Política

Pacheco é lançado candidato a presidente pelo PSD contra extremos





Prestes a filiar-se ao PSD, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), foi lançado candidato à Presidência da República pelo chefe da sigla, Gilberto Kassab, neste sábado (23.out.2021), durante encontro estadual do PSD-RJ. O prefeito do Rio e anfitrião do evento, Eduardo Paes, também endossou o nome do senador.

“Rodrigo mostrou que tem talento e sabedoria para a vida pública. Se Deus quiser ele é o próximo presidente do Brasil. O PSD está pronto para abraçar suas propostas”, disse Kassab.

O ato foi o 1º encontro da legenda desde que o diretório estadual do Rio passou para as mãos de Paes.

“O cara pensa:’Vou votar no capeta ou no coisa ruim?’ Não dá. A política precisa mostrar alternativas. Você está sendo convocado a disputar a Presidência da República pelo PSD”, disse o Paes ao presidente do Senado, que vai se filiar ao PSD na próxima 4ª feira (27.out.2021).

Pacheco foi o último a falar e discursou por 16 minutos (assista à fala completa abaixo). Não disse se aceitava o convite para sair candidato. Mas apresentou os pilares do discurso que deve adotar na campanha, caso abrace a disputa no ano que vem.

Pacheco disse que o Brasil precisa ser governado sob 3 sentimentos: união, respeito e responsabilidade. “Estarmos unidos significa buscar a convergência e respeitar divergência, quem é diferente da gente”, declarou. Pacheco disse que o caminho da união é deixar para trás “polarização, radicalização, extremismo”.  

Sem mencionar nomes, Pacheco criticou as propostas do governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) de romper o teto de gastos para aumentar o valor do Bolsa Família, que passaria a se chamar Auxílio Brasil em 2022.

“Nós, homens públicos, temos que ter responsabilidade com as nossas funções. Aí entro na questão do auxílio às pessoas, seja através de Bolsa Família ou qualquer nome que queira dar. Nós precisamos mais do que nunca garantir às pessoas carentes um programa sustentável, que tenha um valor responsável”, disse.

Bolsonaro e o ministro Paulo Guedes defenderam na última semana que uma parte do valor para bancar o aumento de R$ 216 do programa para R$ 400 venha de fora do teto constitucional de gastos públicos. O mercado reagiu mal à proposta e, em 3 dias, as empresas da bolsa de valores perderam R$ 284 bilhões em valor de mercado.

“É perfeitamente possível equilibrar a necessidade que as pessoas têm de uma mínima capacidade de compra com a responsabilidade fiscal. É obrigação dos técnicos, cientistas econômicos, políticos darmos a solução imediatamente ao povo brasileiro de ter um programa social dentro da responsabilidade fiscal”, disse.

O encontro foi iniciado com uma palestra do economista Samuel Pessôa, pesquisador da FGV. Ele disse que de 2015 para cá o Brasil tem feito ajustes na economia, mas que ainda falta 50% do trabalho para o Brasil voltar a crescer com vigor.

“Aos trancos e barrancos, de 2015 para cá a gente vem tentando arrumar os problemas. Avançamos no fiscal, no setor externo e na recuperação da rentabilidade do setor privado. De 0 a 100, andamos 50 para construir condições de um crescimento acelerado a partir de 2023“, disse.

Depois das apresentações, o encontro teve um show do sambista Dudu Nobre, próximo ao prefeito carioca.

Estiveram presentes no evento políticos do partido, como: o senador Nelsinho Trad (MS); o líder do partido na Câmara, Antonio Brito (BA); e o deputado federal Marco Bertaiolli (SP). O ex-presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, participou de parte do evento.

Confira outras notícias:

- Podemos se prepara para receber filiação de Sergio Moro 

Podemos marcou para o dia 10 de novembro o ato de filiação do ex-ministro da Justiça Sergio Moro à legenda. O evento acontecerá em Brasília. No entanto, a filiação de Moro ainda não o configura como candidato à presidência para as próximas eleições de 2022. O assunto é tratado com reserva entre o ex-juiz e o partido. 

A sigla espera que ele comande o projeto de terceira via, que atuará contra o presidente Jair Bolsonaro e contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O partido também oferece a possibilidade do ex-juiz vir a ser candidato ao Senado, seja por São Paulo ou pelo Paraná. Hoje, a cadeira da sigla no Senado é ocupada por Álvaro Dias (PR).

No final de setembro Sergio Moro esteve no Brasil para conversar com diferentes políticos. No país conversou com o ex-ministro Luiz Henrique Mandetta, filiado ao DEM, hoje União Brasil, que é cotado para concorrer à corrida presidencial. No encontro, Moro afirmou que só apoiará qualquer projeto ou partido que se comprometerem com o combate à corrupção e defenderem pautas como a retomada da prisão após condenação em segunda instância.

Sergio já possui apoio do novo partido que surgiu da união DEM+PSL e do ex-ministro Mandetta. Ao Congresso em Foco, Mandetta defendeu uma aliança com Moro. “O Moro é uma figura muito importante para as eleições do próximo ano e para o Brasil. Estamos conversando, mas primeiro ele precisa se filiar a um partido para sentar à mesa conosco”, disse Mandetta.

Moro foi a peça chave para as sentenças judiciais contra o ex-presidente Lula na Operação Lava Jato. Preso em 2017, Lula iria concorrer à presidência, contra Bolsonaro, nas eleições de 2018. A prisão do ex-presidente foi anulada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em 2021. 

Ex-aliado de Bolsonaro, Moro pediu demissão ao Ministério da Justiça após um ano e quatro meses no primeiro escalão do governo. A saída foi motivada pela decisão de Bolsonaro de trocar o diretor-geral da Polícia Federal, Maurício Valeixo, indicado para o posto pelo ex-ministro. Segundo o ex-juiz, Bolsonaro estaria interferindo na PF.

 

- Eduardo Bolsonaro critica Alec Baldwin por arma cenográfica e morte acidental

O deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) compartilhou neste sábado (23.out.2021) uma crítica ao ator Alec Baldwin pelo uso de uma arma cenográfica no set de filmagens do filme “Rust“. Na 6ª feira (22.out), Baldwin disparou acidentalmente e matou a diretora de fotografia Halyna Hutchins, de 42 anos. O diretor, Joel Souza, de 48 anos, também ficou ferido.

Em seu perfil no Instagram, Eduardo publicou declaração de Donald Trump Jr., filho do ex-presidente dos Estados Unidos, que diz: “Quando um babaca desarmamentista mata mais pessoas com uma arma do que toda sua extensa coleção de armas de fogo jamais matou…”.

Segundo o deputado, o problema são “pessoas que não sabem fazer a checagem de segurança” corretamente. E, em indireta ao ator, completa: “Talvez agora ele comece uma campanha contra armas cenográficas também”.

O longa produzido por Baldwin está sendo filmado em Santa Fé, capital do Estado norte-americano do Novo México. O porta-voz da polícia local, Juan Rios, disse ao New York Times que o departamento está investigando o que provocou o acidente e o projétil usado na cena.

A produtora do filme, a Rust Movie Productions LLC, declarou: “Todo o elenco e a equipe estão absolutamente devastados pela tragédia, e enviamos nossas mais profundas condolências à família e entes queridos de Halyna”.

Em seu perfil no Twitter, Alec Baldwin disse que não tem palavras para expressar seu “choque e tristeza” pelo ocorrido. Afirmou estar cooperando com a investigação policial.

“Não há palavras para expressar meu choque e tristeza em relação ao trágico acidente que tirou a vida de Halyna Hutchins, esposa, mãe e colega profundamente admirada. Estou cooperando totalmente com a investigação policial para informar como essa tragédia ocorreu. Estou em contato com o marido dela, oferecendo apoio a ele e sua família. Meu coração está partido por seu marido, filho e por todos que conheciam e amavam Halyna.”

O filme “Rust” é sobre um menino de 13 anos que foge com seu avô depois da morte acidental de um fazendeiro local.

Baldwin, de 63 anos, tem uma longa carreira no cinema, teatro e televisão. Segundo o site Celebrity NetWorth, sua fortuna é estimada em US$ 60 milhões.  Seu perfil no IMDb mostra que ele é creditado em 145 produções como ator, em 25 como produtor, em uma como diretor e em outra como escritor. Passou ainda pelo departamento de música e trilha sonora de 7 produções.

Em um de seus papéis mais conhecidos, interpretou Jack Donaghy na sitcom “30 Rock” exibida na rede de televisão norte-americana NBC de 2006 a 2013. O ator venceu 3 Globos de Ouro, 1 Emmy e 8 Screen Actors Guild Awards pelo trabalho na série.

Atuou ao lado de Meryl Streep em “Amar… é complicado”, de 2009, e satirizou o ex-presidente dos EUA Donald Trump no humorístico “Saturday Night Live”.

- Arma cenográfica de Alec Baldwin tinha munição, de acordo com a polícia

Assistente de direção que entregou a Baldwin a arma não sabia que ela continha balas de verdade

Alec Baldwin recebeu o que foi descrito como uma “arma fria” no set de seu filme “Rust”, mas a arma cenográfica continha munição ao ser disparada, de acordo com detalhes da investigação policial sobre o tiroteio fatal divulgados na sexta-feira (22).

O tiro atingiu a diretora de fotografia Halyna Hutchins no peito e o diretor Joel Souza, que estava atrás dela, no ombro, segundo declaração de um xerife da comarca no Tribunal de Magistratura de Santa Fé.

Hutchins morreu devido aos ferimentos e Souza ficou ferido, mas desde então teve alta de um hospital local.

O assistente de direção que entregou a Baldwin a arma cenográfica não sabia que continha balas de verdade, disse o depoimento do detetive do Departamento do Xerife de Santa Fé, Joel Cano.

Baldwin disse na sexta-feira que estava em choque com o tiroteio acidental quando surgiram relatos de desistências no set de “Rust” no início da semana devido a condições inseguras.

A estrela de “30 Rock” e “The Hunt for Red October” disse que estava “cooperando totalmente” com as autoridades para determinar como o incidente ocorreu na quinta-feira.

A produção do filme foi encerrada imediatamente. O departamento do xerife disse que nenhuma acusação foi feita e que a investigação continua aberta. Baldwin deu voluntariamente uma declaração sobre o tiroteio, disse o departamento do xerife.

A declaração foi apresentada na sexta-feira em apoio a um mandado de busca por “roupas de estilo velho oeste” usadas por Baldwin que pareciam ter manchas de sangue, junto com armas de fogo, documentação, munição e câmeras do local.

O mandado de busca foi aprovado por um juiz de Santa Fé.

Cano disse que o incidente ocorreu no Rancho Bonanza Creek, ao sul de Santa Fé, durante um ensaio e não ficou claro se ele foi filmado.

Ele disse que a arma era uma das três em um carrinho do lado de fora de um prédio. Uma delas foi levada pelo assistente de direção do filme, que entrou e a entregou a Baldwin.

“Quando o diretor assistente entregou a arma ao ator Alec Baldwin , (ele) gritou ‘arma fria’, indicando que a arma não estava carregada”, disse o depoimento.

Enquanto a investigação prosseguia, foram levantadas questões sobre as condições de trabalho no set de “Rust”, um filme de faroeste de pequeno orçamento do qual Baldwin foi estrela e co-produtor.

O Los Angeles Times e o Deadline Hollywood citaram vários membros da equipe e outros próximos à produção, dizendo que seis ou sete operadores de câmera saíram do set de “Rust” horas antes da tragédia.

Ambos os estabelecimentos também relataram que houve pelo menos uma falha de ignição anterior com a arma cenográfica.

“Citamos tudo, desde falta de pagamento por três semanas, retirada de nossos hotéis apesar de solicitá-los em nossos negócios, falta de segurança da Covid e, além disso, segurança ruim para armas! Período de segurança inicial ruim!” um membro da equipe de filmagem escreveu em uma página privada do Facebook, de acordo com o Deadline.

A Reuters não conseguiu confirmar as contas imediatamente. A Rust Movie Productions não respondeu a um pedido de comentário na sexta-feira, mas disse em um comunicado que está investigando.

“Embora não tenhamos sido informados de nenhuma reclamação oficial relativa à segurança de armas ou propulsores no set, estaremos conduzindo uma revisão interna de nossos procedimentos enquanto a produção é encerrada”, disse a empresa em seu comunicado.

Baldwin, 63, expressou na sexta-feira seu “choque e tristeza em relação ao trágico acidente” que matou Hutchins. Em uma mensagem em suas contas de mídia social, ele disse que seu “coração está partido pelo marido, pelo filho e por todos que conheciam e amavam Halyna”.

A Aliança Internacional de Funcionários de Palco Teatral (IATSE) disse em um comunicado que ficou arrasada ao saber da morte de Hutchins, que era membro do sindicato.

Os representantes de Hutchins em um comunicado disseram que “esperam que esta tragédia revele novas lições sobre como melhor garantir a segurança de todos os membros da tripulação no set.”

Hutchins, 42, que era originalmente da Ucrânia, foi nomeada uma das estrelas em ascensão do cinema americano de 2019. Sua última postagem nas redes sociais, há dois dias, mostra-a sorrindo sob um chapéu de aba larga enquanto ela monta um cavalo. “Uma das vantagens de filmar um faroeste é andar a cavalo no seu dia de folga”, ela escreveu a legenda do vídeo.

Conhecido por suas imitações do ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump no programa de esquetes “Saturday Night Live”, Baldwin apareceu em mais de 100 comédias e dramas de filmes e TV e ganhou prêmios Emmy por seu papel como um executivo egoísta de uma rede de TV na sátira “30 Rock”.

O acidente renovou debate sobre se certos tipos de armas de apoio devem ser proibidos na TV e sets de filmagem.

Brandon Lee, filho da lenda das artes marciais Bruce Lee, morreu aos 28 anos após ser ferido em 1993 por uma arma em um acidente no set durante as filmagens de “The Crow”.

“Não entendo por que ainda usaríamos “armas em branco” em um momento no qual você poderia simulá-las”, disse o diretor e produtor de cinema independente Ben Rock à Reuters na sexta-feira.

Fonte: Poder360 - Congresso em Foco - CNN Brasil