Política

Diretor do Inep responsável pelo Enem pede demissão





O diretor de Avaliação da Educação Básica do Inep, Anderson Soares Furtado Oliveira, pediu demissão do cargo. A diretoria é responsável pelo Enem (Exame Nacional do Ensino Médio).

A exoneração –expressão própria do serviço público para desligamentos– foi publicada no Diário Oficial da União nesta 3ª feira (25.jan.2022). 

Michele Cristina Silva Melo foi nomeada para substituir Oliveira. Ela é doutora em economia pela Universidade Federal Fluminense. Já estava no Inep como diretora de Estudos Educacionais desde abril de 2021.

Oliveira estava na diretoria do Enem desde maio de 2021. É servidor de carreira. Trabalha no Inep desde 2013.

Trocas no MEC

Na semana passada, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira já havia feito trocas na sua diretoria. O diretor de Gestão e Planejamento, Alexandre Avelino Pereira, foi substituído por Jofran Lima Roseno. 

Além do novo diretor, foram nomeadas duas diretoras para a Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica do Ministério da Educação.

Joelma Kremer foi indicada para diretora de Políticas e Regulação da Educação Profissional e Tecnológica. E Tassiana Cunha Carvalho, como diretora de Articulação e Fortalecimento da Educação Profissional e Tecnológica.

As trocas foram realizadas depois do fim oficial da aplicação das provas do Exame Nacional do Ensino Médio, prova de responsabilidade do Inep. O Enem foi realizado em novembro de 2021. Mas sua reaplicação foi feita em 16 de janeiro.

Há menos de 2 semanas do 1º dia de prova do Enem, em novembro, 37 servidores pediram demissão de cargos no Inep alegando “fragilidade técnica e administrativa”, “falta de comando técnico” “clima de medo e insegurança” da atual gestão.

Críticas sobre interferência

A Assinep (Associação dos Servidores do Inep) acusou formalmente a gestão do órgão de interferir no Enem.

O presidente Jair Bolsonaro (PL) foi criticado depois de dizer que as questões do exame “começam a ter a cara do governo” e que a prova não repetirá “absurdos” do passado.

A prova foi criticada por Bolsonaro. Ele afirmou que “ainda” teve “questão de ideologia”. Disse que, se ele e o ministro Milton Ribeiro (Educação) pudessem interferir, isso não teria acontecido.

Ribeiro chegou a dizer que o Enem 2021 contou com questões “desnecessárias”. Mas também negou ter interferido no exame.

O presidente, o vice-presidente Hamilton Mourão, o ministro da Educação, Milton Ribeiro, e o presidente do Inep, Danilo Dupas, negaram interferências do governo na prova e rebateram críticas.

Fonte: Poder360