Política

Moro nega que tenha atuado para Odebrecht; veja íntegra de processo no TCU





Os contratos firmados pelo ex-juiz e candidato à presidência da república Sérgio Moro após a sua saída da Operação Lava-Jato não passaram despercebidos pelo Tribunal de Contas da União (TCU). Logo após a sua exoneração do Ministério da Justiça em 2020, o jurista passou a trabalhar para o grupo de advogados Alvarez & Marsal, o mesmo que atua com a gestão da recuperação judicial do grupo Odebrecht: principal alvo de investigações da Lava-Jato.

Na manhã desse sábado (22), Moro negou que tenha atuado para a Odebrecht dentro da Alvarez&Marsal e que ele desmantelou o “império de corrupção” da Odebrecht. Novamente, acusou o ex-presidente Lula (PT) de atuar em favor da construtora.

 

O que o TCU busca descobrir é se houve conflito de interesses na atuação de Moro ao lidar com a empresa. Além de investigar os contratos pós-Lava Jato, o tribunal analisa as mensagens vazadas das conversas entre Moro e o procurador da operação, Deltan Dallagnol. No entendimento do Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União (MPTCU), as conversas apontam para um interesse de Moro em comprometer a Odebrecht.

“O teor das mensagens revela um escândalo sem precedentes: juiz e acusador combinando as ações processuais e de investigação. Essa conduta absolutamente ilegal é apta, a meu juízo, a comprometer todos os atos processuais que culminaram em acordos de leniência e multas aplicadas à Odebrecht”, defendeu no processo o subprocurador-geral do Mptcu, Lucas Rocha Furtado.

O grupo Alvarez & Marsal recebeu um valor aproximado de R$42 milhões das empresas alvo da Lava-Jato em seus processos de recuperação judicial e falência. Resta, porém, esclarecimentos sobre se parte desses valores chegaram a ser repassados a Sérgio Moro, e qual seria essa quantia.

O escritório de advocacia, porém, afirma que Moro não chegou a trabalhar em seu braço com atuação em processos falimentares, e sim nos seus escritórios no Brasil e Estados Unidos de disputas e investigações, sem vínculo com administração de falências. Sua função seria a de fornecer treinamento para empresas criarem mecanismos de controle interno contra corrupção.

O processo inicialmente correu em sigilo. Porém, por determinação de seu relator, ministro Bruno Dantas, foi disponibilizado para acesso público. Confira a seguir seu conteúdo na íntegra:

Fonte: Congresso em Foco