Economia

Economia prevê valor médio de R$ 415 para o Auxílio Brasil em 2022





O Ministério da Economia considera um valor médio de R$ 415 para o Auxílio Brasil nos cálculos do Projeto de Lei Orçamentária de 2022. A cifra consta em ofício enviado ao Congresso Nacional.

A Economia enviou um ofício à CMO (Comissão Mista de Orçamento) solicitando a inclusão de R$ 100 bilhões de novos gastos no Orçamento de 2022. Mais da metade dessa cifra vai para o Auxílio Brasil: R$ 54,6 bilhões.

No ofício, a equipe econômica afirma que a projeção orçamentária do Auxílio Brasil considera hipóteses como o pagamento de um benefício médio de R$ 415. Diz ainda que “foram realizadas simulações de referencial monetário, enviadas e confirmadas pelo Ministério da Cidadania” –área responsável pela gestão do programa.

Eis o trecho do ofício do Ministério da Economia que fala sobre o Auxílio Brasil:

Eis a íntegra do ofício enviado pela Economia ao Congresso (4 MB).

O presidente Jair Bolsonaro (PL) promete pagar um benefício de ao menos R$ 400 para as famílias vulneráveis atendidas pelo Auxílio Brasil. O Executivo, no entanto, ainda não havia falado sobre um valor médio de R$ 415 para o programa, que será uma das principais armas de campanha eleitoral do presidente em 2022.

O Auxílio Brasil começou em novembro pagando um benefício médio de R$ 224,41 para 14,5 milhões de famílias. O valor médio também ficou um pouco acima do valor anunciado inicialmente pelo governo, de R$ 217,18.

A diferença pode ocorrer por causa da estrutura de pagamentos do Auxílio Brasil. O programa calcula o valor do benefício de acordo com o número de dependentes da família e oferece incentivos como bolsas de iniciação científica e auxílio esporte escolar.

O benefício de dezembro começa a ser pago nesta 6ª feira (10.dez.2021) e terá um “benefício extraordinário” para chegar aos R$ 400. O governo, no entanto, depende do desfecho da PEC (proposta de emenda à Constituição) dos Precatórios para continuar pagando ao menos R$ 400 em 2022.

Poder360 procurou os ministérios da Economia e da Cidadania, mas ainda não recebeu mais informações sobre o valor médio do Auxílio Brasil previsto para 2022. O espaço segue aberto.

 

- Economia pede ao Congresso inclusão de R$ 100 bilhões no Orçamento de 2022

O Ministério da Economia enviou um ofício ao Congresso Nacional nesta 5ª feira (9.dez.2021) sugerindo mudanças ao projeto orçamentário de 2022. A proposta considera o espaço fiscal aberto pela PEC dos Precatórios e pede a ampliação das despesas do governo em R$ 100 bilhões.

Em nota, o Ministério da Economia disse que o ofício “alerta para a necessidade de ajustes nas despesas obrigatórias no Projeto de Lei Orçamentária de 2022, sobretudo naquelas influenciadas pela inflação — reestimada para cima desde o envio da proposta orçamentária em agosto”.

A correção de despesas obrigatórias como os benefícios previdenciários, o seguro-desemprego, o abono salarial e o BPC (Benefício de Prestação Continuada), no entanto, representa um acréscimo de R$ 39 bilhões ao Orçamento de 2022. É menos da metade dos R$ 100 bilhões de gastos adicionais solicitados pelo Ministério da Economia.

Além da correção das despesas obrigatórias pela inflação, o Ministério da Economia pede que sejam incluídas no Orçamento de 2022 despesas com o Auxílio Brasil de R$ 400, as vacinas contra covid-19 e o vale-gás.

Eis as despesas informadas pelo Ministério da Economia:

  • Auxílio Brasil: R$ 54,6 bilhões;
  • despesas obrigatórias: R$ 39 bilhões;
  • vacinas: R$ 4,5 bilhões;
  • vale-gás: R$ 1,9 bilhão.

A revisão do Orçamento proposta pelo Ministério da Economia não contempla a desoneração da folha, nem o reajuste dos servidores públicos, que vem sendo defendido pelo presidente Jair Bolsonaro (PL).

O ofício enviado ao Congresso Nacional é assinado pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, e diz que “a sugestão de alteração refere-se a despesas obrigatórias que inevitavelmente deverão ser arcadas para o próximo ano” e às“necessidades de incremento em programações voltadas a assistência social, saúde e educação, cujas reestimativas estão alinhadas com as alterações de políticas recentes aos mais vulneráveis”.

Eis a íntegra (4 MB).

No texto, o ministro da Economia também afirma que as sugestões consideram a PEC (proposta de emenda à Constituição) dos Precatórios. Ele diz que as mudanças aprovadas na PEC permitem a adequação do projeto orçamentário “às despesas obrigatórias ajustadas, seja pela alteração do cenário econômico ou referente a políticas de proteção social e educação”.

PEC dos Precatórios

As últimas estimativas do Ministério da Economia indicam que a PEC (proposta de emenda à Constituição) dos Precatórios abrirá um espaço fiscal de R$ 106,1 bilhões no Orçamento de 2022.

O uso de todo esse espaço fiscal, no entanto, ainda depende do desfecho da PEC dos Precatórios, pois o Congresso Nacional promulgou apenas uma parte da proposta.

A mudança no teto de gastos, que abre um espaço fiscal de R$ 62,1 bilhões foi promulgada. Já o limite para o pagamento anual de precatórios, que libera mais R$ 43,8 bilhões, passará por nova votação na Câmara.

Mensagem modificativa

A expectativa era de que o governo enviasse uma mensagem modificativa ao PLOA (Projeto de Lei Orçamentária Anual). O Ministério da Economia disse, no entanto, que a medida foi inviabilizada pela aprovação do parecer preliminardo Orçamento de 2022 na CMO (Comissão Mista de Orçamento).

O relatório preliminar aprovado na 2ª feira (6.dez.2021), no entanto, permite que essa comunicação ocorra mediante ofício. Em nota, o Ministério da Economia disse que o texto também prevê que essa comunicação possa, “eventualmente, ser considerada” pelo relator-geral do Orçamento, o deputado Hugo Leal (PSD-RJ). A área disse ser “prudencial” aprovar o Orçamento com as alterações propostas.

O ofício foi enviado nesta 5ª feira (9.dez), um dia depois da promulgação da 1ª parte da PEC dos Precatórios, para o relator-geral do Orçamento e para a presenta da CMO, senadora Rose de Freitas (MDB-ES). O ofício já está em análise técnica na Comissão Mista de Orçamento.

Fonte: Poder360