Política

O que Alcolumbre está fazendo não se faz, diz Bolsonaro sobre Mendonça no STF





O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) criticou o senador Davi Alcolumbre (DEM-AP) por travar a sabatina de André Mendonça no Senado. Bolsonaro disse “isso não se faz” e que é sua a competência de escolher um nome para o STF (Supremo Tribunal Federal).

Mendonça foi indicado em julho para uma vaga na Corte, mas ainda não teve sua sabatina na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça), que é presidida por Alcolumbre. O senador tem nas mãos o poder de pautar ou não sabatina do ex-ministro da AGU. Mendonça foi o nome “terrivelmente evangélico” escolhido por Bolsonaro, mas enfrenta resistência.

“Está indo para 3 meses que está lá no forno o nome do André Mendonça. Quem não está permitindo a sabatina é o Davi Alcolumbre, pessoa que eu ajudei por ocasião das eleições”, declarou Bolsonaro em entrevista à imprensa no Guarujá (SP).

O chefe do Executivo disse ter apoiado Alcolumbre no passado e declarou que o senador tem o direito de votar contra Mendonça, mas não de travar sua indicação.

“Ele [Alcolumbre] pediu apoio para eleger o [Rodrigo] Pacheco, eu dei. Teve tudo que foi possível durante 2 anos comigo e de repente ele não quer o André Mendonça. Quem pode não querer é o plenário do Senado, não é ele. Ele pode votar contra, mas o que ele está fazendo não se faz, a indicação é minha”, declarou.

Bolsonaro disse ainda que Alcolumbre teria o poder de indicar um nome para o STF se concorresse à Presidência da República em 2022 e fosse eleito. “Ele se candidata a presidente no ano que vem, no 1º semestre de 23 tem duas vagas para o Supremo”, disse.

Bolsonaro afirmou que a indicação de Mendonça era um “problema sério” por haver “correntes” contrários ao nome do ex-advogado geral da União. O presidente disse receber “recado” de interessados em poder indicar um nome para a vaga na Corte em troca de favores o governo.

Confira outras notícias:
- Renan quer observatório para acompanhar desdobramentos da CPI da Covid

O relator da CPI da Covid, senador Renan Calheiros (MDB-AL), defendeu a criação de um observatório para acompanhar os desdobramentos do relatório que está sendo elaborado por ele e sua equipe.

Em entrevista à GloboNews, Renan explicou que a ideia de um observatório partiu do senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), vice-presidente da comissão.

“Acho que essa providência, que já foi tomada no passado com relação a outras comissões de inquérito, pode se repetir agora para que essas coisas sejam acompanhadas, a avaliação –tanto do Ministério Público de 2ª ou 1ª Instância, do Tribunal de Contas e mesmo na Procuradoria Geral da República”.

Renan classificou a CPI da Covid como a “mãe” das comissões de inquérito. Citou que 78% da população conhece os trabalhos do grupo, segundo levantamento da XP/Ipespe. “É sempre muito difícil fazer uma investigação coletiva, sobretudo dessa ordem, com tantas pessoas, crimes e fatos”, afirmou.

O senador irá propor o indiciamento de diversas pessoas, em vários órgãos, como o Ministério Público Federal e estadual. Durante a entrevista, ele indicou alguns nomes que estarão no texto, como:

  • o líder do Governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR) – “Pela sua participação na negociata na aquisição das vacinas”;
  • o deputado Osmar Terra (MDB-RS) – “Foi uma espécie de porta-voz do negacionismo. Ele dizia que nós não iríamos ter 1.000 mortes com a pandemia, que isso logo acabaria”;
  • a médica Nise Yamaguchi e o virologista Paolo Zanotto – “Ilustres integrantes do gabinete paralelo”.

Outro nome que estará no relatório final como sugestão de indiciamento é o presidente Jair Bolsonaro.

O relatório final da CPI deve ser apresentado aos senadores no próximo dia 18. A votação do documento está prevista para 20 de outubro.

Depois que o relatório for aprovado pela CPI, o documento será enviado às autoridades competentes, que decidirão se acatam ou não os pedidos de indiciamento.

Renan disse que alguns pontos da CPI não devem avançar, como a suspeita de corrupção em hospitais federais no Rio de Janeiro. O senador indica que irá recomendar à Polícia Federal e ao Ministério Público uma investigação dos contratos das unidades hospitalares. “Nosso prazo não permitiria [apurar mais]. Mas essa é uma questão que precisa ser investigada imediatamente”.

Relatório final da CPI deve apontar Carlos Bolsonaro como articulador de rede de fake news

Comissão vai utilizar depoimentos prestados à Polícia Federal para indicar atuação de vereador

O relatório final da CPI da Covid vai usar informações de 16 depoimentos prestados à Polícia Federal e encaminhados à comissão para indicar Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ) como articulador da rede bolsonarista de distribuição de notícias falsas e desinformação.

Com base nos relatos, a conclusão da apuração também deve apontar odeputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) como elo da rede com supostos financiadores, entre eles os empresários Otávio Fakhoury e Luciano Hang.

A comissão deve mostrar a partir das informações que Carlos Bolsonaro debate as estratégias de produção de divulgação de fake news com o assessor para assuntos internacionais da Presidência, Filipe Martins. Este, por sua vez, será apontado como responsável por repassar as ordens a integrantes do chamado “gabinete do ódio”.

Políticos como as deputadas Carla Zambelli (PSL-SP) e Bia Kicis (PSL-DF) devem entrar no relatório final porque a CPI constatou que, quando a investigação começou, elas apagaram postagens em suas redes com desinformação sobre a vacinação e o uso de máscaras.

O conteúdo final do relatório de Renan Calheiros (MDB-AL) ainda é debatido com integrantes da comissão, mas o Painel apurou que a tendência é que mais de 30 pessoas, entre responsáveis por páginas bolsonaristas e políticos, sejam indiciados por descumprimento de ordem sanitária por propagar fake news sobre a Covid-19.

Fonte: Poder360 - Folha