Economia

Dólar sobe a R$ 5,614, puxado por inflação nos EUA; Bolsa opera em alta





O dólar fechou a sexta-feira (10) em alta de 0,72%, vendido a R$ 5,614, com investidores reagindo aos dados da inflação de novembro nos Estados Unidose, paralelamente, analisando o índice de preços no Brasil, também divulgado hoje. Mesmo com os ganhos da sessão, a moeda americana termina a semana em queda acumulada de 1,16%, depois de subir 1,5% na anterior.

O Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores brasileira (B3), também caminha para encerrar o dia em alta. Por volta das 17h20, o indicador subia 1,31%, aos 107.680,16 pontos, após cair 1,67% na véspera. As negociações terminam às 18h.

O valor do dólar divulgado diariamente pela imprensa, inclusive o UOL, refere-se ao dólar comercial. Para quem vai viajar e precisa comprar moeda em corretoras de câmbio, o valor é bem mais alto.

Inflação nos EUA...

Mais cedo, o Departamento do Trabalho dos EUA informou que a inflação avançou 0,8% em novembro em relação ao mês anterior, chegando a 6,8% no acumulado dos últimos 12 meses — alta mais expressiva desde 1982. A expectativa, segundo pesquisa da Reuters, era um pouco menor, de 0,7%.

A inflação alta nos EUA, somada a dados de ontem que indicaram queda nos pedidos de auxílio-desemprego no país, reforça as expectativas do mercado de que o Fed (Federal Reserve, o Banco Central americano) está mais próximo de reduzir seus estímulos e voltar a subir os juros, hoje próximos a zero.

"Isso aumenta a procura por dólares", explicou à Reuters Felipe Steiman, gerente comercial da B&T Câmbio — já que juros mais altos nos EUA aumentam a rentabilidade dos investimentos em títulos soberanos do país, considerados os mais seguros do mundo.

... E também no Brasil

Enquanto isso, no Brasil, investidores também reagiram aos dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, mostrando que a inflação subiu 0,95% em novembro — a mais alta para o mês em seis anos, ainda que abaixo da expectativa de pesquisa da Reuters, de 1,08%.

Apesar dos indícios de descompressão no IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), "ainda acho que [os dados] pressionam o Banco Central a continuar nesse ritmo de 1,5 ponto percentual", comentou Gustavo Cruz, economista e estrategista da RB Investimentos, fazendo referência ao ciclo de altas nos juros básicos da economia (Selic) promovido pelo BC.

Na quarta-feira (8), o Copom (Comitê de Política Monetária) decidiu elevar a Selic de 7,75% para 9,25% ao ano, na maior sequência de aumentos desde 2002, em meio às preocupações com a inflação persistentemente alta.

Assim como acontece nos EUA com o dólar, juros mais altos no Brasil tendem a beneficiar o real, uma vez que tornam empréstimos na moeda brasileira mais atrativos a investidores. O problema é que "há tanta incerteza nos mercados que não dá para depender só da alta da Selic", ponderou Felipe Steiman, da B&T Câmbio.

Fonte: UOL com Reuters