Saúde

Covid pode causar danos vasculares ao coração, indica estudo





A covid-19 pode afetar diretamente a saúde do coração, com danos aos tecidos cardíacos. O coronavírus pode tornar os vasos capilares –os menores vasos sanguíneos do corpo humano– mais frágeis nas pessoas com casos graves da doença.

As análises sobre o efeito do vírus no tecido cardíaco foram realizadas pela Universidade de Göttingen e pela Faculdade de Medicina de Hannover, na Alemanha. O estudo utilizou imagens de raio-X em 3D (3 dimensões) do coração de vítimas de covid-19.

Os resultados do estudo foram publicados na revista científica eLife em 21 de dezembro. Eis a íntegra da pesquisa, em inglês (42 MB).

Segundo a pesquisa, a fragilidade dos vasos sanguíneos do coração causada pela covid-19 deixa o tecido menos saudável do que o normal. Mesmo na comparação de outras doenças que também podem afetar o coração, o coronavírus se mostrou como um vírus de maior impacto.

“Os parâmetros obtidos com isso mostraram uma qualidade completamente diferente em comparação com o tecido saudável, ou mesmo com doenças como gripe grave ou miocardite comum”, dizem os pesquisadores em um comunicado.

A análise microscópica indica que o coronavírus fragiliza tanto o coração que rachaduras, nós e ramificações dos vasos são formados. Ou seja, essas estruturas tendem a se romper por causa do coronavírus. O corpo forma novas estruturas, mas elas não são tão fortes ou saudáveis como as anteriores.

Com isso, a estrutura do tecido do coração fica mais fraca e mais dispersa, assim como o próprio órgão.

Como os vasos do coração são similares aos encontrados no pulmão, os pesquisadores indicam que um impacto semelhante pode ser encontrado no órgão. A covid-19 é uma doença respiratórias, assim, os pulmões são mais afetados. A fragilização dos vasos capilares pode explicar os danos observados no órgão respiratório.

 

Confira outras notícias 

- Números da covid disparam em dezembro com 1,45 milhão de novos casos

Um levantamento realizado pela universidade de Johns Hopkins, nos EUA, revela que o número de novos casos da Covid-19 no mundo disparou ao longo do último mês de dezembro. O súbito aumento começou no último dia 15, e atingiu seu ápice já na segunda-feira (27), com a detecção de 1,45 mihões de casos pelo mundo. Espanha, Reino Unido e EUA são os principais focos de novos casos, somando mais de um milhão de pacientes.

O Brasil apresenta um padrão diferente do apresentado no resto do mundo. O mesmo estudo demonstra que desde o mês de agosto houve uma queda constante de detecção de novos casos no país, enquanto que os dados mundiais apontavam para uma constante oscilação. Apesar disso, o pico de dezembro não deixou de se manifestar no país. Até a semana anterior ao dia 20, o Brasil oscilava entre 1 mil e 3 mil novos casos ao dia. Após o dia 20, apresentaram aumento até a marca dos 6,9 mil casos detectados no dia 27.

Os gráficos abaixo mostram a detecção de casos diários ao longo da pandemia e o mapa de novos casos do coronavírus no mundo:

 

Se o aumento no número de casos indica que o mundo ainda vive uma pandemia, o volume de mortes em decorrência da covid-19 tem diminuído a medida em que a vacinação avança. Dados da mesma universidade indicam que o mundo registra, atualmente, a taxa de 0,82 mortos por milhão de habitantes. O pico foi em 28 de janeiro, quando se contabilizou 1,87 mortos por milhão. Já o percentual da população mundial completamente vacinada está em 48,4%.

Carnaval com covid

Além das comemorações de final de ano, a realização do carnaval, uma das maiores festas populares do mundo, preocupa os infectologistas e as autoridades sanitárias. No Brasil, ainda há indefinição da maioria dos estados quanto à realização de eventos públicos abertos, apesar de diversas festas privadas já estarem com ingressos à venda.

Na Bahia, o governador Rui Costa (PT) foi um dos primeiros a se pronunciar sobre o assunto. Ele disse que “ficou impossível” a realização da festividade em 2022. “Só uma pessoa completamente irresponsável autorizaria o carnaval nessas condições”, afirmou.

Curitiba, cujo carnaval de rua vinha ganhando proporções nos últimos anos também emitiu um posicionamento da Fundação Cultural informando o cancelamento da festa.

Em Minas Gerais, as cidades históricas como Ouro Preto, Diamantina e Mariana, conhecidas por serem polos carnavalescos, decidiram, por unanimidade, que não irão promover o carnaval no próximo ano.

Entretanto, outros estados conhecidos por grandes aglomerações durante o período de folia, a exemplo de Pernambuco, Rio de Janeiro e São Paulo, tem empurrado a decisão para o próximo ano.

 

Fonte: Poder360 - Congresso em Foco