Política

CPI deve ouvir Conitec antes do ministro Queiroga, afirma Omar Aziz





Em entrevista à CNN, presidente da CPI da Pandemia diz que Conitec tem o dever de se posicionar sobre os remédios sem eficácia receitados a pacientes com Covid-19.

O presidente da CPI da Pandemia, senador Omar Aziz (PSD-AM), afirmou em entrevista à CNN nesta segunda-feira (11) que é importante ouvir representantes da Comissão de Incorporação de Tecnologia do SUS, a Conitec, antes do depoimento do ministro da Saúde, Marcelo Queiroga.

A CPI encontra-se na reta final, e o novo depoimento de Queiroga está marcado para a próxima segunda-feira (18). O interesse pela Conitec é porque ela adiou a decisão sobre a recomendação ou não da prescrição de remédios sem comprovação científica contra a Covid-19.

Integrantes da CPI vão se reunir por videoconferência na manhã desta terça-feira (12), e Aziz pode marcar ainda para esta semana a votação de um requerimento para ouvir um representante da Conitec ou o médico Carlos Carvalho, coordenador da UTI respiratória do Incor.

Carvalho foi o responsável por pedir o adiamento da análise e da votação pela Conitec a respeito dos remédios sem eficácia, conhecidos como “kit Covid”.

Aziz criticou a demora da Conitec em se manifestar sobre o caso. “A Conitec tem o dever, a obrigação de dar parecer sobre medicamentos não comprovados cientificamente. Ela precisa provar se esses medicamentos podem ser usados nas unidades básicas de saúde”, afirmou.

“Os membros da Conitec estão sendo omissos, estão prevaricando na função deles. E se não houver uma decisão rápida deles, eles terão que responder criminalmente pelos crimes que estão cometendo, sendo omissos e permitindo que ainda se prescreva esse tipo de medicamento em unidades de saúde Brasil afora. Isso é um crime”, acrescentou o senador.

O presidente da CPI também declarou que o adiamento da decisão da Conitec interessa apenas aos laboratórios fabricantes desses remédios.

CPI da Covid: Para Randolfe, Queiroga 'será indiciado inevitavelmente'

O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) pediu que Queiroga responda aos questionamentos da Comissão - Wallace Martins/Futura Press/Estadão Conteúdo

O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) pediu que Queiroga responda aos questionamentos da Comissão Imagem: Wallace Martins/Futura Press/Estadão Conteúdo

O vice-presidente da CPI da Covid, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), disse que ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, deve ser "indiciado inevitavelmente". No entanto, o parlamentar garantiu que esse não é objetivo e que a Comissão busca evitar esse desfecho.

"Nós queremos esgotar todos os caminhos para ao final não ter que indiciar o ministro", disse, em entrevista ao Jornal das Dez, da Globo News.

Segundo o senador, o titular da pasta responsável pela gestão e combate à pandemia precisa responder claramente aos questionamentos da CPI. Entre os temas que os senadores esperam explicações e detalhamento estão a imunização de crianças e adolescentes e a programação da vacinação para o ano que vem.

"Inevitavelmente, como nós podemos proceder se o ministro não responde claramente sobre a vacinação dos brasileiros, se o ministro se rende ao negacionismo em relação ao tratamento precoce, se o ministro faz declarações relativizando o uso de máscaras? Inevitavelmente, ao final do relatório, ele virá a ser indiciado", explicou.

O ministro, que é médico, assumiu a pasta após o então chefe da pasta, Eduardo Pazuello, deixar a função sob muitas críticas a respeito de sua gestão. Randolfe pontuou que, no entanto, vê Queiroga deixando o posto de "médico respeitado" e "se convertendo e cedendo cada vez mais espaço ao negacionismo".

"Eu não gostaria de ter o ministro Queiroga, ao final da Comissão Parlamentar de Inquérito indiciado. Não é de bom-tom, nós termos indiciado o ex-ministro Eduardo Pazuello e ter o atual ministro também indiciado", disse.

- “Implorei para não darem cloroquina”, diz filha de paciente morta da Prevent

Filha de idosa que morreu após tomar medicamentos do “kit covid” acusa a Prevent Senior de negligência médica e homicídio

Elvira Lo Bianco tinha 86 anos quando foi internada em um hospital da Prevent Senior, em São Paulo, em novembro de 2020. A idosa precisou passar por uma cirurgia depois de quebrar o joelho. Em casa, começou a passar mal, com diarreia, e teve que voltar à unidade hospitalar. Segundo sua filha, havia suspeita de Covid-19, mas dois testes de PCR deram negativo para a doença, e a idosa recebeu alta mesmo estando debilitada. Dois dias depois morreu, em casa, com pneumonia.

“Eu pedi para não darem alta para a minha mãe, ela não estava bem. Mesmo assim, deram. A impressão que eu tenho é que eles queriam esvaziar um leito”, afirma Adriana Lo Bianco.

A família denuncia a Prevent Senior por negligência médica. A advogada Heloina Paiva vai pedir que a operadora de saúde seja investigada por homicídio.

A idosa tinha problemas cardíacos, e os exames feitos no hospital apontavam que os pulmões estavam comprometidos. Mesmo sem os testes apontarem infecção pelo coronavírus, dona Elvira recebeu medicamentos do “kit covid”, sem eficácia comprovada contra a doença.

A filha conta que implorou para que não fosse dado hidroxicloroquina para a mãe, já que ela tinha cardiopatia.

Documentos obtidos pela CNN com exclusividade mostram a prescrição médica. Não havia indicação de cloroquina, porém a receita indicava tamiflu, azitromicina e ivermectina, remédios que fazem parte do kit sem eficácia contar a Covid-19.

A filha da paciente conta que ao questionar o motivo da medicação, já que a mãe não estava com coronavírus, ouviu de médicos que era para um tratamento preventivo.

Na época da internação, os remédios que ela ingeriu não estavam descartados pela Organização Mundial da Saúde. Mas, por não serem eficazes contra o problema de saúde da idosa, podem ter comprometido o tratamento, segundo a advogada da família.

No atestado de óbito, a causa da morte é pneumonia. Para a médica cardiologista Ludhmila Hajjar, os remédios prescritos não são eficientes contra uma infecção pulmonar, e uma idosa de 86 anos com comprometimento no pulmão não deveria ter sido liberada.

“Esse chamado ‘kit covid’, com ivermectina, azitromicina e cloroquina, é um tratamento inadequado com Covid ou sem Covid”, afirma a médica.

Em nota, a Prevent Senior afirmou que não pode divulgar o prontuário da paciente, mas que dona Elvira foi internada com suspeita de Covid e que não recebeu hidroxicloroquina no hospital.

Força-tarefa

O Ministério Público de São Paulo vai ouvir o depoimento da filha da idosa. A denúncia se junta a uma série de relatos envolvendo a Prevent Senior. Uma força-tarefa está colhendo depoimentos de familiares de pacientes da operadora de saúde, que morreram após tomar medicações do kit.

Os promotores vão pedir perícias técnicas para determinar a causa dessas mortes. Everton Zanella, promotor que está à frente da força-tarefa, afirmou que médicos e diretores da empresa poderão ser investigados por homicídio.

Nesta semana, deve ser concluída a análise de documentos que foram enviados pela CPI da Pandemia. Em seguida, o Ministério Público vai começar a ouvir o depoimento de médicos.

- Alcolumbre supera média do Senado, diz Weintraub: “Não tem acusação de estupro”

O ex-ministro da Educação Abraham Weintraub afirmou que o senador Davi Alcolumbre (DEM-AP) está “muito acima da média” de seus colegas no Senado. Justificou sua avaliação destacando que o demista não é alvo de nenhuma “acusação de estupro nem de pedofilia”.

“Dos senadores, ele [Alcolumbre] tá muito acima da média. Pode ter mil defeitos, mas quer que eu comece a falar 30 piores que ele? De saída: ele não tem acusação de estupro e nem de pedofilia contra ele”, disse. “Não tô defendendo ele”, ponderou.

Alcolumbre é presidente da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) do Senado. Tem sido criticado por apoiadores do presidente Jair Bolsonaro por não marcar a sabatina de André Mendonça, que foi indicado em julho pelo chefe do Executivo para uma vaga no STF (Supremo Tribunal Federal).

Em conversa com internautas no Twitter, o hoje diretor-executivo do Banco Mundial disse que, em sua experiência como ministro, encontrou poucos senadores que considera “íntegros”.

“No Congresso você tem 513 deputados e 81 senadores. Eu facilmente consigo te dizer 51 deputados bons, que eu considero corretos. Eu não consigo te dar facilmente 5 senadores com essas características. O Senado está muito pior que a Câmara”, disse.

No domingo o presidente Jair Bolsonaro criticou Alcolumbre, ex-presidente do Senado, por não pautar a sabatina de André Mendonça. “Teve tudo que foi possível durante 2 anos comigo e de repente ele não quer o André Mendonça. Quem pode não querer é o plenário do Senado, não é ele. Ele pode votar contra, mas o que ele está fazendo não se faz, a indicação é minha”.

O ministro Ricardo Lewandowski, do STF (Supremo Tribunal Federal), rejeitou mandado de segurança que buscava obrigar Alcolumbre a agendar a audiência com o indicado por Bolsonaro à Corte.

Fonte: CNN Brasil - Poder360 - UOL