Política

Na COP26, Merkel defende melhor precificação para emissões de dióxido de carbono





Esta é a última participação da chanceler alemã na COP; Angela Merkel também pediu aos líderes mundiais que sejam mais ambiciosos

Em seu último discurso na COP como chanceler, a alemã Angela Merkel disse que as ações de governos por si só não serão suficientes na luta contra as mudanças climáticas. Ela defendeu melhores preços para as emissões de dióxido de carbono.

Merkel discursou nesta segunda-feira (1º) na abertura da COP26, a Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas. Antes dela, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, afirmou que a conferência deve ser o início de um década de ambição.

“O que precisamos é de uma transformação abrangente na forma como vivemos, trabalhamos e fazemos negócios. E é por isso que quero fazer um apelo claro aqui para o preço das emissões de carbono. Das emissões de CO2″. disse Merkel.

“Com essa precificação, que já temos na União Europeia, que está sendo introduzida na China e que precisa ser desenvolvida com muitas outras [nações] ao redor do mundo, podemos promover nossa indústria, nossa economia, encontrar os melhores e mais eficientes caminhos para chegar à neutralidade climática”, disse Merkel.

Segundo a chanceler, a partir dessa definição será possível organizar uma sociedade livre destas emissões de gases.

“Trata-se de mudar nossa economia, trabalhar, e isso é uma transformação abrangente, e então saberemos a melhor forma de organizar a mobilidade livre de CO2, a indústria livre de CO2 e os processos livres de CO2 em nossa vida”, acrescentou ela.

Merkel também pediu aos líderes que sejam mais ambiciosos durante as negociações em andamento na COP26.

“Na década de ação, na década em que vivemos agora, para sermos mais ambiciosos nacionalmente, mas para encontrarmos instrumentos globais que não só usem dinheiro de impostos, mas também sejam economicamente razoáveis, e para mim isso acontece por meio da precificação do CO2”.

O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, abriu o dia de discursos hoje. Ele comparou a crise climática a uma “bomba relógio” que precisa ser desarmada e cobrou ações concretas dos líderes mundiais.

- Guterres pede a líderes que reforcem promessas climáticas

O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, disse hoje (1º) a líderes mundiais que o fracasso em uma conferência sobre o aquecimento global significa que deveriam voltar com promessas aprimoradas a cada ano, em vez de o atual cronograma de cinco anos acordado.

"Se os compromissos forem insuficientes ao final desta conferência, os países devem revisar seus planos e políticas climáticas nacionais - não a cada cinco anos, mas a cada ano e a cada momento", afirmou Guterres na cerimônia de abertura da 26ª Conferência do Clima (COP26) em Glasgow, na Escócia.

O secretário acrescentou que muitas vezes há "um déficit de credibilidade e um superávit de confusão sobre as reduções de emissões e metas líquidas de zero". Ele disse ainda que as Nações Unidas estão criando um grupo de especialistas para medir e analisar os compromissos de net zero de atores não estatais.

- Depois de lesão, Roberto Campos Neto cancela viagem para a COP26

O presidente do BC (Banco Central), Roberto Campos Neto, cancelou a viagem para a COP26, a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, que acontece em Glasgow, na Escócia.

Segundo o BC, Campos Neto se machucou praticando esportes e será substituído pela diretora de Assuntos Internacionais e de Gestão de Riscos Corporativos, Fernanda Guardado.

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“O presidente Roberto Campos Neto não participará presencialmente dos eventos da COP 26 em razão de uma lesão muscular acentuada ocorrida durante prática de esportes, o que impossibilitará seu deslocamento à Glasgow”, informou o BC, nesta 2ª feira (1º.nov.2021).

De acordo com a autoridade monetária, Campos Neto “se recupera bem e seguirá orientação médica no Brasil até seu restabelecimento”.

O presidente do BC teria 3 compromissos em Glasgow na 4ª feira (3.nov.2021). Ele ainda comandará uma palestra sobre a agenda de sustentabilidade do Banco Central no Pavilhão Brasil da COP26, por videoconferência. Porém, será substituído pela diretora Fernanda Guardado em evento da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima sobre a sustentabilidade do sistema financeiro, o Finance Day Presidency Event: A Financial System for Net Zero da COP26.

O BC ainda não definiu como participará do outro evento que estava previsto na agenda de Campos Neto em Glasgow, um diálogo ministerial sobre as finanças sustentáveis, o Ministerial Dialogue on Long-Term Climate Finance Zero.

O presidente Jair Bolsonaro e o vice-presidente Hamilton Mourão não vão à COP26. Deputados convidados para representar o Brasil na conferência também desistiram da viagem por causa do alto custo das passagens e da hospedagem. A comitiva brasileira será chefiada pelo ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite.

- Macron pede que “maiores emissores” de gases-estufa aumentem compromissos

 

Durante discurso nesta 2ª feira (1º.nov.2021) na COP26 (Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas), o presidente da França, Emmanuel Macron, pediu que os “maiores emissores” de gases de efeito estufa sejam mais ambiciosos em seus compromissos climáticos. Se isso não acontecesse, os esforços globais para conter o aquecimento global não seriam “críveis”.

 

“A chave para os próximos 15 dias aqui é que os maiores emissores aumentem suas ambições”, disse Macron, sem citar países. “É a única maneira de tornar nossa estratégia crível”, afirmou. Para a França, os compromissos mais ambiciosos são a única forma de limitar o aquecimento global a 1,5 ºC, como acertado no Acordo de Paris.

 

Depois de ser sede da cúpula histórica para as mudanças climáticas, a França se coloca como quem garante o Acordo de Paris. Mas ativistas em Glasgow lembraram que o próprio governo de Macron ainda não cumpriu suas promessas no tratado e pediram que o país faça mais para ajudar na luta contra o aquecimento global.

 

Macron também falou da importância de mobilizar anualmente US$100 bilhões para os países em desenvolvimento.

 

“São os países mais pobres da África e do Caribe e do Pacífico que são as primeiras vítimas da mudança climática”, disse o líder da França.

 

Segundo Macron, os US$100 bilhões precisarão ser monitorados com total transparência para garantir que os lugares que mais precisam do dinheiro o recebam. “Os fundos podem ir para proteger a biodiversidade e promover soluções econômicas comerciais que estejam ligadas ao esforço para combater a mudança climática”.

 

“Nossa solidariedade através destes US$100 bilhões deve possibilitar o desenvolvimento destas indústrias, que são oportunidades econômicas regionais”, disse Macron.

 

Fonte: CNN Brasil - Agência Brasil - Poder360