos, enquanto o índice pan-europeu STOXX 600 perdeu 2,18%, a 452 pontos, maior queda diária em mais de dois meses.

As ações de tecnologia caíram 4,8% e foram ao nível mais baixo em dois meses. Veja como fecharam as principais Bolsas europeias:

  • Inglaterra: o índice Financial Times caiu 0,5%, a 7.028 pontos
  • Alemanha: o índice DAX caiu 2,09%, a 15.248 pontos
  • França: o índice CAC-40 perdeu 2,17%, a 6.506 pontos
  • Itália: o índice Ftse/Mib teve desvalorização de 2,14%, a 25.573 pontos
  • Espanha: o índice Ibex-35 registrou baixa de 2,59%, a 8.769 pontos
  • Portugal: o índice PSI20 desvalorizou-se 1,13%, a 5.388 pontos

Mundo prefere dólar...

A sinalização do Fed (Federal Reserve, o Banco Central dos Estados Unidos) de que pode começar a reduzir o estímulo à economia já em novembro, com possibilidade de aumento nos juros — hoje próximos a zero — mais cedo do que o esperado, tem impulsionado os rendimentos dos títulos da dívida do governo americano, com taxas acima de 1,5%.

Esse maior retorno dos títulos dos EUA dá suporte ao dólar no mundo todo, o que explica a sequência de altas frente ao real.

Enquanto isso, no Brasil, o mercado reagiu à aprovação pelo Congresso Nacional do projeto de lei que cria as bases para a instituição do novo Bolsa Família, chamado de Auxílio Brasil, com investidores ainda em dúvida sobre a capacidade do governo de respeitar o teto de gastos.

O dólar ainda é a moeda de segurança do mundo, então qualquer ruído interno, político ou fiscal, impulsiona a divisa.Bruno Mori, da Planejar, à Reuters

... E exterior puxa Ibovespa

Não bastassem os receios de um calote da incorporadora chinesa Evergrande, a China passou a preocupar investidores também por questões sobre a oferta de energia, uma vez que restrições ao uso de carvão já começavam a impactar alguns setores da indústria do país. Isso acabou pesando sobre ações de exportadoras brasileiras de metais, como Vale e Usiminas, o que contribuiu para o tombo de hoje do Ibovespa.

A queda de bolsas dos EUA e da Europa ainda adicionaram pressão, com a combinação de inflação alta e expectativa de aumento nos juros pesando sobre as perspectivas de empresários e consumidores locais.

Fonte: UOL com Reuters