Economia

Dólar emenda 3ª queda, a R$ 5,53, menor valor em 2 meses; Bolsa também cai





O dólar emendou hoje sua terceira queda consecutiva, esta de 0,1%, e fechou a quinta-feira (13) cotado a R$ 5,53 na venda. É o menor valor alcançado em quase dois meses, desde 17 de novembro de 2021, quando a moeda americana encerrou o dia valendo R$ 5,524.

O Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores brasileira (B3), também terminou a sessão com perdas, após operar em alta pela manhã e à tarde. Com a queda de 0,15%, o indicador chegou aos 105.529,50 pontos, interrompendo uma sequência de dois dias positivos seguidos.

Agora, o dólar amplia a queda em relação a dezembro, somando desvalorização de 0,83% frente ao real nos primeiros dias de 2022. Já o Ibovespa acumula alta de 0,67%, depois de despencar quase 12% em 2021.

O valor do dólar divulgado diariamente pela imprensa, inclusive o UOL, refere-se ao dólar comercial. Para quem vai viajar e precisa comprar moeda em corretoras de câmbio, o valor é bem mais alto.

Exterior ajudou

Dados de hoje indicaram uma desaceleração da inflação ao produtor nos Estados Unidos, de 1% em novembro para 0,2% em dezembro. O número, assim como o índice de preços ao consumidor divulgado na véspera, está em linha com as expectativas do mercado — e, segundo especialistas, não aumenta a pressão sobre o Fed (Federal Reserve, o Banco Central americano) para que aumente os juros mais vezes que o esperado em 2022.

A inflação nos EUA terminou 2021 acumulada em 7% — maior patamar em quase 40 anos, desde junho de 1982.

"A perspectiva de que a inflação ao consumidor nos EUA seria a mais alta em décadas já estava dada, antecipada e devidamente precificada nos ativos financeiros", explicou a equipe de pesquisa da Levante Investimentos, em nota. "Por isso, sua confirmação reduziu a incerteza dos investidores e aliviou a volatilidade [na sessão de hoje]."

O Fed já tem indicado de forma clara que, em meio à inflação alta e sinais de aperto no mercado de trabalho, começará a aumentar os juros — hoje próximos a zero — neste ano. De acordo com analistas, a tendência é que ao final deste mês, na primeira reunião de política monetária de 2022, a autoridade deixe o terreno preparado para uma primeira alta em março.

Juros mais altos nos EUA aumentam a rentabilidade dos títulos soberanos, considerados investimentos muito seguros. Em tese, esse cenário tende a tornar menos atraentes os ativos de mercados emergentes, como o Brasil, e levar a uma valorização global do dólar.

 

Confira outras notícias 

- Planalto planeja liberar R$ 2 bi para Estados afetados pela chuva

O governo deve publicar até esta 6ª feira (14.jan.2022) medida provisória que destinará cerca de R$ 2 bilhões para áreas atingidas pelas fortes chuvas e enchentes. Serão beneficiadas famílias vítimas dos desastres naturais e reconstruídas estradas e edifícios atingidos.

Serão alcançados pela MP os Estados de Minas Gerais, Bahia e Goiás. Os técnicos do Palácio do Planalto trabalham na conclusão do texto –que deve ser assinado pelos ministérios do Desenvolvimento Regional e da Infraestrutura– nesta 5ª feira.

Poder360 apurou que o presidente Jair Bolsonaro (PL) bateu o martelo sobre a necessidade de haver o repasse na 4ª feira, depois de se reunir com o ministro da Economia, Paulo Guedes.

Integrantes dos governos de Minas Gerais agiram diretamente no Palácio do Planalto para conseguir o montante. A articulação de Goiás foi conduzida pelo deputado federal Vitor Hugo (PSL-GO) e a da Bahia pelo ministro João Roma, da Cidadania. 

Nesta 5ª feira, em entrevista ao UOL, o prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PSD), fez críticas ao governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), e ao presidente Jair Bolsonaro (PL). 

“Não queremos helicóptero, não queremos ministro. Queremos que ele[Bolsonaro] passe para o amigo dele um Pix. Faça um Pix para o Zema de R$ 1 bi e vai resolver o problema, se tiver capacidade de resolver”, disse o prefeito ao portal.

MG: 24 mortos

As fortes chuvas que há semanas atingem Minas Gerais causaram mais 5 mortes ao longo da última 3ª feira (11.jan), elevando para 24 o total de óbitos registrados no estado desde o início de outubro, quando teve início a atual temporada de chuvas –que, este ano, começou um mês antes que o habitual.

O número de pessoas que já perderam as vidas divulgado pela Defesa Civil estadual não inclui as 10 mortes causadas pelo desprendimento de um bloco de pedras no Lago de Furnas, em Capitólio (MG), no último sábado (8.jan.2021). As causas desta tragédia ainda estão sendo apuradas, mas autoridades estaduais já anteciparam que parte do paredão rochoso pode ter ruído por efeito da ação das águas.

Até as 10 horas da última 3ª feira, a Defesa Civil estadual já contabilizava 19 mortes (sem levar em conta a tragédia de Capitólio). Desde então, foram registrados 2 óbitos na cidade de Perdigão; um em Contagem; um em Ouro Preto e um em Santana do Riacho, totalizando 24 vítimas fatais.

Os ministros do Meio Ambiente, Joaquim Leite, e da Cidadania, João Roma, sobrevoaram nea 3ª feira as cidades mineiras de Nova Lima e Pará de Minas, ambas atingidas pelas chuvas no Estado.

Fonte: UOL - Poder360 com Reuters