Política

Pfizer diz que não há previsão de entregar vacinas pediátricas ao Brasil





A Pfizer afirmou nesta 6ª feira (17.dez.2021) que ainda não é possível determinar a data de entrega das vacinas pediátricas contra covid-19 ao Brasil. O comunicado foi divulgado depois que a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) autorizou a imunização de crianças com idade entre 5 e 11 anos com a vacina desenvolvida pela farmacêutica.

“A companhia está fazendo todos os esforços para que doses cheguem ao país o mais rapidamente possível e atuando junto ao governo para definir as próximas etapas desse processo”, comunicou a farmacêutica.

A vacina da Pfizer contra covid-19 para essa faixa etária terá uma dosagem menor do que a da vacina convencional. As crianças devem receber 2 doses de 10 microgramas dentro de um intervalo de 21 dias. O cronograma vacinal da população infantil ainda não foi definido pelo Ministério da Saúde.

O governador de São Paulo, João Doria, autorizou a Secretaria de Saúde do Estado a iniciar as negociações com a Pfizer para adquirir as vacinas pediátricas. Um ofício foi enviado à farmacêutica comunicando o interesse do governo paulista.

 

Confira outras notícias 

- Ministro da Saúde fará audiência pública para avaliar vacina em crianças

O Ministério da Saúde ira divulgar uma cronograma para debater se irá adotar vacinação contra a Covid-19 para crianças entre 5 e 11 anos aprovada pela Anvisa

O Ministério da Saúde irá divulgar uma cronograma para debater se irá adotar vacinação contra a Covid-19 para crianças entre 5 e 11 anos aprovada pela Anvisa nesta quinta-feira.

“Vamos divulgar um cronograma antes de tomar uma decisão. Queremos discutir esse assunto com a sociedade. Iremos realizar uma audiência pública. O ministério vai fazer uma análise sobre todos os aspectos dessa vacinação”, disse o ministro da Saúde Marcelo Queiroga à CNN.

Ele, porém, não estimou um prazo para a divulgação do cronograma nem quando deverá ser realizada a audiência publica. “O que posso dizer é que será célere”, declarou.

De acordo com Queiroga, há um contrato de compra de 100 milhões de doses com a Pfizer que será utilizado para comprar as vacinas para as crianças se o governo assim decidir.

Queiroga negou haver pressão política do presidente Jair Bolsonaro sobre a pasta para que crianças não sejam vacinadas. “O presidente nunca me disse que é contra. Ele quer que seja feita uma análise técnica e é isso que iremos fazer”, disse.

“O presidente é o chefe de estado, é o chefe de governo. E a gente informa ele das questões técnicas. Fora isso, toda a polêmica em torno do assunto é fumaça.”

Na sua live semanal nesta quinta-feira, Bolsonaro disse que iria divulgar o nome dos técnicos da Anvisa que autorizaram a vacinação.

 

- Ômicron: G7 fala em "maior ameaça à saúde pública"

Países do grupo pedem cooperação diante da variante

Os ministros da Saúde do G7 - grupo dos países mais industrializados do mundo - pediram cooperação diante da variante Ômicron do SARS-CoV-2, que consideram ser "a maior ameaça atual à saúde pública mundial".

No final da última reunião durante a presidência britânica do G7, os ministros da Alemanha, do Canadá, dos EUA, da França, Itália, do Japão e Reino Unido declararam-se “profundamente preocupados pelo aumento do número de casos” da nova variante.

Em comunicado, consideraram “mais importante do que nunca cooperar estreitamente”, bem como “vigiar  e partilhar informação”. Em relação às vacinas, insistiram na importância das “campanhas de mobilização”.

Os ministros “reiteraram o compromisso” de “lutar contra a pandemia em curso e construir defesas para o futuro”.

Lembrando que o fato de “trabalhar em conjunto é crucial face à onda de Ômicron que cresce rapidamente”, insistiram na importância de “um acesso equitativo aos diagnósticos, à sequenciação genética”, bem como às vacinas e aos tratamentos.

Biden alerta 

O presidente norte-americano, Joe Biden, alertou para um “inverno de doenças graves e mortais” para os não vacinados. Em muitos estados, os sistemas de saúde estão sob forte pressão devido ao aumento de infecções pela variante Delta durante o feriado de Ação de Graças. Os casos de Ômicron também estão aumentando.

“Para os não vacinados, estamos diante de um inverno de doenças graves e mortais. A única proteção real é receber a vacina”, afirmou Biden.

A variante Ômicron foi responsável por quase 3% dos casos de covid-19 no sábado passado (11)  – diante de 0,4% na semana anterior, segundo dados do Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC). Com base na experiência de outros países, o índice deve continuar a crescer e pode tornar-se dominante nas próximas semanas.

“Suspeito que os números vão disparar dramaticamente nas próximas semanas”, afirmou Céline Gounder, especialista em doenças infeciosas e epidemiologista da Universidade de Nova Iorque e do Hospital de Bellevue.

Céline espera que a onda da variante Ômicron atinja o pico em janeiro e caia durante o mês de fevereiro.

Em reunião com líderes estaduais, na terça-feira (14), o CDC apresentou dois cenários, com base em modelos, de como a nova variante pode levar a infecções nas próximas semanas e meses. Os casos de Ômicron e Delta podem atingir o pico em janeiro.

Para a especialista, não está claro qual a variante do SARS-CoV-2 (Delta ou Ômicron) dominará nos próximos meses ou se coexistirão. Independentemente disso, “prevemos um aumento das hospitalizações e no sistema de saúde nos próximos meses”.

Estados Unidos

Os Estados Unidos já ultrapassaram os 800 mil óbitos por SARS-CoV-2.

O país já enfrentava uma onda da Delta, que começou antes do feriado de Ação de Graças, e as autoridades temem que as viagens e reuniões durante o Natal e ano-novo possam adicionar crescimento explosivo a uma situação já tensa.

Em todo o país, as escolas registram aumento de casos e algumas estão fechando mais cedo ou reduzindo as aulas presenciais. Em Nova Iorque, a Universidade Cornell notificou 903 casos entre estudantes em uma semana – muitos deles com a variante Ômicron e em pessoas com a vacinação completa.

Testes

Em vários estados, os hospitais estão próximos da lotação. “Os sistemas de saúde necessitam de um plano para o provável aumento de hospitalizações nas próximas semanas”, acrescentou Céline Gounder. A especialista em doenças infecciosas defende que as autoridades de saúde pública aumentem a testagem e a vigilância em todo o país.

Alguns dos fundos do American Rescue Plan podem ser usados em nível estadual e local para a compra de testes, algo que os estados de Massachusetts e Colorado já estão fazendo. “Com a Ômicron, os testes frequentes podem ser mais importantes do que eram com as variantes anteriores”, destacou Céline.

“A Ômicron tem período de incubação mais curto, de dois a três dias. Se quisermos detectar a maioria dessas infecções e fazer algo para combater o contágio, temos de fazer um teste todos os dias”, disse.

A especialista explicou ainda que entre 15% e 30% dos testes positivos devem ser sequenciados para perceber qual a variante que está se espalhando pelo país. “Aumentamos drasticamente o número de testes realizados, mas não estamos onde precisamos estar. A vigilância das águas residuais também pode ser uma ferramenta útil para conter o que está a vir e com rapidez”.

Nas áreas de Nova York e Nova Jérsey, por exemplo, a Ômicron está presente em 13% dos casos.

O plano nacional de Biden para lidar com a variante Ômicron exclui restrições e pedidos de permanência em casa. A maioria dos estados viu seus poderes de saúde local significativamente restringidos durante a pandemia, tornando mais difícil adotar medidas de emergência para retardar a propagação do SARS-CoV-2.

Intensificar a vacinação, incluindo a primeira dose e doses de reforço, também será importante para combater as ondas atuais. Céliner defende que ”isso exigirá uma campanha planejada para educar o público sobre o que é importante - por exemplo, vacinar crianças”.

Melhorar a ventilação e a filtragem do ar também é importante, assim como usar máscaras de qualidade.

A especialista considera que ainda é muito cedo para dizer se a Ômicron é mais ou menos letal do que as variantes anteriores. “A virulência [capacidade de um microrganismo patogênico se multiplicar no organismo e provocar doença] depende da idade da pessoa, bem como de outros dados demográficos, mas a idade é provavelmente a mais importante”.

As evidências disponíveis indicam que a Ômicron é mais transmissível e evasiva do sistema imunológico, tornando a infecção mais provável entre os que foram vacinados ou se recuperaram da doença.

Entretanto, um painel de consultores externos do CDC recomendou o direcionamento às vacinas de mRNA para a proteção contra a covid-19 – ou seja, as vacinas da Pfizer/BioNTech ou Moderna – em preferência à da Johnson & Johnson, devido a riscos de coagulação do sangue. O regulador ainda precisa aprovar essa orientação.

 

Fonte: Agência Brasil - Poder360 - CNN Brasil