O Ibovespa fechou em alta de 1,54%, aos 107.594,67 pontos, o pregão desta quinta-feira (11). Enquanto, o dólar terminou o dia a R$ 5,403, em queda de 1,80%.
Essa foi a maior alta do principal índice brasileiro em novembro.
O bom resultado da bolsa é fruto da bateria de resultados corporativos, incluindo os números de JBS, enquanto a agenda macroeconômica mostrou uma queda acima do esperado nas vendas no varejo brasileiro em setembro.
Filipe Villegas, estrategista da Genial Investimentos, acredita que o cenário negativo já estava precificado. Assim, os fatores de risco não derrubaram a bolsa.
Outro ponto positivo para a B3 é a sessão de alta para ações de siderurgia e mineração, na esteira da alta dos preços de produtos ferrosos e siderúrgicos nas bolsas de futuros de commodities da China.
Os preços das commodities como aço e minério de ferro se valorizaram após informações de que a chinesa Evergrande Group havia feito pagamentos aos detentores de títulos, evitando o calote que o mercado tanto tinha medo.
O aço negociado para janeiro na Bolsa de Xangai teve alta de 8%, e encerrou a sessão a 7,4%, a 4.443 yuanes (US$ 695,13) a tonelada. O minério de ferro de janeiro na Bolsa de Commodity de Dalian avançou 6,8%, para 570,50 iuanes por tonelada.
O dólar caiu com força frente ao real hoje, em meio a expectativas crescentes de que o Banco Central endurecerá a Taxa Selic devido às pressões inflacionárias domésticas.
Essa foi a maior desvalorização diária em mais de dois meses e o menor patamar desde o início de outubro.
Entre as principais moedas globais, o real apresentou, com folga, o melhor desempenho em relação ao dólar nesta sessão. Na mínima do dia, a divisa norte-americana chegou a cair 2,06%, para R$ 5,388.
A moeda norte-americana refletiu também o fraco leilão de treasuries (título do tesouro dos EUA) com vencimento de 30 anos.
E, participantes do mercado citaram ainda o noticiário em torno da PEC dos Precatórios como um dos responsáveis por esse comportamento, desencadeado movimento de desmonte de posições defensivas.
Investidores da Bolsa de Valores atribuíram a resiliência recente da divisa brasileira a expectativas de que o Banco Central pode intensificar seu atual ritmo de elevação de juros, uma vez que dados domésticos sobre os preços ao produtor continuam a surpreender para cima.
Na quarta-feira, o IBGE informou que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu 1,25% em outubro, após alta de 1,16% no mês anterior, alcançando a maior variação para o mês desde 2002 (1,31%). Em 12 meses, a alta foi de 10,67%, resultado mais forte desde janeiro de 2016 (+10,71%).
“Nossa avaliação é que o Banco Central precisa acelerar o ajuste da política monetária para evitar perder totalmente o controle sobre as expectativas, que já sinalizam perda da meta para a inflação em 2022”, disse a Genial Investimentos em nota.
A meta de inflação para o ano que vem é de 3,5%, com margem de tolerância de 1 ponto percentual para mais ou para menos. A taxa Selic está atualmente em 7,75% ao ano, após o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC promover alta de 150 pontos-base em seu último encontro.
Juros mais altos tendem a tornar o mercado de renda fixa doméstico mais atraente, consequentemente elevando a demanda pelo real.
Investidores também estão de olho no noticiário em torno da PEC dos Precatórios. O líder do governo no Senado, Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), que ficará a cargo da relatoria da proposta na Casa, afirmou acreditar que há chances de senadores manterem o texto aprovado pela Câmara. Ele não descartou, no entanto, que possa ser aprimorado.
Aprovada em segundo turno na terça-feira pela Câmara, a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) modifica a regra de pagamento dos precatórios – dívidas do governo cujo pagamento foi determinado pela Justiça – e altera o prazo de correção do teto de gastos pelo IPCA.
Em relatório desta quinta-feira, o Bradesco disse que “a aprovação da PEC dos Precatórios na Câmara removeu parte das incertezas do cenário fiscal, mesmo com o prosseguimento da proposta no Senado, o que ajuda a explicar também a dinâmica dos mercados locais, especialmente curva de juros e taxa de câmbio.”
No mercado de juros futuros, as taxas dos principais DIs rondavam a estabilidade na curva até janeiro de 2027.
Na véspera, o dólar spot fechou em alta de 0,21%, a R$ 5,502 na venda.
As maiores altas da sessão foram:
As menores altas de sessão foram:
Fonte: CNN Brasil com Reuters