Política

Vacina para crianças não será obrigatória, diz Bolsonaro





O presidente Jair Bolsonaro disse que “nenhum governador ou prefeito” poderá impedir crianças de 5 a 11 anos de se matricularem em escolas por falta de vacina contra a covid-19. O presidente afirmou que a vacinação infantil não será obrigatória.

A vacina será de forma não obrigatória. Então, ninguém é obrigado a vacinar o teu filho. Se é não obrigatória, nenhum prefeito ou governador -existe alguns aí com essa ideia- poderá impedir o garoto ou a garota de se matricular nas escolas por falta de vacina”, disse.

Depois de parecer da Anvisa, o Ministério da Saúde liberou a inclusão dessa faixa etária no programa nacional de vacinação contra a covid-19. A previsão é que a partir de 17 de janeiro as crianças receberão doses pediátricas do imunizante da Pfizer.

O artigo 14 do ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente) estabelece que “é obrigatória a vacinação das crianças nos casos recomendados pelas autoridades sanitárias”.

O presidente repetiu na transmissão ao vivo que não irá vacinar a filha Laura, 11 anos. “Eu adianto a minha posição: minha filha de 11 anos não será vacinada. Se quiser seguir o meu exemplo tudo bem, se não quer é um direito seu”, disse.

O presidente é contra a vacinação de crianças. Ele defende que os imunizantes sejam aplicados apenas com prescrição médica, mas isso não será necessário, segundo o governo.

Na live, Bolsonaro afirmou que para aplicação das vacinas pediátricas será necessário informar os pais que a Pfizer, fabricante do imunizante, não se responsabiliza por efeitos colaterais.

Além da recomendação da Anvisa, a segurança e a eficácia do imunizante para crianças também foram reiteradas pelo Ministério da Saúde, por estudos científicos conduzidos pela farmacêutica, por agências internacionais de saúdee por entidades médicas nacionais.

Vacinas

Na primeira live do ano, Bolsonaro voltou a indicar que as vacinas de modo geral são experimentais e a questionar sua eficácia. “Tem muita gente desconhecida que está morrendo após a 2ª dose da vacina. Alguns até a 3ª dose. A vacina ainda é uma coisa que desperta muita discussão para a gente chegar a conclusão dos seus efeitos ou não”, disse.

Bolsonaro perguntou, durante a transmissão, para seus auxiliares se tinham se vacinado. De 10 pessoas apenas 3 haviam recebido os imunizantes.

Daqui de 10 pessoas, 7 não tomaram a vacina. Os 3 que levantaram o braço vão tomar dose de reforço? Não? Não? Isso compete a cada um (…) A vacina não garante que você possa não contrair o vírus. Assim como não diz nada se você está livre de morte ou não”, disse.

 

Confira outras notícias 

- Bolsonaro volta a atacar vacinação infantil e Anvisa

Em entrevista, presidente disse desconhecer mortes de crianças pela doença; segundo Ministério da Saúde, foram 311

Um dia depois de o governo federal anunciar o cronograma de imunização infantil contra a Covid-19, o presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou a criticar a vacina para crianças.

Em uma entrevista à TV Nova Nordeste, de Pernambuco, Bolsonaro disse que não vai vacinar a filha de 11 anos e acusou os técnicos da Anvisa de terem algum interesse na liberação da vacina.

“A Anvisa [Agência Nacional de Vigilância Sanitária] lamentavelmente aprovou a vacina para crianças entre 5 e 11 anos. A minha opinião eu quero dar para você aqui. A minha filha de 11 anos não será vacinada”, disse Bolsonaro.

“E você vai vacinar seu filho contra algo que o jovem por si só uma vez pegando o vírus a possibilidade de ele morrer é quase zero? O que é que está por trás disso? Qual é o interesse da Anvisa por trás disso aí? Qual é o interesse daquelas pessoas ‘taradas por vacina’? é pela sua vida? É pela sua saúde? Se fosse estariam preocupados com outras doenças do Brasil, que não estão”, acrescentou o presidente.

O Ministério da Saúde voltou atrás na decisão de exigir prescrição médica para a vacinação infantil, que não será obrigatória. A previsão é que a imunização comece em dez dias.

Na entrevista desta manhã, Bolsonaro questionou: “Eu pergunto, você tem conhecimento de uma criança de 5 a 11 anos que tenha morrido de Covid? Eu não tenho”.

Segundo dados do próprio Ministério da Saúde, 311 crianças de cinco a 11 anos morreram vítimas da Covid-19 desde o início da pandemia.

O presidente falou ainda sobre possíveis efeitos colaterais da vacina, e sugeriu que a população procure conselhos, mas não necessariamente de médicos.

“Converse com os seus vizinhos. Quantos garotos contraíram Covid e não aconteceu absolutamente nada com ele?”, sugeriu Bolsonaro.

As declarações do presidente foram rebatidas pela Sociedade Brasileira de Pediatria. Em uma nota de repúdio que não cita o nome de Bolsonaro, os médicos afirmaram que “a população não deve temer a vacina, mas, sim, a doença que ela busca prevenir”. E que a “vacina previne a morte, a dor, sofrimento, emergências e internação em todas as faixas etárias”.

A nota diz ainda que negar esse benefício e desestimular a adesão dos pais à imunização dos seus filhos é “um ato lamentável e irresponsável, que, infelizmente, pode custar vidas”.

A queda de braço entre o presidente e a Anvisa ganhou força em dezembro, quando a agência aprovou o uso do imunizante da Pfizer para a faixa etária de cinco a 11 anos.

Jair Bolsonaro ameaçou divulgar os nomes dos técnicos que liberaram a vacina, gerando uma onda de intimidação.

O diretor-presidente da Anvisa, Antonio Barra Torres, um oficial da reserva da Marinha, foi indicado pelo próprio Bolsonaro. E tem se queixado que o Planalto tem excluído a agência das decisões sobre a pandemia.

Na noite da quinta-feira (6), na live que faz semanalmente, o presidente voltou a atacar a Anvisa.

CNN procurou a Anvisa para comentar as declarações de Bolsonaro, mas não obteve resposta.

Fonte: Poder360 - CNN Brasil