Política

Bolsonaro diz estar empenhado em proteger brasileiros na Ucrânia





O presidente Jair Bolsonaro (PL) falou pela 1ª vez nesta 5ª feira (24.fev.2022) sobre a invasão da Rússia na Ucrânia. Publicou em suas páginas oficiais nas redes sociais mensagem voltada para os brasileiros que estão em solo ucraniano. Não comentou, porém, sobre o mérito da ação nem sobre as declarações do presidente Vladimir Putin.

Estou totalmente empenhado no esforço de proteger e auxiliar os brasileiros que estão na Ucrânia”, escreveu o chefe do Executivo em seus canais no Telegram e no Twitter. Bolsonaro reproduziu ainda a íntegra da nota publicada minutos antes pelo Palácio do Itamaraty.

O Ministério das Relações Exteriores afirmou no texto que coordena uma operação para retirada da Ucrânia de mais de 100 brasileiros, argentinos e cidadãos de outros países sul-americanos. O espaço aéreo ucraniano está fechado para voos civis desde o início da invasão da Rússia, na madrugada desta 5ª feira (24.fev).

A Embaixada do Brasil em Kiev prepara a lista e a operação local de resgate, de caráter humanitário. Vai requerer estratégia, logística e salvo-conduto de ambos os lados do conflito. A capital ucraniana e outras regiões do país estão sob ataque.

Bolsonaro ainda não havia se pronunciado sobre a invasão do território ucraniano pelas tropas russas. Discursou duas vezes em cerimônias distintas em viagem a São Paulo e não mencionou o assunto. Sem citar o conflito europeu, Bolsonaro concentrou suas críticas ao comunismo e ao socialismo. Também criticou, sem citar nomes, agentes públicos que adotaram medidas restritivas durante a pandemia.

Eis o texto divulgado pelo presidente em suas contas oficiais:

Mourão e Itamaraty se pronunciam

O vice-presidente Hamilton Mourão disse nesta 5ª feira (24.fev.2022) que o Brasil não concorda com a invasão do território ucraniano pelas tropas russas. Deu a declaração a jornalistas no Palácio do Planalto.

“O Brasil não está neutro. O Brasil deixou muito claro que respeita a soberania da Ucrânia. Então, o Brasil não concorda com uma invasão do território ucraniano. É uma realidade”, disse o nº 2 do Executivo.

O vice completou: “O mundo ocidental está igual ficou em 1938 com o Hitler, na base do apaziguamento, e o Putin não respeita o apaziguamento”. 

Assim como Mourão, o Ministério das Relações Exteriores também se pronunciou sobre o ataque da Rússia contra a Ucrânia e afirmou que participa de diálogos para “uma solução pacífica”. O Itamaraty afirma que está acompanhando a situação no Leste Europeu “com grave preocupação”.

O Brasil apela à suspensão imediata das hostilidades e ao início de negociações conducentes a uma solução diplomática para a questão, com base nos Acordos de Minsk e que leve em conta os legítimos interesses de segurança de todas as partes envolvidas e a proteção da população civil.

O Brasil é integrante não permanente do Conselho de Segurança das Nações Unidas. O Conselho se reuniu na 2ª feira (21.fev) para discutir a situação entre Ucrânia e Rússia. A ONU (Organização das Nações Unidas) também teve um bloco de discussões sobre a Ucrânia na Assembleia Geral na 4ª feira (24.fev).

A declaração do Itamaraty vem depois de uma viagem do presidente Jair Bolsonaro (PL) a Moscou. O chefe do Executivo brasileiro se encontrou com o presidente russo, Vladimir Putin.

Antes da visita, Bolsonaro foi orientado a não introduzir o assunto na reunião com Putin. Mas, em 16 de fevereiro, durante a viagem oficial, Bolsonaro afirmou que, “por coincidência ou não”, a Rússia anunciou que iria retirar tropasda fronteira com a Ucrânia. A declaração foi ironizada pelo ex-presidente Lula(PT) nesta 5ª feira (24.fev).

Além de Mourão e do Itamaraty, o assessor para Assuntos Internacionais da Presidência da República Filipe Martins veio a público falar sobre o conflito internacional. Afirmou que Bolsonaro e o Estado brasileiro acompanham “de perto” a situação entre Rússia e Ucrânia.

O Presidente e o Estado Brasileiro estão acompanhando a situação de perto e envolvidos na busca de soluções em linha com a tradição brasileira de defesa do primado do direito internacional, sobretudo os princípios da não intervenção, da soberania e da integridade territorial”, escreveu Martins em publicação no Twitter.

O assessor também disse que os impactos do conflito “podem ser muito nocivos para o Brasil”, influenciando no preço dos combustíveis e de alimentos. O preço do barril do petróleo ultrapassou os US$ 100 pela 1ª vez em mais de 7 anos depois da Rússia atacar a Ucrânia na madrugada desta 5ª feira.

Fonte: Poder360