Política

Bolsonaro ataca 'passaporte da vacina' e defende quem não quer se vacinar





Em mais uma investida negacionista, presidente tentou desacreditar imunizantes contra covid, afirmando que ainda são "emergenciais". "Nós não somos negacionistas, nós somos democratas. Nós respeitamos a liberdade de cada um", alegou

presidente Jair Bolsonaro voltou a atacar, nesta quinta-feira (30/9), o "passaporte da vacina", que já está vigente em ao menos 249 cidades do país. Trata-se de um documento que comprova a imunização contra a covid-19 para acesso a espaços públicos coletivos.

"A gente tem que acreditar na nossa Pátria. Cada um tem que fazer a sua parte, tem que entender que o Estado existe não para tutelar o povo brasileiro, mas para não atrapalhá-lo. Cada vez mais, nós queremos o livre mercado. Cada vez mais lutamos por meritocracia. Cada vez mais, nós nos vemos obrigados, juntamento com vocês, como demonstramos no Sete de Setembro, lutar para que cada um dos incisos do artigo 5º da Constituição seja cumprido. Isso não parece, isso é o óbvio. Respeitar o direito de ir e vir, o direito ao trabalho, à liberdade de culto. Não aceitar o 'passaporte da covid', não aceitar narrativas", bradou a apoiadores em Belo Horizonte, durante evento.

O chefe do Executivo defendeu ainda o direito daqueles que não querem ser imunizados. "Nós conseguimos a vacina para todos os brasileiros. Se acharem que devem se vacinar, que se vacinem, mas respeitamos o direito daqueles que, por ventura, não querem se vacinar. Não se pode admitir na ponta da linha, como vemos hoje em mais de 200 municípios, prefeitos baixando decretos, proibindo matrícula da juventude que, por ventura, não for vacinada", alegou.

Em mais uma investida negacionista, Bolsonaro tentou desacreditar as vacinas contra o vírus, afirmando que ainda são "emergenciais". "As vacinas, em grande maioria, ainda são emergenciais. Nós não somos negacionistas, nós somos democratas. Nós respeitamos a liberdade de cada um de vocês. Não podemos aceitar dar parte da nossa liberdade por segurança. Quem aceita mordaças, imposições de liberdade para ter mais segurança, vai acabar sem liberdade e sem segurança", continuou.

Ele falou em "dar a vida pela Pátria" e disse "ter certeza de que a população fará o mesmo". "Esse país nasceu livre. Eu jurei dar a minha vida pela Pátria e tenho a certeza que todos vocês darão a sua vida por liberdade em nosso Brasil".

Por fim, insistiu no discurso anticorrupção. "Mil dias sem corrupção. Deixo claro, pode haver corrupção? Pode. Pode acontecer, mas, se acontecer, não será com a participação do governo federal. E, se acontecer, nós iremos atrás da responsabilização dessa pessoa que cometeu esse ato de corrupção. Isso não é virtude. É obrigação", concluiu.

- Bolsonaro sanciona lei que libera candidatos com contas irregulares

O presidente Jair Bolsonaro sancionou, sem vetos, nesta quinta-feira (30), mudança na lei da inelegibilidade que autoriza candidatura daqueles com contas relativas ao exercício de cargos ou funções públicas julgadas irregulares.

A permissão vale para os casos de punição restrita ao pagamento de multa, sem dano ao erário. A decisão foi publicada no Diário Oficial da União(DOU). De acordo com a Secretaria-Geral da Presidência da República, o novo texto será para "evitar sanções desproporcionais para quem foi punido por infrações meramente formais, com pequeno potencial ofensivo, que não tenham causado danos ao Erário nem enriquecimento ilícito aos agentes”.

O texto, de origem da Câmara dos Deputados e aprovado também pelo Senado Federal, altera a Lei Complementar nº 64, de 18 de maio de 1990 que dispõe sobre os casos de inelegibilidade. 

Antes da mudança, a punição se aplicava para candidatos que tiveram suas contas em cargos públicos rejeitadas  por “irregularidade insanável” e que configurem “ato doloso de improbidade administrativa”. Neste caso, o prazo de inelegibilidade fica em vigência por oito anos.

Com a nova lei, a inelegibilidade por contas não será aplicada aos "responsáveis que tenham tido suas contas julgadas irregulares, sem imputação de débito, e sancionados exclusivamente com o pagamento de multa".

- Lula vence Bolsonaro, Doria e Leite no 2º turno, mostra pesquisa PoderData

Pesquisa divulgada hoje pelo site "Poder360" mostra que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) segue na liderança do 1º turno das eleições do ano que vem, com 40% das intenções de voto, à frente do presidente Jair Bolsonaro(sem partido), que tem 30%. O petista ainda ganhou força no 2º turno e hoje venceria o atual presidente, Eduardo Leite e João Doria. Outros candidatos não foram pesquisados em um cenário contra Lula.

Lula e Bolsonaro oscilaram 3 pontos percentuais e 2 pontos percentuais para cima, respectivamente, se comparado com o levantamento anterior. A pesquisa foi feita pelo PoderData, divisão de estudos do site "Poder360". A margem de erro é de 2 pontos percentuais, para mais ou para menos.

Cenário 1: com João Doria

Em um cenário com nove candidatos, Lula e Bolsonaro seriam os escolhidos para o segundo turno, com 40% e 30% das intenções de voto, respectivamente

Lula (PT) - 40%
Jair Bolsonaro (sem partido) - 30%
Ciro Gomes (PDT) - 5%
José Luiz Datena (PSL) - 4%
Henrique Mandetta (DEM) - 3%
João Doria (PSDB) - 3%
Rodrigo Pacheco (DEM) - 2%
Aldo Rebelo (sem partido) - 1%
Alessandro Vieira (Cidadania) - 1%

Brancos e nulos: 9%
Não sabem: 2%

Cenário 2: com Eduardo Leite

No segundo cenário testado —desta vez com a presença do governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), no lugar de Doria—. Lula surge novamente à frente com 43%. Bolsonaro tem 28%, Ciro 5%, Eduardo Leite 4%, Mandetta 3%, Datena 2%. Pacheco, Alessandro Vieira e Aldo Rebelo têm 1%. Branco ou nulo são 10%. Não sabem, 1%.

Lula (PT) - 43%
Jair Bolsonaro (sem partido) - 28%
Ciro Gomes (PDT) - 5%
Eduardo Leite (PSDB) - 4%
Henrique Mandetta (DEM) - 3%
José Luiz Datena (PSL) - 2%
Rodrigo Pacheco (DEM) - 1%
Aldo Rebelo (sem partido) - 1%
Alessandro Vieira (Cidadania) - 1%

Brancos e nulos: 10%
Não sabem: 1%

2º turno: Lula vence Bolsonaro, João Doria e Eduardo Leite

A publicação também perguntou aos entrevistados em quem eles votariam se o segundo turno fosse entre Lula e Bolsonaro: o petista teria 56% da preferência (eram 55% na pesquisa anterior); Bolsonaro tem 33% (eram 30%). Brancos/nulo somam 10%; não sabem, 1%.

Cenário Lula x Bolsonaro:

Lula (PT) - 56%
Jair Bolsonaro (sem partido) - 33%
Brancos e nulos - 10%
Não sabem - 1%

A PoderData ainda mostrou que Lula venceria com folga (56%) tanto Eduardo Leite como João Doria. Os candidatos do PSDB teriam 15% ambos em confrontos contra o petista. Brancos e nulos e não sabem não foram informados na pesquisa.

Ciro Gomes (PDT), Henrique Mandetta (DEM), José Luiz Datena (PSL), Alessandro Vieira (Cidadania) e Aldo Rebelo (sem partido) não foram englobados na pesquisa em cenários contra Lula.

Bolsonaro perde para Doria, Leite e Ciro

O PoderData trouxe ainda cenários com Bolsonaro enfrentando João Doria, Eduardo Leite ou Ciro Gomes no segundo turno. O atual presidente perderia para todos. Brancos e nulos e não sabem não foram divulgados.

Cenário 1: Bolsonaro x Doria

João Doria (PSDB) - 46%
Jair Bolsonaro (sem partido) - 35%

Cenário 2: Bolsonaro x Leite

Eduardo Leite (PSDB) - 44%
Jair Bolsonaro (sem partido) - 34%

Cenário 3: Bolsonaro x Ciro

Ciro Gomes (PDT) - 46%
Jair Bolsonaro (sem partido) - 36%

Segundo o "Poder360", o levantamento foi realizado no período de 27 a 29 de setembro. Foram 2.500 entrevistas em 451 municípios nas 27 unidades da Federação. De acordo com o site, para atingir 2.500 entrevistas que representem o conjunto da população, o PoderData faz dezenas de milhares de telefonemas.

Fonte: Correio Braziliense - Congresso em Foco - Poder360