O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou em entrevista à jornalista Miriam Leitão que diminuiu o temor do “mercado” diante da possibilidade de volta do ex-presidente Lula ao Planalto. O petista lidera as pesquisas de intenção de voto. Miriam questionou Campos Neto se uma eventual vitória de Lula está “precificada”, ou seja, com seus prós e contras calculados, ou se haveria turbulência.
“O que a gente pode comentar é o que a gente captura nos preços de mercado. Nos preços de mercado, o que tem acontecido mais recentemente é uma eliminação de vários preços que mostram o risco da passagem de um governo para outro. Mais recentemente, a gente vê, quando olha esses preços, que eles atenuaram. Caíram um pouco. Significa que o mercado passou a ser menos receoso da passagem de um governo para o outro. Isso é o que a gente pode interpretar”, disse o presidente do BC.
“Porque provavelmente um governo que representava um risco de medidas mais extremas está se movendo para o centro. Essa é a nossa interpretação do que a gente captura nos preços de mercado”, acrescentou Campos Neto.
Na avaliação dele, a autonomia do Banco Central, aprovada pelo Congresso, colabora para esse cenário. “O Banco Central ganhou a posição de autonomia exatamente para ter independência entre o ciclo político e os ciclos de política monetária. Não cabe fazer comentários sobre o que seria cada candidato. Então a nossa interpretação é dos preços do mercado. Ele removeu um pouco o risco de cauda de passagem de um governo para outro. Mas é muito cedo, muitas coisas devem acontecer no processo eleitoral”, afirmou o presidente do BC.
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- “Circo da Farsa Jato”, comemora Moro em decisão do STJ
O inquérito foi instaurado por Martins em fevereiro do ano passado com base em diálogos obtidos por hackers na Operação Spoofing. O caso resultou no episódio popularmente conhecido como “Vaza Jato”.
No Twitter, Moro classificou a divulgação das mensagens como “Farsa Jato” e disse que o episódio nunca conseguiu “demonstrar que um inocente sequer” foi condenado na operação Lava Jato.
“A grande verdade é que com todo o circo da Farsa Jato, eles nunca conseguiram demonstrar que um inocente sequer foi condenado na Lava Jato ou que alguém foi incriminado injustamente. Glenn e sua turma só ajudaram a soltar bandidos e a prejudicar o combate à corrupção no Brasil”, escreveu o ex-juiz.
No momento do arquivamento do inquérito, Humberto Martins argumentou que não ficou configurada a existência de “indícios de autoria e de materialidade” de condutas criminosas por parte dos procuradores. A investigacao mirava inclusive o antigo coordenador da força-tarefa, Deltan Dallagnol.
Dallagnol também foi às redes sociais comemorar o arquivamento. O ex-procurador e ex-coordenador da Lava Jato disse que “cada dia que passa, as teses Vaza Jatistas são derrubadas e desacreditadas diante da conclusão de que a operação Lava Jato atuou dentro da lei”.
Fonte: Congresso em Foco - Poder360