Economia

Dólar emenda 3ª alta, de 1,07%, e fecha valendo R$ 5,674; Bolsa cai 0,35%





O dólar comercial subiu 1,07% nesta segunda-feira (13) e terminou o dia cotado a R$ 5,674 na venda, mesmo com uma intervenção do Banco Central no mercado para tentar conter a alta. Com o terceiro avanço seguido, a moeda chegou ao maior valor em uma semana, desde 6 de dezembro (R$ 5,69). Foi o maior salto diário em mais de um mês, desde 28 de outubro (+1,26%).

O Ibovespa caiu 0,35%, após passar a maior parte do dia operando com valorização. O principal índice da Bolsa de Valores brasileira (B3) fechou em 107.383,32 pontos — o ápice durante o dia chegou à casa dos 109 mil pontos.

Investidores atribuíram o resultado do dólar demanda sazonal pela moeda e a expectativas de que o Fed (Federal Reserve, o banco central dos Estados Unidos) se mostre mais duro com a inflação nesta semana, sinalizando aumento de juros, o que tende a atrair para lá recursos hoje investidos em outros países, como o Brasil.

O valor do dólar divulgado diariamente pela imprensa, inclusive o UOL, refere-se ao dólar comercial. Para quem vai viajar e precisa comprar moeda em corretoras de câmbio, o valor é bem mais alto.

Banco Central faz leilão

O Banco Central voltou a aumentar a oferta de moeda estrangeira no mercado de câmbio ao vender US$ 905 milhões em moeda física, o que ajudou a tirar a moeda de máximas perto de R$ 5,68 nesta segunda-feira.

É a segunda sessão consecutiva em que o BC faz oferta de dólar à vista, instrumento geralmente utilizando em momentos de maior escassez de moeda física no mercado.

Mais cedo, o BC já havia irrigado o mercado de câmbio com US$ 700 milhões via contratos de swap cambial tradicional —cuja colocação equivale a uma venda de dólares no mercado futuro.

Decisão sobre juros nos EUA

Entretanto, o aumento da oferta da moeda não foi suficiente para conter a alta, refletindo expectativas de que o Fed intensificará a velocidade da redução de seus estímulos ao fim de sua reunião de política monetária desta semana.

A expectativa de investidores é de que o Fed anuncie a aceleração do ritmo de redução de suas compras mensais de títulos ao fim de sua reunião desta semana, à medida que o mercado de trabalho norte-americano dá sinais contínuos de aperto e a inflação segue em patamares elevados, mostrando-se mais persistente do que as autoridades do banco central estimavam inicialmente.

Segundo Alexandre Almeida, economista da CM Capital, isso deixa o dólar com tendência global de apreciação nesta semana, uma vez que se espera que o Fed também antecipe suas expectativas para aumentos de juros nos EUA, elevando a atratividade da moeda norte-americana.

Na quarta-feira, quando se encerra o encontro de dois dias do Fed, será divulgado o gráfico de pontos trimestral do banco central, que mostrará suas projeções para os custos dos empréstimos. O último "dot plot" do Fed, como é conhecido, havia mostrado as 18 autoridades da instituição igualmente divididas sobre a necessidade de aumentar os juros no próximo ano.

Além da reunião do Fed, esta semana contará com os encontros de política monetária dos bancos centrais de zona do euro, Japão, Reino Unido e México, entre outros.

Fonte: UOL com Reuters