O presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) Luis Roberto Barroso afirmou hoje que a comissão de transparência da Corte foi criada para combater os ataques feitos pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) às urnas eletrônicas.
"A ideia em si, da comissão de transparência das eleições, foi precisamente para enfrentar o fato de que o presidente da República, eleito com 58 milhões de votos, com liderança nacional, fez uma campanha diuturna contra as urnas eletrônicas. Isso instilou a dúvida em alguma quantidade de pessoas", declarou ele em entrevista ao canal Globo News. "Portanto, é meu papel dar credibilidade ao sistema".
o ministro presidiu o evento de abertura do código-fonte da urna eletrônica para inspeção da sociedade civil e entidades fiscalizadoras. Presidentes de partidos foram convidados a acompanhar o processo, bem como ministros de tribunais superiores, membros da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) e representantes do MPF (Ministério Público Federal). Ao todo, presidentes ou representantes de 22 partidos compareceram ao evento.
Segundo Barroso, a abertura do código-fonte da urna — que normalmente é feita seis meses antes da eleição, e não um ano, como agora — faz parte dos esforços para ampliar a transparência das etapas do processo eleitoral.
Além de antecipar a abertura do código-fonte, o TSE também criou uma comissão formada por representantes de instituições e órgãos públicos, especialistas em tecnologia da informação e representantes da sociedade civil para acompanhar a preparação para as eleições.
Entre os participantes desse grupo, também há representação das Forças Armadas, o que o ministro disse considerar importante.
"Não na política, que acho que não devem se meter, mas são uma instituição de alta credibilidade na sociedade brasileira. Se eu queria dar transparência e credibilidade, fazia todo sentido ter um representante das Forças Armadas", disse ele à Globo News.
Barroso afirmou ainda que achou "natural" que esse representante fosse escolhido pelo próprio governo para conter qualquer ilegalidade.
"Para alguém quebrar a legalidade no Brasil, precisa da ajuda das Forças Armadas. Se tiver alguma pessoa respeitada das Forças Armadas participando e dizendo que o jogo é limpo, não há esse pretexto para quebra da legalidade."
Após falar mais cedo que o voto impresso era um "defunto enterrado", Barroso disse considerar que os atos pró-governo do 7 de Setembro foram o "sepultamento do golpismo".
"O 7 de Setembro, na minha visão, foi o sepultamento do golpismo. Acho que talvez ali tenha sido o teste das águas, e não foi a afluência de pessoas que se imaginava, tinha muita gente ali, mas não a quantidade que se esperava", disse ele durante a entrevista, acrescentando que o comportamento das polícias e das Forças Armadas foi profissional.
"A sociedade brasileira, pelas instituições públicas e da sociedade civil, disse em alto e bom som: queremos preservar as instituições, a legalidade constitucional e o direito de crítica", avaliou.
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- Presidente do TRE Amapá participa do Ciclo de Transparência Democrática das Eleições 2022
Evento promovido pelo TSE acontece um ano antes do pleito e promove a inspeção do sistema eletrônico de votação para garantir Eleições seguras e auditáveis.
O presidente do Tribunal Regional Eleitoral do Amapá, Desembargador Gilberto Pinheiro, participou da abertura do Ciclo de Transparência Democrática das Eleições 2022, realizado por videoconferência. Promovido pelo Supremo Tribunal Eleitoral, o evento tem o objetivo de apresentar as etapas e mecanismos de auditoria e segurança da urna eletrônica, permitindo o seu acompanhamento e fiscalização pelos partidos políticos e sociedade.
O presidente do TSE, ministro Luís Roberto Barroso, realizou a abertura do evento frisando na necessidade de promover eleições limpas, seguras e auditáveis. Logo após, nas apresentações sobre o Clico, palestraram o Secretário de Tecnologia da Informação do TSE, Júlio Valente da Costa Júnior e o Assessor da Secretaria de Modernização, Gestão Estratégica e Socioambiental, Célio Castro Wermelinger.
Contribuindo com a temática abordada na videoconferência, o presidente do TRE Amapá, Desembargador Gilberto Pinheiro, reiterou o compromisso da Justiça Eleitoral em garantir a segurança do processo eleitoral.
"O evento salientou a confiança que a urna eletrônica representa, devido aos níveis de segurança e transparência, além do resultado que é quase imediato. Fui juiz e promotor eleitoral e acompanhei toda esta evolução da operação, por isto confio no processo eleitoral”, declara o presidente do TRE Amapá.
O Ciclo de Transparência Democrática das Eleições 2022 marca a abertura dos códigos-fonte dos sistemas eleitorais, que, segundo o TSE, são um conjunto de linhas de programação de um software, com as instruções para o seu funcionamento. Esses códigos dos sistemas eleitorais são para a conferência pela sociedade e a sua abertura é realizada pela Justiça Eleitoral em anos eleitorais.
Fonte: UOL - TRE/AP