Política

Cada vez mais, o Supremo interfere em tudo, afirma Bolsonaro





Chefe do Executivo ainda disse que fez nomeações erradas em ministérios e que pandemia prejudicou o governo

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) disse nesta terça-feira (9/11) que o Supremo Tribunal Federal (STF) “interfere em tudo”. O mandatário ainda destacou o julgamento sobre o orçamento secreto que acontece hoje. As declarações foram concedidas em entrevista ao Jornal da Cidade.

“90% das coisas que tu faz têm que passar pelo parlamento. Tem algumas pessoas boas lá, mas é uma luta aí terrível. Tem o Supremo Federal também, né. Cada vez mais, o Supremo, na verdade, interfere em tudo. Uma interferência agora é nesse orçamento secreto. Orçamento secreto publicado no Diário Oficial da União”, ironizou.

O chefe do Executivo falou também sobre as dificuldades em ser “o primeiro presidente conservador brasileiro”. Bolsonaro destacou que, em seu percurso “errou” em algumas nomeações e que foi prejudicado pela pandemia. “Conseguimos ter boas pessoas em estatais, bancos e ministérios. Alguns errei. Não é que errei, não deu certo. Hoje em dia, completando três anos, nós passamos por uma crise biológica que parece estar terminando agora, mas há consequências das políticas erradas pois não tinha um comandante”, disse.


Confira outras notícias:

- Ciro Nogueira critica “narrativas” contra a PEC dos Precatórios

O ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, disse nesta 3ª feira (9.nov.2021) que não existe disputa entre duas narrativas em relção à PEC (proposta de emenda à Constituição) dos Precatórios. Nogueira afirma que existe uma disputa entre o que chamou de “conquistas reais” e “narrativas”.

Segundo Nogueira, os chamados “ganhos reais” são o Auxílio Brasil, o pagamento de precatórios do Fundef (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério) e envio de recursos às prefeituras. A rejeição do Auxílio Brasil e das demais propostas que integram a PEC são, de acordo com ministro, “narrativas”.

“Hoje temos duas PECs em discussão: a dos ganhos reais para todos os brasileiros mais pobres e a das narrativas, que é rejeitar a PEC 23. Não vamos resolver os problemas com narrativas. Pela PEC 23, pelo povo brasileiro”, disse Ciro citando a PEC dos Precatórios.

Entenda a PEC

A aprovação da PEC (Proposta de emenda à Constituição) dos Precatórios em 1º turno pela Câmara na madrugada de 4 de novembro foi um alívio para o governo, mas ainda faltam outros passos da tramitação do texto.

A proposta abre espaço para o Executivo bancar o Auxílio Brasil de pelo menos R$ 400 até o fim de 2022 e para outras ações.

A IFI (Instituição Fiscal Independente) e o governo calculam que o espaço fiscal aberto pela proposta é na casa dos R$ 90 bilhões para o ano que vem.

Precatórios são dívidas originadas de processos judiciais. Se nada for alterado, em 2022 o governo precisará pagar R$ 89 bilhões –em 2020, foram R$ 50,5 bilhões. O projeto limita essa despesa a R$ 39,9 bilhões no ano.

 

- Barros diz que PP, PRB e PL formarão “tripé” para reeleição de Bolsonaro

O líder do Governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR), afirmou nesta 3ª feira (9.nov.2021) que o PRB, PP e PL formarão o “tripé da reeleição” do presidente Jair Bolsonaro. Depois de quase 2 anos sem sigla, o chefe do Executivo definiuna 2ª feira (8.nov) que irá para o PL.

O presidente está finalizando o seu entendimento com a sua filiação partidária. O Progressista tinha declarado que estará com ele, então, o nosso partido é um partido com que ele pode contar. Nós esperamos ter PRB, PP e PL como o tripé da reeleição do presidente com outros partidos vários que virão também para a aliança”, afirmou Barros em conversa com jornalista na saída do Palácio do Planalto nesta manhã.

Barros disse esperar uma definição oficial sobre a filiação de Bolsonaro para que o PP possa avançar com a articulação de “montagem de chapa” das eleições de 2022. Antes de escolher ir para o PL, Bolsonaro cogitou se filiar ao PP (Partido Progressista), do ministro Ciro Nogueira (Casa Civil). Em entrevista ao canal Jovem Pan News, em 27 de outubro, Bolsonaro afirmou que se dava “muito bem” tanto com o PL quanto com o PP.

PEC dos Precatórios

Ricardo Barros afirmou que a PEC (Proposta de Emenda à Constituição) dos Precatórios será aprovada no 2º turno na Câmara com mais votos do que na primeira votação. No 1º turno, o texto passou com 312 votos favoráveis. Eram necessários ao menos 308 favoráveis.

Temos vários parlamentares que estavam ausentes na última votação que estarão presentes agora e nós temos, portanto, na nossa matemática mais votos a favor nesse 2º turno do que tivemos no 1º turno. A votação ocorrerá de forma tranquila, mas é uma votação longa”, disse.

Os deputados analisam os destaques ao texto nesta 3ª feira (9.nov). A PEC é a aposta do governo para viabilizar o novo Bolsa Família com valor de R$ 400. A PEC muda o cálculo da inflação da regra do teto de gastos e estabelece o parcelamento dos precatórios (dívidas judiciais).

Fonte: Correio Braziliense - Poder360