Economia

Dólar passa de R$ 5,71, e Bolsa cai mais de 2% após debandada na Economia





dólar comercial opera em alta nesta sexta-feira (22), chegando a passar de R$ 5,71, e o Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores brasileira, caía 2%, após debandada na equipe econômica e aprovação do texto da PEC dos Precatórios pela comissão especial da Câmara, abrindo espaço para o governo gastar mais R$ 83 bilhões em 2022, ano em que o presidente Jair Bolsonaro(sem partido) tentará a reeleição.

Por volta das 10h50, o Ibovespa operava em baixa de 2,02%, aos 105.561,01 pontos, e o dólar subia 0,56%, vendido a R$ 5,70.

 

Ontem, a Bolsa tombou 2,75% e chegou ao menor patamar em quase um ano, e o dólar avançou 1,92%, a R$ 5,668 na venda.

O valor do dólar divulgado diariamente pela imprensa, inclusive o UOL, refere-se ao dólar comercial. Para quem vai viajar e precisa comprar moeda em corretoras de câmbio, o valor é bem mais alto.

Debandada na equipe econômica

Ontem, assim que os mercados fecharam, o Ministério da Economia comunicou que o secretário especial do Tesouro e Orçamento, Bruno Funchal, e o secretário do Tesouro Nacional, Jeferson Bittencourt, pediram exoneração de seus cargos ao chefe da pastaPaulo Guedes, marcando nova rodada de baixas na equipe econômica. Outros dois secretários também se demitiram.

Com a debandada, agentes de mercado começavam a especular sobre a saída de Guedes.

Simultaneamente, várias casas de análise pioravam suas perspectivas para crescimento econômico, inflação, juros e dívida pública para 2020, incluindo Morgan Stanley, Credit Suisse e UBS.

Furo no teto de gastos

Repercute ainda no mercado a confirmação de que o governo vai mudar a regra do teto de gastos para colocar de pé um novo Bolsa Família, rebatizado de Auxílio Brasil, mais robusto.

Ontem à noite, a comissão especial da Câmara que trata da PEC dos precatórios aprovou o texto apresentado pelo relator da matéria, o deputado federal Hugo Motta (Republicanos-PB). Pela proposta, o governo federal terá um espaço fiscal de R$ 83 bilhões para gastar a mais em 2022, furando o teto de gastos.

Isso permitiria o pagamento do Auxílio Brasil de R$ 400 até o fim de 2022. Na prática, a PEC permite que o governo fure o teto de gastos, a regra fiscal constitucional que limita a despesa pública ao Orçamento do ano anterior corrigido pela inflação.

Nas contas da IFI (Instituição Fiscal Independente), órgão ligado ao Senado, o furo no teto de gastos será de R$ 94,4 bilhões, dos quais R$ 40 bilhões serão usados para viabilizar o auxílio de R$ 400. Ainda não se sabe como o governo vai gastar os R$ 54,4 bilhões restantes.

Ontem, o presidente Bolsonaro também prometeu lançar um auxílio para 750 mil caminhoneiros, para compensar a alta do diesel. O programa teria o valor de R$ 400, somando um gasto de R$ 4 bilhões.

Fonte: UOL com informações da Reuters.