Política

Comissão do Senado aprova convite para Augusto Aras se posicionar sobre CPI





A Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa do Senado Federal aprovou hoje o requerimento para que o PGR (Procurador-Geral da República), Augusto Aras, compareça ao Congresso Nacional na condição de convidado, para esclarecer quais ações foram tomadas pela PGR com relação ao relatório final da CPI da Covid.

Em contato com a reportagem do UOL, a assessoria da PGR não disse se Aras aceitará o convite. "No dia 27 de novembro, o PGR vai se manifestar sobre o relatório da CPI da Covid", respondeu, sem dar mais detalhes. 

Senadores entregaram o relatório final a Aras no dia 27 de outubro, um dia depois do encerramento dos trabalhos da comissão. A eventual responsabilização do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) por sua atuação durante a pandemia depende de ação do procurador-geral da República.

"De acordo com a legislação processual aplicável, o Procurador-Geral da República dispõe de 30 (trinta) dias para adotar as providências cabíveis quanto ao conteúdo do Relatório da CPI", explica o documento aprovado no Senado.

Segundo o requerimento, passados quase 30 dias da entrega do documento e "considerando as graves violações aos direitos da pessoa humana demonstradas no Relatório da CPI da Pandemia", "faz-se necessário o seu convite [de Aras] para que compareça a esta CDH".

O texto aponta que o PGR deve "prestar esclarecimentos sobre o andamento das providências adotadas frente aos fatos levantados e aos indiciamentos contidos no mencionado Relatório".

O requerimento aprovado discorre que a CPI, "durante quase seis meses de funcionamento, investigou e apurou uma série de omissões e ilícitos praticados pelo Poder Público, em especial pelo Governo Federal, na condução da Pandemia de covid-19, que ceifou a vida de mais de 600 mil brasileiros".

Ontem, Randolfe já havia anunciado que diferentes comissões do Senado aprovariam requerimentos esta semana para a ida de Aras ao Congresso.

Segundo o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), vice-presidente da CPI da Covid, Aras deve "prestar esclarecimentos sobre o andamento das providências adotadas sobre os indiciamentos e levantamentos indicados no relatório da CPI da Pandemia".

Análise seguirá prazos legais, disse PGR

Em nota, no último dia 10, a PGR disse que a análise do relatório final da CPI da Covid seguirá as regras e prazos legais. Segundo a PGR, após o procedimento de internalização, os documentos serão liberados para a equipe de investigadores que atua com o procurador-geral, Augusto Aras.

"Dessa análise, decorrerão eventuais pedidos de diligências e demais providências cabíveis em relação a todos os fatos apontados e indiciamentos sugeridos pelos parlamentares", diz a nota da Procuradoria-Geral.

Randolfe disse ontem que se a aprovação do convite a Aras fosse confirmada, os senadores "não aceitariam" o argumento de investigação da procuradoria-geral.

"Nós não aceitamos a justificativa de 'investigação preliminar'. Essa semana pelo menos em várias comissões do Senado será aprovado o requerimento de convocação. Nós não aprovaremos em uma comissão somente. Aprovaremos em várias comissões para que o PGR lá apareça", disparou o senador em entrevista coletiva transmitida pela GloboNews.

 

Confira outras notícias:

- Câmara deve seguir entendimento pela permanência do Auxílio Brasil, diz Lira 

O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), afirmou nesta terça-feira (23), que a mudança na PEC dos Precatórios que deverá instituir a permanência do Auxílio Brasil, benefício que substituirá o Bolsa Família, não enfrentará resistência. O texto aprovado pela Casa tratava de um programa temporário. Mas no Senado, parlamentares articularam pela sua permanência fixa. A PEC deverá voltar à Câmara quando for analisada pelos senadores.

“A proposta de transformar o auxílio temporário em permanente e criar uma comissão permanente de avaliação e acompanhamento de precatórios no Congresso Nacional, não teria por parte da Câmara nenhum tipo de resistência”, disse Lira em entrevista à Globo News.

A proposta é uma das prioridades do governo no Congresso para garantir o pagamento do benefício social de R$ 400 reais. O documento abre espaço fiscal para viabilizar o programa. 

 

No Senado, a PEC será relatada pelo líder do governo, Fernando Bezerra (MDB-PE), com quem Lira diz manter conversas sobre alterações no texto. Para Lira, uma saída seria a promulgação da proposta e propor mudanças em outra votação. 

O texto, quando alterado pelo Senado, voltará para apreciação na Câmara dos Deputados. 

“O que esperamos é que o texto comum, sem alterações drásticas, para que possamos promulgá-lo logo após a aprovação no Senado e, logo depois, nos debruçarmos nas alterações”, afirmou Lira.

Emendas do Relator

O presidente da Câmara também classificou como “retrocesso” o fim das chamadas emendas do relator. Em 9 de novembro, o Supremo Tribunal Federal (STF) pôs fim ao mecanismo. Lira afirmou que a Casa irá recorrer a decisão da corte. 

“Demonizar as emendas do relator é trazer um retrocesso. Nós vamos perder recursos para educação, construção de escolas. Vamos ter esse prejuízo, perdendo aí R$ 13 bilhões, ou transformar esse orçamento em RP2, que são emendas exclusivas do poder executivo.”

Segundo ele, o valor de R$ 13 bilhões seriam usados ainda este ano. 

Fonte: UOL - Congresso em Foco