Política

Bolsonaro diz que estuda anistiar inadimplentes do ProUni





Presidente fez a declaração durante a tradicional live de quinta-feira

O presidente Jair Bolsonaro (PL) diz que estudar dar anistia para inadimplentes do Programa Universidade para Todos (ProUni). A declaração foi dada  durante transmissão pelas redes sociais do chefe do Executivo.

“Estamos estudando, não quero anunciar. Pessoal inadimplente aí do Prouni, brevemente. Tem gente que fica dizendo ‘eu vou anistiar’, por que não anistiou lá atrás?”, disse Bolsonaro.

A “indireta” sobre alguém que não anistiou os inadimplentes pode ser para o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Na última sexta-feira (3/12), o petista participou do podcast PodPah, onde falou sobre anistiar inadimplentes de outro programa educacional do governo, o Fundo de Financiamento Estudantil (Fies).

“Tem um milhão de meninos e meninas devendo pro Fies que não podem pagar. Anistia essas crianças, qual o prejuízo pro país? Tem tantos empresários que dão calote, o que custa anistiar esses meninos”, indagou o ex-presidente.

A declaração de Bolsonaro vem na mesma semana em que o presidente fez alteração na legislação do ProUni. A Medida Provisória 1075/21, publicada na terça-feira (7/12) no Diário Oficial da União, amplia o acesso de alunos de escolas privadas ao programa.

Com a nova Medida Provisória, estudantes do ensino médio privado que foram pagantes ou bolsistas parciais passam a ter acesso ao benefício. Até então, só podiam concorrer os alunos que passaram os três anos do ensino médio em escolas da rede pública ou em escolas privadas como bolsistas integrais.

 

Confira outras notícias

- Bolsonaro faz chacota de Miguel Reale ao falar de impeachment

Durante sua live semanal, o presidente Jair Bolsonaro fez chacota da idade do jurista Miguel Reale Júnior enquanto comentava sobre o seu mais recente pedido de impeachment. Em sua fala, afirmou que Reale estava “embalsamado, parecendo o Tutancâmon”. Bolsonaro também tentou imitar a fala do professor de direito penal e chamá-lo de “marionete da esquerda”.

Miguel Reale foi co-autor do 140º pedido de impeachment protocolado na Câmara dos Deputados contra Jair Bolsonaro, foi autor do pedido que derrubou a ex-presidente Dilma Rousseff e foi consultor jurídico da CPI da Covid-19. Além de atacar a idade do jurista, Bolsonaro negou a seriedade do pedido. “Tudo balela, tudo palhaçada. Não tem impeachment sem povo na rua, cadê a denúncia por corrupção?”, vociferou.

No pedido protocolado por Reale e com a assinatura de 17 juristas, Jair Bolsonaro é denunciado por, entre outros crimes, atentar contra a utilização e distribuição de vacinas contra a covid-19, criar um gabinete paralelo para fazer a gestão da pandemia no lugar dos órgãos de saúde, promover a utilização em massa de tratamentos ineficazes para a doença e deliberadamente tentar contaminar 60% da população a fim de acelerar o resultado da pandemia e tentar evitar possíveis impactos econômicos que pudessem comprometer sua imagem diante do setor financeiro em 2022.

 

- Moro e Doria fazem promessas para 2022 em seminário promovido pelo Correio

Os pré-candidatos à Presidência participaram virtualmente do seminário Desafios 2022: Para onde vai o Brasil, promovido pelo Correio Braziliense e transmitido via redes sociais.

O ex-ministro da Justiça e pré-candidato à Presidência pelo Podemos, Sergio Moro, frisou repetidamente a importância do combate à corrupção, deixando claro que essa será sua principal bandeira, caso se consolide como candidato ao Executivo. Ele e o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), deram depoimento em vídeo para o seminário Desafios 2022: Para onde vai o Brasil, promovido pelo Correio Braziliense e transmitido via redes sociais. O evento levanta o questionamento sobre os rumos do país, que ecoa nos espaços de debate político e econômico dada a proximidade das eleições de 2022.

Para Moro, a corrupção também afeta a produtividade do setor privado, “gera aquilo que nós chamamos de capitalismo de compadrio”, justificou. O termo citado pelo ex-juiz descreve uma economia em que o sucesso nos negócios depende da proximidade das relações entre os empresários e a classe política. “Não tem como você ser um governo eficiente e competente se você for um governo altamente corrupto”, completou. 

O pré-candidato disse ser necessário pensar os reveses sofridos no país atualmente. Segundo ele, há "leis sendo alteradas para dificultar o combate à corrupção, tribunais anulando condenações de criminosos por motivos meramente formais”.

“Claro que emprego, renda, combate à desigualdade, tudo isso é fundamental. Mas a gente não pode deixar essa bandeira de combate à impunidade e à corrupção para trás. Podemos, sim, seguir adiante, fazendo mais de uma coisa ao mesmo tempo, e vocês podem ter certeza de que trabalhar por uma boa causa vai favorecer o trabalho para as demais”, finalizou.

Doria

Também em depoimento ao Correio Debate, nesta quinta-feira, o pré-candidato à Presidência João Doria (PSDB) alertou para a necessidade de mudanças no Brasil, que resgatem a esperança e a fé da população. “Um Brasil que precisa reduzir a dimensão da pobreza, precisa gerar empregos, precisa proteger a saúde da sua população, respeitar o meio ambiente e se recuperar economicamente”, destacou em vídeo.

Aposta do PSDB, Doria elogiou a vanguarda do Correio em promover um debate tão relevante. “Parabéns ao Correio Braziliense, que está sempre à frente das causas e dos temas que podem mover o Brasil”, concluiu.

Moro e Doria se encontraram na semana passada, na casa da presidente do Podemos, Renata Abreu, e estabeleceram uma espécie de acordo de paz: não atacarão um ao outro. Uma nova reunião está agendada entre o governador e o ex-ministro para o fim do mês de janeiro. O período de convenções, quando serão definidos os candidatos à Presidência da República, ocorrerá entre 20 de julho e 5 de agosto de 2022.

Fonte: Congresso em Foco - Correio Braziliense