Relator do Orçamento de 2022, o deputado Hugo Leal (PSD-RJ) cedeu uma fatia do orçamento para o aumento de policiais federais no ano que vem. Na última versão apresentada nesta terça-feira (21/12), após várias reuniões, o acordo fechado define R$ 1,7 bilhão para o reajuste salarial e a reestruturação de cargos do setor.
O valor ficou abaixo do pleiteado pelo presidente Jair Bolsonaro (PL), que ligou ao relator na segunda (20) pedindo que ele considerasse o ajuste à sua base aliada mais estremecida desde o ano passado.
Os policiais, no entanto, comentam em bastidores que, mesmo que votem a verba, ela vai para três polícias: Rodoviária Federal, Polícia Federal e Polícia Penal. Logo, segundo a categoria, “não dá para saber quanto, para quem, qual o percentual de reajuste e nem mesmo se ele será linear”.
A Comissão Mista de Orçamento (CMO) debate hoje na Câmara Federal. Às 17h, a peça irá ao Senado Federal. É a última agenda do Congresso antes do recesso de fim de ano. Senadora Rose de Freitas (MDB-ES), presidente da CMO, afirma que "não há" possibilidade de deixar a votação para o próximo ano. Contudo, vale lembrar que o orçamento de 2021 só foi aprovado em março deste ano.
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- Paulo Guedes fica em férias até 8 de janeiro
O ministro da Economia, Paulo Guedes, entrou de férias na 2ª feira (20.dez.2021). Vai ficar licenciado do cargo até 7 de janeiro. O substituto será Marcelo Guaranys, secretário-executivo da Economia. Guedes deixou a função em um momento em que o Congresso sequer apresentou o Orçamento do próximo ano.
- O Lula que vemos é uma ilusão de óptica, diz Ciro Nogueira
O ministro-chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira, disse nesta 3ª feira (21.dez.2021) que, se o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) for eleito em 2022, terá comportamento diferente da campanha eleitoral.
“O Lula que estamos vendo hoje é uma ilusão de óptica. Não é esse Lula que vai para campanha, bonzinho, longe da Gleisi Hoffmann, do Zé Dirceu, do Vaccari[João Vaccari Neto]. Ele vai ter que fazer campanha com Lindinho [como Lindbergh Farias foi identificado nas planilhas de delatores da Odebrecht], com a Gleisi. São pessoas que têm rejeição muito grande no país”, disse Ciro Nogueira em entrevista ao jornal Valor Econômico.
“Ele está tentando esconder a foto dele com a Dilma, tentando se aproximar de outras pessoas. O Lula que vai governar é o Lula da Dilma, da Gleisi, do Zé Dirceu, do Lindinho. Eu conheço. São pessoas que a grande maioria da população não quer ter de volta”, afirmou.
Segundo o ministro, que disse ter acesso a pesquisas internas de opinião, não haverá outro candidato que não Lula ou o presidente Jair Bolsonaro (PL) no 2º turno.
“Nas pesquisas a que eu tenho acesso, as perspectivas de uma 3ª via no país são praticamente nulas. Nas pesquisas a que eu tenho acesso, o presidente Lula está à frente, mas não é por uma margem muito significativa. O que eu vejo muito consolidada é a intenção de voto espontânea, deixa o Lula na margem de 6 a 8 pontos distantes do Bolsonaro”, disse Ciro Nogueira em entrevista ao jornal Valor Econômico.
Para o ex-presidente do Progressistas, Bolsonaro será reeleito. “Eu tenho certeza que as pessoas de bom senso no nosso país vão reeleger o presidente, até porque, na história do Brasil, nunca se deixou de reeleger um presidente. Existe um sentimento nas pessoas que a reeleição é praticamente um direito do governante.”
Na entrevista, o ministro falou sobre a possível chapa entre Lula e o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin (sem partido): “São 2 grandes homens públicos, mas que têm trajetórias de vida completamente diferentes. Igual a um cruzamento de porco-espinho com capivara. Não sei o que vai acontecer”. E completou: “Não vejo muita chance de ter um sucesso eleitoral nessa aliança nem que possa ter resultado na eleição”.
Nogueira, que tem mandato há 26 anos, afirmou que o petista e o presidente trabalham para angariar os partidos e os eleitores de Centro. “São 2 extremos o Bolsonaro e o Lula. Quem atrair o centro ganha a eleição. Acho que a tentativa do Lula é atrair o centro, já que o centro hoje está muito mais com o perfil de apoiar Bolsonaro.”
Ciro Nogueira disse que não deve tentar novos cargos eletivos em 2022. Afirmou que terá como missão cuidar do governo enquanto o presidente estiver nas ruas e auxiliar na coordenação da campanha pela reeleição. A estratégia será focada na recuperação da economia, declarou. “A determinação do presidente é focar em duas vertentes: reduzir a inflação e aumentar a oferta de emprego.”
Fonte: Poder360