Política

Moro é palhaço, está mentindo e não tem caráter, diz Bolsonaro





O presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou que o possível candidato à Presidência da República em 2022 e ex-ministro Sergio Moro (Podemos) é “palhaço”, “mentiroso” e “não tem caráter”.

“Esse cara está mentindo descaradamente. Quer ser candidato, é um direito dele. […] Faz um papel de palhaço, sem caráter, está se comportando como jornalista da Folha, ou do Antagonista. Está de brincadeira. Mentiroso deslavado”, disse em transmissão ao vivo nas redes sociais.

Em entrevista à Rádio Jovem Pan Paraná, Moro acusou Bolsonaro de comemorar a saída do ex-presidente Lula (PT) da prisão. “Ele não trabalhou para manter a execução em segunda instância”, disse.

Segundo Bolsonaro, a declaração do ex-aliado representa “falta de caráter” de alguém que “saiu pela porta dos fundos” de seu governo.

“Agora, ele chega aqui, que ser candidato, é um direito dele, tá certo? Agora, atacando aí, dizendo que no dia 8 de novembro de 2019 –ele era ministro– e eu comemorei Lula livre. Pelo amor de Deus. Falta de caráter. Saiu do governo pela porta dos fundos. Traindo a gente”. 

O presidente ainda voltou a afirmar que Moro trocou uma possível indicação ao STF pela substituição do então diretor-geral da Polícia Federal, Maurício Valeixo. As movimentações na corporação teriam sido o estopim para a saída de Moro do governo. Bolsonaro fez a mesma afirmação em depoimento no inquérito que apura possível interferência política na PF.

“Querendo trocar o chefe da Polícia Federal, o diretor-geral da Polícia Federal, com a sua indicação para o Supremo: ‘Você me indica para o Supremo e daí você troca o diretor-geral’. O diretor-geral está em lei, a atribuição é minha trocar, não é nem o ministro, mas mesmo assim deixei nomear o senhor [Maurício] Valeixo”. 

Bolsonaro ainda citou o episódio que ficou conhecido como “Vaza Jato”. Na ocasião, supostas trocas de mensagens entre Moro, enquanto ainda era juiz federal, e o então procurador da República Deltan Dallagnol vazaram.

“Quando estourou a Vaza Jato, para fortalecê-lo, porque ele estava abatido, e reclamou aqui: ‘Dallagnol não apagava as mensagens, eu apagava’. Fui com ele no evento da Marinha para dar moral para ele, prestigiando o Moro porque ele estava muito abatido. Tive acesso a muita coisa que aconteceu lá, vergonhosas trocas de informações que eu tive conhecimento depois, mas dando moral para ele”, disse Bolsonaro, citando uma série de aparições públicas ao lado do ex-ministro.

Moro filiou-se ao partido Podemos em 10 de novembro. Em entrevista ao programa Conversa com Bial, da TV Globo, disse “estar pronto” para liderar um “projeto nacional”.

 

- Bolsonaro assina nomeação de André Mendonça como ministro no STF

Edição extra do Diário Oficial da União (DOU) desta quinta-feira (2) traz a nomeação do escolhido de Jair Bolsonaro (PL); posse será no dia 16 de dezembro 

A edição extra do Diário Oficial da União (DOU) traz a nomeação de André Mendonça como ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), após o nome do ex-ministro da Justiça e ex-advogado-geral da União ser aprovado no plenário do Senado na quarta-feira (1º). O documento foi assinado pelo presidente Jair Bolsonaro (PL).

O próprio presidente da República escolheu Mendonça para ocupar o lugar do ex-ministro Marco Aurélio Mello, aposentando compulsoriamente em julho deste ano ao completar 75 anos.

A cerimônia para posse de Mendonça deve acontecer no próximo dia 16, conforme previsão do presidente do Supremo, ministro Luiz Fux.

Segundo fontes ouvidas pela CNN, a data foi reservada tendo em vista que no dia 17 será realizada a última sessão antes do recesso de final de ano. No mesmo dia será realizada uma cerimônia de encerramento do ano Judiciário.

Nesta quinta-feira (2), Bolsonaro comemorou a aprovação do nome de Mendonça pelo Senado para uma vaga no STF. O presidente disse que a nomeação era motivo de felicidade.

“Hoje, para todos nós, cristãos, também é dia bastante feliz. Ontem, conseguimos enviar para o STF um homem terrivelmente evangélico”, afirmou Bolsonaro em evento de formação de sargentos do Exército, no Rio de Janeiro.

Na noite da quarta-feira (1º), após a vitória no Senado, Bolsonaro havia parabenizado Mendonça ao dizer, já na ocasião, que o “compromisso” de levar um “terrivelmente evangélico” para o STF havia sido concretizado.

Segundo indicado no STF

André Mendonça foi a segunda nomeação de alguém indicado por Jair Bolsonaro para o Supremo Tribunal Federal. O primeiro indicado pelo atual presidente da República para ocupar uma cadeira na Corte foi Kassio Nunes Marques, em 2020.

Mendonça teve a menor votação entre todos os atuais ministros do STF, com 47 votos a 32 no plenário do Senado Federal. Antes, na CCJ, a votação também foi mais equilibrada do que nas nomeações anteriores: com 18 votos a favor de Mendonça e nove contra.

 

- Presidente regulamenta auxílio gás e Programa Alimenta Brasil

Mulheres que foram vítimas de violência doméstica terão preferência

O presidente Jair Bolsonaro editou decreto que regulamenta a Lei 14.237/21, que institui o auxílio gás. O texto detalha regras necessárias à operacionalização do programa, destinado a atenuar o efeito do preço do gás liquefeito de petróleo (GLP) no orçamento de famílias de baixa renda.

O auxílio será concedido às famílias inscritas no Cadastro Único para Programas Sociais (CadÚnico) cuja renda familiar mensal per capita for igual ou inferior a meio salário mínimo e às famílias que tenham, entre seus membros, quem receba o Benefício de Prestação Continuada (BPC). A edição do decreto viabiliza a implantação do benefício a partir deste mês.

A lei prevê ainda que o auxílio seja concedido preferencialmente às famílias com mulheres vítimas de violência doméstica que estejam sob o monitoramento de medidas protetivas de urgência. Neste sentido, o decreto define que tal concessão será realizada a partir do acesso a informações do banco de dados mantido pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

As famílias beneficiadas terão direito, a cada bimestre, a um valor equivalente a 50% da média do preço nacional de referência do botijão de 13 quilogramas (kg) dos últimos seis meses. O preço de referência será estabelecido pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).

Programa Alimenta Brasil

Bolsonaro editou também hoje decreto que regulamenta o funcionamento do Alimenta Brasil, programa de aquisição de alimentos de produtores rurais familiares, extrativistas, pescadores artesanais, povos indígenas e demais populações tradicionais. O texto ainda amplia o limite de recursos que cada entidade familiar ou cooperativa pode receber do poder público.

"Não é admissível que nesse Brasil do conhecimento ainda exista brasileiro e brasileira passando fome. A fome não é silenciosa, ela dói", afirmou o ministro da Cidadania, João Roma, durante a solenidade de assinatura do decreto.

De acordo com o decreto, a partir de 1º de janeiro de 2022, o limite anual de valores pagos a unidades familiares para a aquisição dos alimentos vai aumentar em relação ao antigo programa, da seguinte forma:

ModalidadePPA (antigo)Alimenta Brasil
Compra com doação simultânea R$ 6,5 mil R$ 12 mil
Compra direta R$ 8 mil R$ 12 mil
Incentivo à produção e ao consumo de leite valor anual referente a venda 35 litros de leite por dia R$ 30 mil
Apoio à formação de estoques R$ 8 mil R$ 12 mil
Compra institucional R$ 20 mil R$ 30 mil

Para as cooperativas, o limite anual a ser pago também será aumentado nas modalidades apoio à formação de estoque, que passará de R$ 1,5 milhão para R$ 2 milhões; e compra direta, de R$ 500 mil para R$ 2 milhões. Nas demais modalidades, os limites serão mantidos: compra com doação simultânea, com R$ 2 milhões; e compra institucional, com R$ 6 milhões.

O Programa Alimenta Brasil tem como finalidade incentivar a agricultura familiar, promovendo a inclusão econômica e social dos agricultores familiares mais pobres, além de promover o acesso à alimentação, em quantidade, qualidade e regularidade necessárias, pelas pessoas em situação de insegurança alimentar e nutricional.

Fonte: Agência Brasil - Poder360