Política

Pacheco critica Bolsonaro e prega união nacional para solucionar problemas do país





Mesmo prestes a assumir a pré-candidatura pelo partido, o senador criticou o self-service de quem se coloca como presidenciável neste momento

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), disse que responde "de corpo, alma, mente e coração" ao chamado do presidente do PSD, Gilberto Kassab, para concorrer ao Palácio do Planalto. No lançamento do manifesto do partido, ontem, em Brasília, com mais de mil filiados — prefeitos, deputados e governadores —, ele comentou que o país vive um momento de extremismos e que é necessário prestar o serviço à nação "com seriedade, sensatez, serenidade, equilíbrio e ações efetivas, para além do discurso". "Fazer do discurso a prática", acrescentou.

Pacheco criticou eleitores do presidente Jair Bolsonaro. "Revelar amor ao Brasil não é colocar uma camisa da Seleção Brasileira e sair na rua xingando o Supremo Tribunal Federal e o Congresso Nacional", reprovou. Ele também acenou para o mercado financeiro ao dizer que o Brasil precisa de tratamento para se reerguer em fundamentos econômicos.

Mesmo prestes a assumir a pré-candidatura pelo partido, o senador criticou o self-service de quem se coloca como presidenciável neste momento. "O Brasil, neste instante, não precisa de candidatos a presidente da República, como os muitos que estão se apresentando. O Brasil precisa de homens e mulheres cientes de suas responsabilidades em 2021 para enfrentarmos problemas reais, que envolvem precatórios, Bolsa Família, responsabilidade fiscal e geração de empregos", frisou.

O parlamentar pregou a pacificação e a união nacional para enfrentar os desafios que o país exige. "Ninguém é dono da verdade ou tem o dom da solução de todos os problemas, como se houvesse um passo de mágica. Essa é uma construção que é feita com paciência, com equilíbrio, passo a passo, reconhecendo que diversos outros partidos, ainda que com pensamentos ideológicos diferentes do nosso, podem contribuir com alguma solução."

Na opinião de Pacheco, "diversos problemas seriam plenamente evitáveis se fizéssemos da política aquilo para o qual ela existe, que é buscar solução para a vida das pessoas, a partir de uma democracia que permita a convivência das divergências". "O que estamos vivendo hoje é um radicalismo, um extremismo, uma cultura de ódio, que está acabando com o Brasil", disse. "Problemas batem à nossa porta, como a inflação, o desemprego, a alta dos juros, a desvalorização da moeda, as crises hídricas e energéticas, uma violência que nos assola. É muito difícil nós fazermos um caminho de solução desses problemas sem um planejamento sereno, equilibrado e que possa ouvir todas as vertentes."

 

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- PL não vai mudar jeito de Bolsonaro, mas tendência do governo, diz senador

O senador Wellington Fagundes (PL-MT) disse em entrevista ao Poder360 que o PL (Partido Liberal) não influenciará para mudar a forma de comunicação do presidente Jair Bolsonaro depois que ele se filiar à legenda. Afirmou, porém, que a tendência de um possível 2º governo sob a batuta da sigla será de centro-direita e não de direita.

“Nós não queremos mudar a figura pessoal, a capacidade de liderança do presidente Bolsonaro. Cada pessoa tem seu jeito de ser, não vai e não deve mudar. Agora, é claro, vamos contribuir, porque o presidente Bolsonaro é muito claro, tem uma política de direita. Nós somos um partido de centro. Então, o governo terá uma tendência maior de centro-direita”, disse Fagundes, em entrevista gravada na 4ª feira (24.nov.2021) no estúdio do jornal digital.

O senador, que dirige o PL no Mato Grosso, completou: O Bolsonaro tem gente que gosta dele que é de extrema-direita. Vamos respeitar e dialogar”.

O congressista participou dos últimos encontros de Valdemar Costa Neto com o presidente. A filiação está marcada para 3ª feira (30.nov). Sobre os recentes vai-e-vens de Bolsonaro na negociação com a sigla, disse:

“O presidente Bolsonaro é uma pessoa muito extrovertida, brincalhão, gosta de conversar sobre tudo. Quando está muito tenso, ele entra com uma brincadeira e distensiona. Isso facilitou muito, a espontaneidade de Bolsonaro, mas, claro, a responsabilidade também”.

Segundo Fagundes, o PL está pronto e organizado para receber Bolsonaro e seus apoiadores. A Valdemar, o presidente pediu pouca pompa e muita objetividade para o dia 30.

Só discursarão o presidente da sigla, Bolsonaro e outros 2 representantes –Jorginho Mello (PL-SC) deve ser 1 deles. Os filhos Eduardo (PSL-SP) e Flávio(Patriotas-RJ) também devem subir ao palco.

Wellington Fagundes disse na entrevista que as divergências estaduais devem ser superadas e citou o caso de São Paulo, onde, de acordo com ele, a legenda pode lançar candidato próprio.

“Em São Paulo, o presidente Bolsonaro tem o foco e existe a possibilidade, sim, de o PL lançar o candidato a governador de São Paulo. O presidente Bolsonaro já falou da possibilidade de ser o ministro Tarcísio, pode ser. Excelente nome, preparado”.

De acordo com o congressista mato-grossense, o principal e primeiro projeto do PL nos Estados será viabilizar a eleição do presidente Bolsonaro.

“A partir do momento da filiação, é claro e evidente que o projeto nacional de eleger o presidente será o principal do partido”.

O senador, que deverá buscar a reeleição, afirma que, para ele, a chegada de Bolsonaro ao partido é positiva. “Mato Grosso é o Estado hoje que indica a maior aprovação do presidente Bolsonaro”.

Eis outros assuntos abordados na entrevista:

  • Vacina: “Até me chamam hoje de ‘o homem da vacina’no Congresso, porque apresentei projeto que permite à indústria de saúde animal produzir vacina […] A posição pessoal do presidente pode ser externada, mas o governo não é obrigado a executar só aquilo que ele pensa. Por isso, ele é um democrata”.
  • Pesquisas: “O MCTIC liberou muito dinheiro. A posição pessoal tem de ser diferente da postura do governo. Tem de ser assim. Posso ter uma linha de pensamento, mas tenho que agir com a responsabilidade do governo”.
  • Vice-presidente do PP: “É um partido muito próximo hoje, então há uma grande tendência de o PP poder indicar o vice, mas não necessariamente. O vice normalmente é decidido na última hora, já no finalzinho”.
  • 2o22: “É uma eleição polarizada. Hoje, se forem candidatos Lula e Bolsonaro, é uma eleição praticamente sem espaço para 3ª via. Ninguém se apresentou como candidatura viável”. 
  • Moro: “O juiz Moro hoje ainda tira mais votos do presidente Bolsonaro, é a tendência, mas nós acreditamos muito [em Bolsonaro]. As pesquisas mostram que hoje é muito forte para a polarização”. 
  • Valdemar Costa Neto: “Eu sempre digo que ele é caça-talentos. Sempre foi assim, busca pessoas que podem fortalecer o partido”. 

Fonte: Correio Braziliense - Poder360