O presidente Jair Bolsonaro “convocou” a esquerda a fazer um panelaço durante seu pronunciamento de fim de ano em cadeia de rádio e TV. A mensagem, que já foi gravada, irá ao ar em 31 de dezembro. Bolsonaro declarou que seus opositores devem promover o ato para comemorar “3 anos sem corrupção”.
“Gravei hoje para o fim de ano uma mensagem. Então já convoco o pessoal da esquerda para fazer um super panelaço para comemorar 3 anos sem corrupção. Deve ser isso que está incomodando muito a esquerda no Brasil. Então dia 31, um panelaço da esquerda para comemorar 3 anos de Jair Bolsonaro sem corrupção”, disse em entrevista a emissoras de televisão em São Francisco do Sul, no litoral catarinense, onde o presidente passará o feriado de Ano Novo.
O presidente também declarou que as prioridades do governo para o próximo ano serão controlar a inflação e o aumento de vagas de emprego, mas ressaltou que foram criadas 3 milhões de vagas formais em 2021.
Bolsonaro também voltou a questionar a vacinação para crianças de 5 a 11 anos. Disse que sua filha Laura, 11, não será vacinada porque “o mundo ainda tem muitas dúvidas” sobre a imunização.
O Ministério da Saúde anunciou nesta 2ª feira que é favorável à vacinação dessa faixa etária, mas só anunciará a regulamentação em janeiro. Isso porque ainda quer “ouvir a sociedade”.
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- Novo líder do PT defende alianças e maior oposição a Bolsonaro em 2022 - Congresso em Foco
Conduzido na semana passada à liderança do PT na Câmara, o deputado Reginaldo Lopes (MG) defende que o partido faça uma posição mais dura ao governo Bolsonaro em 2022. Segundo ele, caberá à legenda aumentar a resistência à atual gestão e unificar esforços com outras siglas da esquerda e centro-esquerda para constituir uma base de sustentação ao ex-presidente Lula caso ele derrote Bolsonaro no próximo ano.
Para o líder petista, 2022 será um ano de resistência e travessia. “Teremos ainda um ano de Bolsonaro. Precisamos aumentar a resistência e a denúncia e garantir a travessia. Fazer política de reparação de danos, aumentar o diálogo com a sociedade e aumentar a mobilização contra um governo desorganizado e despreparado”, disse o deputado ao Congresso em Foco. “Vamos aumentar nossa resistência, a denúncia”, reforçou.
Reginaldo Lopes defende que o PT forme uma federação partidária com o PSB, o PV, o Psol e o PCdoB, conforme negociações em andamento. Com a federação, os integrantes atuarão como se fossem um só partido durante os quatro anos da legislatura.
“Isso será importante. Ao contrário das coligações, que eram meramente aliança eleitoral, agora será uma aliança política e programática. Acho necessário, até porque, na minha opinião, essa será uma reivindicação dos partidos que apoiarão o presidente Lula”, afirmou. Na avaliação dele, o PT terá também de ceder aos apelos dos aliados.
“Cabe ao PT compreender que, do ponto de vista eleitoral, isso é importante para os partidos. Será muito importante para o futuro da esquerda, e para a nitidez programática do governo Lula esse bloco de forças políticas”, acrescentou.
Um dos primeiros atos da liderança de Reginaldo Lopes será a realização de um seminário com a bancada do PT na Câmara, entre os dias 31 de janeiro e 1o de fevereiro de 2022. Segundo ele, além de resistir, o partido terá de resgatar seu lado, apontando para o futuro, e se preparar para uma transição democrática caso vença a eleição presidencial.
“O nosso legado é o nosso grande passaporte para voltarmos à Presidência da República. É o ganho real, a política de proteção social federativa, os planos de obra, o orçamento com aumento de investimentos, as obras estruturantes, e não obras feitas por indicações meramente parlamentares”, ressaltou.
Em seu quinto mandato federal, Reginaldo Lopes defende que o PT divulgue seu programa para o país, apontando para a necessidade das reformas estruturantes, como a tributária, de plano para eliminação da miséria e da desigualdade social e pense além da eleição. Para ele, uma eventual chapa entre Lula e Geraldo Alckmin, para vice, tem condições de trilhar esse caminho.
“Lula quer o desenvolvimento do país, quer reduzir o desemprego e a fome, quer unificar o Brasil. Alckmin tem uma história mais de socialdemocracia no PSDB, mais progressista dentro do partido, e agora rompeu com o PSDB. É um municipalista, entende que não tem política pública sem Estado. Tem conceito diferente da gente do papel do Estado, mas não é defensor do estado mínimo, do ultraliberalismo e do capital improdutivo”, considerou. Para o líder petista, a eleição de Lula passará pelo diálogo com todos os setores da sociedade. “Temos capacidade de atrair setores que não estão no campo da esquerda e centro-esquerda para elaborar uma sustentabilidade política para o nosso programa”, afirmou.
- TCU determina que empresa revele quanto pagou a Moro
O ministro Bruno Dantas, do Tribunal de Contas da União (TCU), determinou que a empresa Alvarez & Marsal revele quanto pagou ao ex-juiz Sergio Morodepois que ele deixou a empresa, em outubro, para se lançar na política.
Dantas acolheu um pedido feito pelo Ministério Público junto ao TCU no começo do mês. E determinou também o levantamento, no Judiciário, de todos os processos de recuperação judicial em que a Alvarez & Marsal atuou no período da Lava Jato.
O ministro já afirmou em despacho anterior que atos de Moro "naturalmente" contribuíram para a quebra da Odebrecht –e quer saber se a Alvarez & Marsal foi beneficiada ao se envolver na recuperação da empreiteira e de outras organizações investigadas por Moro.
O ministro solicitou os contratos da Alvarez & Marsal em ordem cronológica, para saber a evolução dos negócios da companhia no Brasil desde a Lava Jato.
Ao justificar o pedido de investigação, o subprocurador-geral Lucas Furtado afirmou ser necessário apurar os prejuízos ocasionados aos cofres públicos por "operações supostamente ilegais" de integrantes da Lava Jato e de Moro "mediante práticas ilegítimas de revolving door", ou "porta giratória" –quando servidores públicos assumem postos como lobistas ou consultores na área de sua atividade anterior no serviço público.
Moro sempre negou que seu trabalho na Alvarez & Marsal tinha conflito de interesses. Quando o Ministério Público pediu a abertura de investigações e o valor de seus ganhos na empresa, ele afirmou à coluna, por meio de sua assessoria: "O contrato com a Alvarez & Marsal foi assinado entre partes privadas, de forma regular, e com a cláusula expressa de que jamais atuaria em casos de potencial conflito de interesses. Portanto, jamais trabalhei ou prestei serviço, direta ou indiretamente, para a Odebrecht".
Fonte: Poder360 - Congresso em Foco - Folha