Política

Bolsonaro insinua que STF e TSE tomam decisões antidemocráticas





"Não têm do que nos acusar, a não ser: ‘grosso’, ‘fala palavrão’, ‘insensível’", completou o presidente

Sem citar nomes, o presidente Jair Bolsonaro (PL) insinuou, nesta quarta-feira (9/2), que o Supremo Tribunal Federal (STF) e o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) tomam decisões não democráticas. Durante visita às obras da Barragem de Oiticica, em Jucurutu, Rio Grande do Norte, e anúncio de novos investimentos para a região, o chefe do Executivo disse que "não mandou prender deputado" e nem desmonetizar ou ameaçar ninguém.

A fala de Bolsonaro é uma referência à decisão do ministro Alexandre de Moraes, que mandou prender o deputado Daniel Silveira (PSL-RJ) após ataques e ameaças à Corte, e também à decisão do ex-ministro do órgão de Justiça eleitoral Felipe Salomão, que suspendeu repasses financeiros a páginas na internet que propagam fake news.

"Não têm do que nos acusar, a não ser: ‘grosso’, ‘fala palavrão’, ‘insensível’. Não é democrata... Eu não prendi nenhum deputado, eu não desmonetizei página de ninguém, eu não ameaço ninguém, nem mesmo os que me ofendem, os que me atacam. E, se tiver algo contra alguém, será no campo da injúria, calúnia e difamação, e nunca prisão".

Vacinação

Presidente voltou a falar de imunização contra a covid-19 e disse que sua gestão comprou as vacinas, "mas toma quem quer".

"A nossa liberdade acima de tudo. Toma quem quer, não toma quem não quer. E ponto final. O nosso governo não existe cartão vacinal, passaporte vacinal de ninguém. É um governo democrático que preza pela liberdade de cada um de vocês. Liberdade essa que é o bem maior do povo democrático."

Eleições

Por fim, o chefe do Executivo falou em "eleições limpas" em outubro. "Nós teremos eleições limpas no corrente ano. Nós queremos e buscamos transparência. Jamais eu vou impor qualquer vontade minha sobre vocês. Pelo contrário. São vocês quem decidem o futuro para o nosso Brasil", concluiu.

 

- Bolsonaro usa palavrões para criticar governos anteriores

O presidente Jair Bolsonaro (PL) usou palavrões nesta 4ª feira (9.fev.2022) ao defender seu governo e criticar gestões anteriores. Em evento em Jucurutu (RN), o chefe do Executivo disse que “fala palavrão”, mas “não rouba”.

“Olha a Funai, pessoal. Tinha um contrato de R$ 50 milhões para ensinar o índio a mexer com bitcoin. Ah, vai para puta que o pariu, porra! Desculpa o palavrão aqui. Este era o Brasil. E alguns falam ‘o presidente é mal-educado, ele fala palavrão’. Mas eu não roubo!”, declarou em evento de visita da Barragem de Oiticica, parte da transposição do Rio São Francisco. 

Bolsonaro repetiu que seu governo está sem corrupção e afirmou que no passado havia “roubalheira”. Segundo ele, seu governo investe na “prevenção” de casos de corrupção. “Eu devo lealdade a vocês. ‘Ah o presidente é grosso, falou palavrão’. Quantos porcarias me antecederam que falavam bonito?”, perguntou.

O presidente está no 2º dia de viagem pelo Nordeste para visitar e inaugurar obras da transposição do Rio São Francisco. Nos eventos oficiais na região, que é um reduto eleitoral petista, Bolsonaro tem adota tom de pré-campanha, criticado especialmente os governos do PT.

O chefe do Executivo falou mais uma vez sobre endividamentos e desvios da Petrobras, BNDES e Caixa Econômica entre os anos 2003 e 2015. Segundo ele, o recurso mal aplicado poderia ter financiado 100 obras de transposição. “Os caras desviaram R$ 2 trilhões […] E tem gente que tem saudade desses canalhas”, afirmou.

Negou estar fazendo críticas. “Os números estão aí. Não estou alfinetando ou criticando ninguém, estou mostrando.”

Bolsonaro está em 2º lugar nas pesquisas de intenção de voto, atrás do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Pesquisa PoderData realizada entre 31 de janeiro e 1º de fevereiro mostrou que o petista tem 51% das intenções dos votoso no Nordeste. Sobre a avaliação do governo, entre nordestinos, o trabalho de Bolsonaro é classificado como bom ou ótimo por 22%.

Acompanham o presidente nos eventos no Rio Grande do Norte nesta 4ª feira os ministros Rogério Marinho (Desenvolvimento Regional), Fábio Faria (Comunicações), João Roma (Cidadania), Gilson Machado (Turismo) e Luiz Eduardo Ramos (Secretaria Geral).

Eleições

No evento, o presidente defendeu ter “eleições limpas” neste ano. “Nós queremos e buscamos transparência. Jamais eu vou impor qualquer vontade minha sobre vocês, muito pelo contrário”, disse.

Sem mencionar o Judiciário, Bolsonaro fez referência a decisões do STF (Supremo Tribunal Federal). Falou sobre o assunto ao dizer que não ameaça “ninguém”.

“Não têm do que nos acusar, a não ser ‘grosso, fala palavrão, insensível, não é democrata’. Eu não prendi nenhum deputado, eu não desmonetizei página de ninguém, eu não ameaço ninguém, mesmo os que me ofendem, os que me atacam. E se tiver algo contra alguém será no campo da injúria, calúnia e difamação e nunca prisão”, disse.

 

 

Confira outras notícias 

- Mourão à CNN: Braga Netto é capacitado para ser novo vice

Vice-presidente afirmou ainda estudar possibilidade de se candidatar ao Senado pelo RJ ou RS

O vice-presidente da República, general Hamilton Mourão, avaliou em entrevista à CNN nesta quarta-feira (9) que o general Walter Braga Netto, ministro da Defesa, seria “uma pessoa extremamente capacitada para ser o novo vice-presidente junto com Bolsonaro”.

Apesar de ressaltar que a escolha do vice ainda não foi cravada pelo presidente da República, Mourão também destacou que Braga Netto “tem um excelente relacionamento” com Jair Bolsonaro (PL) e afirmou que, em sua visão, o vice deve levar em consideração “a composição política” e a “confiança daquele que é cabeça da chapa”.

Ao avaliar o que impossibilitou sua continuidade no cargo atual ao lado de Bolsonaro em uma possível reeleição, Mourão disse que procurou “atuar dentro dos limites da atuação do vice no sentido de facilitar a vida do presidente”, mas que a intenção pode não ter ficado clara para Bolsonaro.

“Talvez não tenha sido muito bem compreendido e tenha faltado talvez, da minha parte, mostrar isso mais para o presidente. O resto é questão de foro íntimo, cada um escolhe aquele que melhor lhe aprouver”, opinou.

Mourão confirmou à CNN que estuda candidatar-se a uma vaga no Senado Federal, mas ainda não resolveu por qual estado sairia ou a qual partido se filiaria.

“Eu estou avaliando uma possível candidatura ao Senado. Há pressões para que eu concorra pelo Rio de Janeiro, outras pelo Rio Grande do Sul… nos próximos 15 ou 20 dias vou definir isso”, afirmou, acrescentando também que a composição das chapas para o governo do estados deve influenciar na decisão final.

Popularidade do governo

Questionado sobre o desempenho de Bolsonaro nas mais recentes pesquisas eleitorais, Mourão discordou que a postura do presidente em relação à vacinação contra a Covid-19 seja um dos pontos que colaboram para sua impopularidade.

“O governo comprou todas as vacinas, quem quer se vacinar está se vacinando. Existem alguns que acham que a vacina não é eficiente ou teria efeitos colaterais, e o governo tem deixado claro que é necessária essa vacinação”, disse.

“Temos que prestar mais atenção aos atos do que às palavras. Se o presidente não tivesse comprado as vacinas, as coisas seriam mais complicadas”, acrescentou.

O vice-presidente afirmou ainda que o governo “tem que mostrar mais claramente que fez todos os esforços necessários para propiciar à população a forma de se imunizar contra o vírus”, mas preferiu não responder se achava que Jair Bolsonaro deveria ter se vacinado enquanto presidente da República.

Em relação aos movimentos do ex-presidente Lula (PT) – que lidera as intenções de votos nas pesquisas no momento – dentro do no cenário eleitoral, Mourão afirmou que existem “declarações bombásticas” ditas “da boca para fora” atualmente, como alegações de revisão da reforma trabalhista e do teto de gastos.

“Temos que esperar esse rio avançar um pouco para a gente ter uma ideia do que vai ocorrer em outubro”, concluiu.

Rússia e OCDE

Hamilton Mourão também avaliou que a viagem programada de Jair Bolsonaro à Rússia não deve trazer nenhum prejuízo diplomático ao Brasil.

O encontro de Bolsonaro e Vladimir Putin, presidente russo, ocorrerá em meio a uma escalada de tensão entre a Rússia, Ucrânia, Estados Unidos e países-membros da Otan.

Para o vice, “o Brasil não está indo lá para dar apoio a uma intervenção de uma nação sobre outra, está indo para intensificar suas relações com um pais importante”, disse. “Essa é uma questão de queda de braço entre Rússia e potências ocidentais, e o Brasil não tem nenhuma participação”.

Já em relação à possível entrada do Brasil na OCDE, grupo de cooperação entre países desenvolvidos, Mourão afirmou que já foram cumpridas “quase metade das exigências para pertencer a esse clube” e destacou compromissos feitos pelo país na COP 26, cúpula do clima realizada em 2021 em Glasgow, Escócia.

“Quem quer avançar nesse caminho vai ter que cumprir metas que colocou publicamente para o mundo inteiro”, afirmou o vice, que rejeitou, no entanto, um possível novo emprego das Forças Armadas em regiões que são foco de desmatamento na Amazônia Legal.

Eleições 2022

CNN realizará o primeiro debate presidencial de 2022. O confronto entre os candidatos será transmitido ao vivo em 6 de agosto, pela TV e por nossas plataformas digitais.

Fonte: Correio Braziliense - Poder360 - CNN Brasil