Política

Chefe do exército britânico alerta para risco de guerra acidental com a Rússia





General Nick Carter afirmou que possibilidade de conflito é maior do que durante a Guerra Fria

O risco de uma guerra acidental estourando entre a Rússia e o Ocidente é maior do que em qualquer momento durante a Guerra Fria, disse o oficial militar mais graduado do Reino Unido em uma entrevista à Times Radio.

“Só acho que estamos em um mundo muito mais competitivo do que éramos há 10 ou 15 anos. E acho que a natureza da competição entre Estados e grandes potências leva a tensões maiores. E acho que essa tensão é a coisa que é preciso observar “, disse o general Nick Carter, chefe da equipe de defesa do Reino Unido, em uma entrevista que deve ir ao ar neste domingo (14), de acordo com um comunicado à imprensa enviado à CNN.

O general Carter comparou a situação atual com a de tempos anteriores em sua carreira militar desde 1978. “Quando você e eu estávamos crescendo, era um mundo bipolar. Dois blocos: a União Soviética e o Ocidente. Então entramos em um período em que era unipolar, e os Estados Unidos eram totalmente proeminentes”, disse ele ao jornalista Tom Newton Dunn.

“E acho que agora estamos em um período em que é mais multipolar, e acho que em um mundo multipolar, com pessoas competindo por objetivos diferentes e com agendas diferentes, há um risco maior de tensão levando aos tipos de coisas que estamos falando”, disse o general.

Carter advertiu os políticos contra provocar uma escalada desnecessária e para serem “cuidadosos para que as pessoas não acabem permitindo que a natureza belicosa de algumas de nossas políticas acabe em uma posição em que a escalada leve a um cálculo incorreto”.

“Muitas das ferramentas e mecanismos diplomáticos tradicionais com os quais você e eu crescemos na Guerra Fria, eles não existem mais. E sem essas ferramentas e mecanismos, há um risco maior de que essas escaladas ou escaladas possam levar a um cálculo incorreto. Acho que esse é o verdadeiro desafio que temos de enfrentar”, disse o general.

Questionado sobre se acredita que a Rússia está envolvida na crise migratória na fronteira entre União Europeia, Belarus e Rússia, o general disse que não sabia, mas que “nada o surpreenderia”.

“Porque eu acho que o ambiente moderno, e esse caráter mutante de conflito e guerra que eu descrevi, abre as possibilidades para as pessoas usarem todos os tipos de ferramentas, táticas e técnicas diferentes para tentar afetar nossa coesão”, ele adicionado.

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, negou qualquer envolvimento na crise da fronteira, dizendo no sábado (13) que seu país “não teve nada a ver com isso”.

“Quero dizer mais uma coisa. Quero que todos saibam. Não temos absolutamente nada a ver com isso. Todos estão tentando nos impor responsabilidade por qualquer motivo e sem motivo nenhum”, disse Putin em entrevista ao canal estatal de notícias Rússia 24.


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- Nova onda de violência em prisão no Equador deixa 58 mortos

Pelo menos 58 detentos morreram e 12 ficaram feridos em um novo conflito na mesma prisão no Equador onde ocorreu um violento motim em setembro, informou o governo neste sábado (13). A rebelião foi caracterizada como uma disputa entre gangues.

A Penitenciária do Litoral, em Guayaquil, transformou-se na prisão mais violenta depois que 119 detentos foram assassinados no fim de setembro, o pior incidente carcerário na história do país.

O governo culpou disputas entre gangues de traficantes por liderança e controle de território pela violência nas prisões.

O distúrbio, na noite dessa sexta-feira (12) foi provocado por um vácuo de poder, após a liberação do  líder de uma das gangues, disse o governador da província de Guayas, Pablo Arosemena, em entrevista coletiva.

“O contexto dessa situação é que não havia um líder da gangue que tem presença naquele pavilhão. Dias atrás, esse PPL (pessoa privada de liberdade) havia sido colocado em liberdade porque, de acordo com um juiz, ele foi solto ao cumprir 60% da sentença”, explicou.

“Outros pavilhões com gangues tentaram subjugá-los, entrar, fazer um massacre total”, acrescentou Arosemena.

A violência marcou a mais recente onda de distúrbios em prisões no país sul-americano, que abrigam cerca de 39 mil detentos. Os incidentes de fevereiro e julho deste ano em várias penitenciárias causaram a morte de 79 e 22 pessoas, respectivamente.

Fonte: CNN Brasil - Agência Brasil