Política

EUA e União Europeia excluem Rússia do sistema Swift





A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, anunciou a desconexão da Rússia do sistema financeiro Swift. Trata-se do principal sistema de mensagens utilizado para transferências internacionais. 

A expulsão reage à guerra em curso entre Rússia e Ucrânia, iniciada a mando do presidente russo Vladimir Putin na madrugada de 5ª feira (24.fev.). Pouco depois do anúncio, a Casa Branca publicou nota conjunta com Alemanha, Canadá, França, Itália e Reino Unido, além da própria Comissão, onde condenou o que classificou como uma “guerra de escolha” de Moscou.

Nos comprometemos a assegurar que os bancos russos selecionados sejam removidos do sistema de mensagens Swift. Isso garante a desconexão desses bancos do sistema financeiro internacional, prejudicando sua capacidade de operar”, diz o comunicado. Eis a íntegra (54 KB, em inglês).

 

Swift é a sigla de Sociedade de Telecomunicações Financeiras Interbancárias Mundiais (Society for Worldwide Interbank Financial Telecommunication, em inglês). É um sistema de mensagens criado por bancos de vários locais do mundo em 1973 para permitir a troca de moeda entre diferentes países de forma rápida e segura.

O Swift ainda é o sistema mais usado por bancos para a realização de transferências internacionais. Por isso, é fundamental para o fluxo dos pagamentos transfronteiriços e do comércio internacional. Reúne mais de 11.000 instituições financeiras em mais de 200 países e processou cerca de 42 milhões de pagamentos e transações financeiras por dia em 2021.

Segundo a Associação Nacional Russa do Swift, a Rússia tem o 2º maior número de usuários do Swift, atrás apenas dos Estados Unidos. Cerca de 300 bancos russos operam no sistema de pagamentos e transferências internacionais. 

No pronunciamento, von der Leyen expressou confiança de que as medidas vão afetar a “capacidade de Putin de financiar” a guerra e impactarão na “erosão severa” da economia russa.

Além da exclusão de bancos russos do Swift, a decisão também cita medidas coordenadas para restringir o Banco Central da Rússia de “usar suas reservas internacionais” para reduzir o impacto das sanções. 

A nota também menciona o início de uma força-tarefa transatlântica” para implementar o congelamento de ativos a entidades e pessoas da Rússia anunciadas por aliados ocidentais, incluindo sob Putin e o ministro de Relações Exteriores russo, Sergey Lavrov.

Além disso, os signatários se comprometem a “agir contra as pessoas e entidades que facilitam a guerra na Ucrânia e as atividades prejudiciais do governo russo”, incluindo a supervisão da venda de vistos utilizado esquemas que facilitavam a operação ilegal de empresários russos nesses países e no bloco europeu. 

Estamos juntos com o povo ucraniano nesta hora sombria. Mesmo além das medidas anunciados hoje, estamos preparados para tomar outras para responsabilizar a Rússia por seu ataque à Ucrânia”, encerrou a declaração.

O desligamento russo do sistema foi uma demanda do presidente ucranianoVolodymyr Zelensky na sequência dos primeiros movimentos de guerra no país. “Exigimos a desconexão da Rússia da SWIFT, a introdução de uma zona de exclusão aérea sobre a Ucrânia e outras medidas efetivas para deter o agressor”, escreveu em seu perfil no Twitter.

RÚSSIA SE PREPAROU

A Rússia, no entanto, parece ter alternativas à expulsão do Swift. O país criou o próprio sistema de pagamentos após sofrer com a ameaça de expulsão em 2014. O meio russo chama-se SFPS (Sistema de Transferência de Mensagens Financeiras, na sigla em inglês) e é usado por mais de 400 bancos russos e estrangeiros.

Além disso, o presidente russo, Vladimir Putin, mantém boa relação com a China, que também criou a própria versão – CIPS (Sistema de Pagamento Interbancário Transfronteiriço).

 

Confira outras notícias 

- Trump condena invasão da Rússia e diz que reza pelo povo ucraniano

Ex-presidente dos EUA mudou o tom em relação ao início da semana, quando elogiou Vladimir Putin

O ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump condenou neste sábado (26) a invasão da Ucrânia pela Rússia e disse estar orando pelos ucranianos, marcando uma forte mudança de tom em relação ao início desta semana, quando elogiou o presidente russo, Vladimir Putin.

Trump fez seus comentários na reunião conservadora do CPAC na Flórida algumas horas depois que os Estados Unidos e aliados anunciaram novas sanções abrangentes que expulsariam alguns bancos russos dos principais sistemas globais de pagamentos e limitariam a capacidade do banco central da Rússia de apoiar o rublo.

No início desta semana, Trump irritou alguns membros do Partido Republicanoao descrever as ações de Putin na Ucrânia, onde cidades foram atacadas por artilharia russa e mísseis de cruzeiro, como “gênio” e “bastante experiente”.

Dirigindo-se a uma multidão em adoração no CPAC, Trump expressou empatia pelos ucranianos e desta vez elogiou o presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskiy, chamando-o de “corajoso” enquanto permanece em Kiev, a capital.

“O ataque russo à Ucrânia é terrível. Estamos orando pelo orgulhoso povo da Ucrânia. Deus os abençoe a todos”, disse Trump.

Trump também usou seu púlpito no CPAC, que se apresenta como o maior encontro conservador do mundo, para criticar o atual presidente dos Estados Unidos, o democrata Joe Biden, dizendo que Putin se aproveitou de ser “fraco” para atacar.

Trump vinculou a invasão à eleição presidencial dos EUA em 2020, uma fixação sua, novamente dizendo falsamente que a fraude foi a culpada pela vitória de Biden.

“Como todos entendem, esse desastre horrível nunca teria acontecido se nossa eleição não fosse fraudada e se eu fosse o presidente”, disse ele, ao que uma mulher na plateia lotada respondeu: “você é o presidente!”

Trump também citou a invasão da Geórgia pela Rússia sob George W. Bush e a Crimeia sob Barack Obama antes de declarar: “Sou o único presidente do século 21 sob cuja vigilância à Rússia não invadiu outro país”.

Trump abordou seus elogios anteriores a Putin, dizendo que estava certo de que Putin era inteligente porque estava superando os líderes mundiais. “O verdadeiro problema é que nossos líderes são burros, burros. Tão burros”, disse ele.

Em uma entrevista divulgada no início do sábado (26), Biden zombou do comentário de Trump de que Putin é um “gênio”.

“Acredito tanto em Trump dizendo que Putin é um gênio do que quando ele se considerava um gênio estável”, disse Biden.

Durante a conferência de quatro dias do CPAC em Orlando, Flórida, que termina no domingo, os conservadores repetiram a linha de que Putin decidiu invadir a Ucrânia porque sabia que Biden era “fraco”. Os políticos republicanos têm evitado elogiar Putin.

Mais cedo neste sábado, J.D. Vance, candidato republicano a uma cadeira no Senado dos EUA em Ohio, disse que a classe política americana estava fixada no conflito na Ucrânia em detrimento de problemas mais próximos de casa, como travessias recordes na fronteira mexicana.

“Estou cansado de ouvir que temos que nos preocupar mais com as pessoas a 6.000 milhas de distância do que com pessoas como minha mãe, meus avós e todas as crianças afetadas por esta crise”, disse Vance, um capitalista de risco e autor.

 

- Dono do Chelsea, Abramovich entrega comando do clube para fundação

O dono do Chelsea, o russo Roman Abramovich, anunciou que deu aos curadores da fundação de caridade do time londrino a administração do clube.

Abramovich, que comprou o clube londrino em 2003, disse que a fundação está na “melhor posição para cuidar dos interesses” do clube.

“Sempre vi meu papel como guardião do clube, cujo trabalho é garantir que sejamos tão bem-sucedidos quanto podemos ser hoje, além de construir o futuro, ao mesmo tempo em que desempenhamos um papel positivo em nossas comunidades”, afirmou.

“Sempre tomei decisões com o melhor interesse do clube no coração. Continuo comprometido com esses valores”, declarou. Abramovich e Chelsea não revelaram os motivos por trás da decisão.

No entanto, vários indivíduos e entidades russas foram submetidos a sanções pelo primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, após Moscou lançar uma invasão contra a Ucrânia nesta semana.

Abramovich ainda não foi colocado sob nenhuma sanção.

O técnico do Chelsea, o alemão Thomas Tuchel, disse na sexta-feira que a incerteza sobre o futuro de Abramovich está pesando sobre o clube antes da final da Copa da Liga Inglesa, contra o Liverpool, no próximo domingo (27).

Fonte: Poder360 - CNN Brasil - Agência Brasil