A PGR abriu uma apuração preliminar para investigar a existência de um suposto esquema de “rachadinha” envolvendo o senador Davi Alcolumbre (DEM-AP), presidente da CCJ.
A apuração é conduzida pela subprocuradora-geral da República, Lindôra Araújo. Se o MP (Ministério Público) encontrar indícios de crime, pode pedir a abertura de um inquérito para investigar o caso.
As suspeitas envolvendo o esquema começaram depois que a revista Vejapublicou texto afirmando que ao menos 6 mulheres seriam funcionárias fantasmas do congressista. De acordo com o texto, elas teriam recebido salários sem trabalhar oficialmente.
“Caso surjam indícios de possível prática de ilícitos penais pelo noticiado (Alcolumbre), poderá ser requerida a instauração de inquérito nesse Supremo Tribunal Federal para a produção de provas de materialidade e indícios de autoria”, afirma Lindôra em despacho enviado ao Supremo.
O servidor Paulo Boudens, ex-chefe do gabinete de Alcolumbre, vai ser ouvido pela PGR na 6ª feira (17.dez). O órgão também vai analisar um relatório parcial feito pela Secretaria de Polícia Legislativa do Senado.
Quando o caso veio à tona, Alcolumbre disse ser alvo de uma “campanha difamatória sem precedentes”.
“Há algumas semanas soltei nota à imprensa informando que não aceitaria ser ameaçado, intimidado e tampouco chantageado. Pois bem, além de repetir firmemente o mesmo posicionamento, acrescento que tenho recebido todo tipo de “aviso”, enviado por pessoas desconhecidas, que dizem ter informações sobre uma orquestração de denúncias mentirosas contra mim”, afirmou.
Marina Ramos Brito dos Santos, Erica Almeida Castro, Lilian Alves Pereira Braga, Jessyca Priscylla de Vasconcelos Pires, Larissa Alves Pereira Braga e Adriana Souza de Almeida admitiram ter atuado como funcionárias fantasmas e relatam como funcionava o esquema.
Eis um resumo:
Eis alguns trechos dos relatos:
Davi Alcolumbre está sendo processado por Larissa Alves Braga. A dona de casa foi contratada como “auxiliar júnior” em 2019. Em outubro do ano passado, seu contrato de trabalho foi encerrado sem nenhum aviso prévio, enquanto ela estava grávida. Ela conta que está pedindo indenização na Justiça porque foi exonerada com 7 meses de gravidez.
Lilian Alves Braga, irmã de Larissa, foi “assessora júnior” do gabinete de Alcolumbre até março deste ano. Ela também admite que nunca trabalhou. Também foi demitida quando estava grávida de 8 meses e cobra uma indenização do senador por não ter recebido os direitos trabalhistas.
Segundo a Veja, no processo que tramita na Justiça, as irmãs e a diarista Marina Brito, que também teve o contrato encerrado quando esperava um filho, anexaram documentos para provar a relação funcional que tiveram com o senador.
Entre os papéis, há extratos bancários que comprovariam que alguém zerava as contas das ex-funcionárias depois que os pagamentos eram creditados. Os saques eram feitos num caixa eletrônico que fica a 200 metros do gabinete do senador.
Fonte: Poder360