Política

Bolsonaro diz que Alcolumbre 'tortura' Mendonça por não marcar sabatina





O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) disse hoje que o presidente da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), faz uma "verdadeira tortura" contra André Mendonça ao não marcar sua sabatina. O ex-ministro da Advocacia-Geral da União foi o indicado pelo presidente para a vaga aberta no STF (Supremo Tribunal Federal).

"O que ele [Davi Alcolumbre] faz é uma verdadeira tortura contra um chefe de família", disse, em entrevista ao programa "Os Pingos nos Is", da rádio Jovem Pan.

Bolsonaro garantiu que não há porque mudar a indicação ao Supremo. Segundo ele, o nome do escolhido para ocupar o lugar deixado pelo ministro Marco Aurélio Mello, aposentado neste ano, precisa ser colocado em votação.

"Eu não tenho motivo para mudar o André Mendonça. É uma pessoa evangélica, é um compromisso meu, e tem uma bagagem jurídica enorme. Há um interesse por parte de alguns senadores de botar um nome que seja mais simpático a eles. Eu espero que não aconteça", afirmou. E completou: "se não passar, paciência."

O presidente ainda garantiu que Mendonça irá representar as mesmas ideias defendidas por ele. Segundo Bolsonaro, em conversa com o indicado, soube que ele será, entre outras coisas, "contra o marco temporal" e às "pautas progressistas".

"Vai defender a família lá dentro. As pautas econômicas ele estará perfeitamente alinhado conosco. Um voto lá faz diferença, e nós precisamos desse voto lá para o bem do Brasil", concluiu.

Senadores tentam obrigar agendamento

Ontem, o ministro Ricardo Lewandowski, do STF, rejeitou o pedido de parlamentares para Alcolumbre fosse obrigado a marcar a data da sabatina de André Mendonça. O magistrado afirmou que a decisão de pautar o tema é uma questão interna do Legislativo e que não seria correta uma interferência do Judiciário nesse caso.

Mendonça foi indicado ao STF em julho, mas Alcolumbre, com apoio de parte do Senado, tem demonstrado resistência em relação ao escolhido do chefe do Executivo.

Dificuldade no Senado

No Senado, o ex-ministro André Mendonça tem tido dificuldade em conversar com alguns senadores. Os parlamentares têm sofrido influência de uma disputa que envolve outros dois nomes: o de Augusto Aras, da PGR (Procuradoria-Geral da República) e o de Humberto Martins, atual presidente do STJ (Superior Tribunal de Justiça).

Ambos possuem interlocutores que têm conversado com políticos, enquanto o nome de Mendonça se desgasta.

Para conseguir ir ao Supremo, o indicado do presidente precisará passar pela sabatina na CCJ, local onde o presidente do colegiado, senador Davi Alcolumbre, se recusa a pautar a sabatina, e depois ser aprovado por 41 senadores no plenário da Casa.

- Bolsonarista agride e ameaça cinegrafista da GloboNews de morte em Aparecida

Agressor se chama Gustavo Milsoni e trabalha como professor em Mogi das Cruzes, segundo o Sindicato dos Jornalistas

Agressão bolsonarista a repórter da Globo em AparecidaRepórter cinematográfico Leandro Matozo, da GloboNews, disse ter protocolado medidas judiciais contra o agressor reprodução/Twitter (@VictorFerreira) - 12.out.2021

 

O repórter cinematográfico Leandro Matozo, da GloboNews, foi agredido por um apoiador do presidente Jair Bolsonaro na cidade de Aparecida, no interior de São Paulo. O jornalista acompanhava o colega de emissora Victor Ferreira na cobertura da passagem do chefe do Executivo pelo local.

Os 2 se preparavam para uma entrada ao vivo quando foram abordados pelo agressor. Segundo o Sindicato dos Jornalistas de São Paulo, o homem se chama Gustavo Milsoni e trabalha como professor na Escola Estadual Cid Boucault, em Mogi das Cruzes.

“Se eu pudesse, matava vocês”, teria dito Milsoni à equipe. Depois, deu uma “cabeçada” no rosto de Matozo, o que provocou um sangramento no nariz dele. Apesar da agressão, o repórter cinematográfico passa bem.il

“Os policiais militares conduziram o agressor e os jornalistas até uma companhia da PM e registraram apenas uma Notificação de Ocorrência. Não quiseram levar o agressor para a delegacia, apesar do flagrante do ato. E ainda levaram o agressor de volta ao santuário em uma viatura”, afirmou o sindicato paulista.

De acordo com o jornalista agredido, medidas judiciais já estão em andamento. “A liberdade de imprensa é essencial para o progresso desse país”escreveu em seu perfil no Twitter.

O jornalista Victor Ferreira afirmou que o agressor foi liberado pela polícia “antes mesmo” do que eles.

“Ainda pegou carona no carro da PM para voltar ao santuário”, disse.

Fonte: UOL - Poder360