Economia

IGP-M fecha 2021 com inflação acumulada de 17,78%





Taxa ficou abaixo da observada em 2020, quando ficou em 23,14%

O Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M), usado no reajuste dos contratos de aluguel no país, fechou 2021 com uma inflação de 17,78%, acumulada no ano. A taxa ficou abaixo da observada em 2020 (23,14%). O dado foi divulgado hoje (29) pela Fundação Getulio Vargas (FGV).

A queda foi puxada exclusivamente pelos preços no atacado. O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), que mede o segmento, passou de uma inflação de 31,63% em 2020 para uma taxa de 20,57% neste ano.

Por outro lado, tanto o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) quanto o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) tiveram alta na taxa.

A inflação do IPC, que mede o varejo, passou de 4,81% em 2020 para 9,32% neste ano. Já o INCC subiu de 8,66% para 14,03% no período.

Em dezembro deste ano, o IGP-M variou 0,87%, acima do 0,02% de novembro, mas abaixo do 0,96% de dezembro de 2020.

Confira outras notícias 

- Indicador de Incerteza da Economia da FGV cai sete pontos, em dezembro

O Indicador de Incerteza da Economia (IIE-Br), medido pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre-FGV), caiu sete pontos em dezembro, passando para 122,3 pontos. Com essa terceira queda consecutiva, o indicador está 7,2 pontos acima do nível de fevereiro de 2020 (115,1 pts), último mês antes da chegada da pandemia do novo coronavírus ao país.

A economista do Ibre-FGV Anna Carolina Gouveia explicou que a terceira queda consecutiva do IIE-Br foi impulsionada por seus dois componentes, de Mídia e de Expectativa, que desde julho deste ano não registravam queda simultânea. Segundo Anna Carolina, o resultado reflete a continuidade da melhora dos indicadores da covid-19 no Brasil, já levando em conta a disseminação, até o momento moderada, da variante Ômicron no país. Reflete, ainda, “a menor dispersão, se comparado ao mês anterior, das previsões de especialistas para os cenários de variáveis macroeconômicas em 2022”.

A economista apontou que o IIE-Br termina 2021 acima dos 120 pontos, nível ainda insatisfatório para o indicador. “Os próximos resultados de curto prazo dependerão da evolução, principalmente, da nova variante do coronavírus no Brasil”, afirmou.

Os dois componentes do Indicador de Incerteza caminharam no mesmo sentido em dezembro. O componente de Mídia caiu cinco pontos, para 117,6 pontos, menor nível desde maio de 2021 (117 pontos) e contribuiu de forma negativa em 4,4 pontos para o índice agregado. O IIE-Br Mídia se baseia na frequência de notícias com menção à incerteza nas mídias impressa e online, e é construído a partir das padronizações individuais de cada jornal.

O componente de Expectativa, que mede a dispersão nas previsões de especialistas para variáveis macroeconômicas, caiu 12,2 pontos, para 131,8 pontos, interrompendo a sequência de altas iniciada em agosto deste ano. Este componente contribuiu também negativamente em 2,6 pontos para a evolução na margem do IIE-Br.

 

- Inflação do aluguel acumula alta de 17,78% em 2021

Conforme dados da FGV, o IGP-M registrou alta de 0,87%, acelerando em relação à alta de 0,02% de novembro e acumulando elevação de 17,78% no ano

A inflação do aluguel, medida pelo Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M), registrou alta de 0,87% em dezembro, acelerando em relação ao avanço de apenas 0,02% de novembro, conforme dados divulgados nesta quarta-feira (29/12) pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre). No acumulado do ano, o indicador registrou alta de 17,78%.

Em dezembro de 2020, o IGP-M registrou alta de 0,97% e acumulou elevação de 23,14% em 12 meses, a maior variação desde 2002. 

A principal contribuição do IGP-M de dezembro acompanhado mensalmente pelo FGV Ibre veio do Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), que subiu 0,95% em dezembro, após queda de 0,29% em novembro. De acordo com o economista e coordenador dos Índices de Preços do FGV Ibre, André Braz, o IGP-M em 12 meses apresentou desaceleração em relação ao pico de 2020, mas continua na casa de dois dígitos.

"A inflação ainda está bem alta e muito puxada pelo índice de preços ao produtor. O ano de 2021 foi difícil por conta do aumento de preços de várias matérias-primas, principalmente, agropecuárias, por conta da crise hídrica e da quebra de safra de milho, do café e da cana-de-açúcar. Tivemos também aumentos dos preços do petróleo. Gasolina e diesel subiram muito de preço e comprometeram a atividade industrial”, explicou Braz. Ele destacou também que o custo da energia elétrica que também foi afetado pelo baixo volume de chuvas. “E toda essa pressão de energia mais cara, produtos e insumos mais caros fiz com que o IGP-M registrasse inflação de dois dígitos próxima à do ano passado, que encerrou com alta de 23,14%", acrescentou. 

Conforme os dados da FGV, a maior contribuição para o resultado do IPA partiu do subgrupo combustíveis para o consumo, cuja taxa passou de 8,60% para 0,25%, entre novembro e dezembro. No acumulado em 12 meses, o indicador registrou alta de 20,57%. O indicador para os bens intermediários acumulou alta de 38,37% no ano após registrar alta de 1,02% em dezembro. O índice relativo a Bens Finais ex, que exclui os subgrupos alimentos in natura e combustíveis para o consumo, variou 0,70% em dezembro, ante 0,51% no mês anterior. Com isso, acumulou alta de 15,74% no ano.

Outro componente do IGP-M, o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) avançou 0,84%,em dezembro, após registrar alta de 0,93%, em novembro. Essa desaceleração fez o indicador acumular alta de 9,32% no ano. Conforme os dados da FGV, seis das oito classes de despesa componentes do índice registraram desaceleração nas taxas de variação. A principal contribuição partiu do grupo Transportes (de 2,93% para 1,26% entre novembro e dezembro). O destaque nessa classe de despesa foi da gasolina, cuja taxa passou de 7,14% em novembro para 2,24% em dezembro.

O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC), que também compõe o cálculo do IGP-M, variou 0,30% em dezembro, ante 0,71% em novembro.

Pelas estimativas de André Braz, como o IGP-M teve altas expressivas no início deste ano, haverá uma desaceleração no indicador nos próximos meses. “A notícia boa é que o IGP-M poderá seguir em desaceleração, pelo menos, até maio de 2022, porque o primeiro trimestre deste ano segue com altas muito fortes, de 2,5% em média. Por isso, a tendência é de uma inflação mais baixa porque as commodities não estão subindo tanto e o real, embora desvalorizado, tem seguido uma cotação mais estável”, afirmou.

O economista acredita que, em 2022, o IGP-M fique mais próximo da inflação oficial, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que acumula alta de 10,74% nos 12 meses encerrados em novembro. “O IGP-M poderá registrar taxas mais baixas e próximas às do IPCA ao longo de 2022 e os dois indicadores podem encerrar o ano bem próximos”, afirmou. Contudo, ele reconheceu que a persistência inflacionária deverá ser maior, agora, para o consumidor. “Ele está pagando mais caro pela energia e pelos alimentos e a inflação mais forte do IPA em 2021 pode se materializar em novos reajustes de preços de produtos e de serviços”, acrescentou.

 

- BNDES cumpre acordo de pagamentos ao Tesouro Nacional

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) fez hoje (28) a antecipação de R$ 3,5 bilhões de passivos com o Tesouro Nacional. De acordo com a instituição, com este pagamento, foi cumprido o acordo feito com o Ministério da Economia no valor de R$ 67,5 bilhões. “Dessa forma, foi atingido o montante pactuado no cronograma de compromisso firme do plano de devolução acordado com o Ministério da Economia e aprovado pelo Tribunal de Contas da União (TCU)”, informou.

Segundo o BNDES, a liberação é em complemento ao comunicado divulgado no dia 16 de dezembro, no qual informou que o TCU, em reunião plenária realizada na véspera, “considerou adequados os cronogramas apresentados pelo Banco no âmbito do Acórdão 56/2021-Plenário, exceto pela não inclusão da devolução dos R$ 13,3 bilhões em Instrumentos Elegíveis a Capital principal (IECP), que se encontra em discussão na Câmara de Mediação e de Conciliação da Administração Federal (CCAF/AGU)”, apontou.

Ainda no comunicado, o BNDES indicou que “o plano de devolução apresentado e acordado pela instituição com o Ministério da Economia abrange um cronograma de compromisso firme e um cronograma em regime de melhores esforços, cuja efetiva execução ficará sujeita ao seu planejamento financeiro e condicionada a análises de liquidez, fluxo de caixa, riscos, entre outras”, informou.

O BNDES destacou ainda no documento do dia 16 de dezembro, que até aquele momento já tinha realizado a amortização de R$ 64,1 bilhões de passivos junto ao Tesouro Nacional em 2021.

 

- Tesouro: setor público pode ter primeiro superávit primário desde 2013

 

Déficit menor do governo e saldo dos estados favorecem resultado

 

O setor público consolidado, que inclui o governo federal, estados, municípios e empresas públicas, pode fechar 2021 com superávit primário nas contas públicas, prevê o Tesouro Nacional. Este seria o primeiro resultado positivo desde 2013. De lá pra cá, as contas públicas acumulam oito anos consecutivos de déficit primário. O resultado primário é formado por receita menos despesas, sem considerar os gastos com juros. 

 

A informação foi dada nesta quarta-feira (29) pelo secretário do Tesouro Nacional, Paulo Valle. "Hoje a gente tem uma forte indicação que haverá superávit primário em 2021 considerando todo o setor público geral. Seria o primeiro superávit primário desde 2013", disse.

 

Isso deve ocorrer, segundo ele, porque o déficit primário do Governo Central (Tesouro Nacional, Previdência Social e Banco Central) será menor do que o previsto inicialmente, ficando abaixo do superávit primário das contas estaduais. 

 

"De janeiro a novembro, no Governo Central a gente tem um déficit de R$ 49 bilhões. Estados e municípios estavam com superávit de R$ 100 bilhões. Esses R$ 100 bilhões vão diminuir, porque esse mês de dezembro tem mais despesas, e os R$ 49 bilhões [de déficit do Governo Central] vão subir um pouco. Se for, por exemplo, cerca de R$ 70 bilhões [de déficit] do Governo Central e o dos estados for [superávit], por exemplo, de R$ 75 bilhões, a gente está falando de um superávit primário de uns R$ 5 bilhões", disse Valle. 

 

Em novembro, as contas públicas do governo federal tiveram saldo positivo de R$ 3,9 bilhões, melhor desempenho desde 2013. 

 

- Contas públicas registram superávit de R$ 3,9 bilhões em novembro

Dados foram divulgados hoje pelo Tesouro Nacional

O Governo Central, formado por Tesouro Nacional, Previdência Social e Banco Central, registrou superávit de R$ 3,9 bilhões, em novembro. O resultado é o melhor para o mês desde 2013. A informação foi divulgada hoje (29) pela Secretaria do Tesouro Nacional (STN).

O resultado primário é formado por receita menos despesas, sem considerar os gastos com juros.

Em novembro de 2020, o Governo Central havia registrado déficit de R$ 18,3 bilhões. De acordo com o Tesouro, em novembro de 2021 houve um aumento real (descontada a inflação) de 4,4% (crescimento de R$ 5,6 bilhões) da receita líquida e um decréscimo real de 12,7% (menos R$ 18,5 bilhões) das despesas totais, na comparação com o mesmo mês do ano passado. Essa diferença no resultado decorre da redução de gastos públicos, especialmente durante a pandemia.  

"A diminuição nas despesas primárias em novembro de 2021 em comparação com o mesmo mês do ano anterior, por sua vez, foi influenciada principalmente pela redução nos gastos em resposta aos efeitos socioeconômicos da crise provocada pela covid-19. Créditos extraordinários apresentaram redução de R$ 20,3 bilhões quando comparados a novembro de 2020", diz o relatório.

O governo também registrou reduções reais nas despesas de pessoal e encargos sociais (menos R$ 2,8 bilhões) e de benefícios previdenciários (menos R$ 2,7 bilhões).

Apesar do saldo positivo em novembro, o resultado acumulado nas contas públicas no ano totaliza um déficit primário de R$ 49,3 bilhões, ante déficit de R$ 699,1 bilhões no mesmo período de 2020.

 

Fonte: Congresso em Foco - Agência Brasil