Política

Rússia e Ucrânia vão negociar na fronteira de Belarus





Representantes da Rússia chegaram à cidade de Gomel, em Belarus, neste domingo (27.fev.2022) para negociar com o governo da Ucrânia. A informação foi fornecida pelo secretário de imprensa do Kremlin, Dmitry Peskov, à agência de notícias RIA.

No fim da manhã deste domingo, o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, aceitou as negociações na fronteira com a Belarus, segundo noticiou a agência AFP News. Num 1º momento, o líder recusou o encontro no país, já que este não é neutro no conflito. A Belarus é aliada da Rússia. Ataques contra Ucrânia têm partido da nação.

Zelensky afirmou que está aberto a conversas desde que fossem realizadas em um país “onde não há lançamento de mísseis” contra a Ucrânia. “Só desse jeito a negociação pode ser honesta e realmente acabar essa guerra”, disse neste domingo.

O grupo russo na Belarus é formado por representantes do Ministério das Relações Exteriores e da Defesa, além de outros departamentos da Rússia, incluindo integrantes do gabinete do presidente russo, Valdimir Putin.

A Rússia já está pronta para as negociações em Gomel, agora Moscou espera pelos ucranianos”, disse o secretário de imprensa do Kremlin.

ZELENSKY PEDE NEUTRALIDADE DA BELARUS

A população bielorrussa vota neste domingo a legalização da presença do Exército da Rússia em Belarus e o abrigo de armas nucleares russas em seu território.

O presidente ucraniano publicou em seu perfil de Facebook uma mensagem direcionada aos bielorrussos. Pediu neutralidade do país no conflito.

Hoje vocês decidem como irão olhar nos olhos de suas crianças e como irão olhar nos olhos dos seus vizinhos. Nós, ucranianos, somos seus vizinhos”, disse.

4º DIA DE CONFLITO

Explosões iluminaram o céu de Kiev perto da 1h deste domingo (27.fev), pelo horário da Ucrânia, informou a CNN internacional. Autoridades alertaram para um aumento da intensidade dos ataques da Rússia.

“As ações criminosas russas contra a Ucrânia mostram sinais de genocídio. Isso é terror”, disse Zelensky neste domingo.

A mídia ucraniana disse que um míssil lançado por forças russas explodiu uma refinaria em Vasylkiv, cerca de 30 km ao sul da capital ucraniana.

Nesta manhã, separatistas apoiados pela Rússia na província ucraniana de Luhansk disseram que outra refinaria foi explodida por um míssil ucraniano em Rovenky.

Imagens exibidas pela mídia local mostram uma longa sequência de explosões e clarões em Kharkiv, 2ª maior cidade da Ucrânia, perto da fronteira com a Rússia. O ataque atingiu um gasoduto.

Segundo a agência de notícias RIA, com informações do Ministério da Defesa da Rússia, tropas russas bloquearam completamente as cidades de Kherson e Berdyansk, tomaram a cidade de Henichesk e um aeroporto perto de Kherson. Todas essas localidades ficam no sul da Ucrânia.

AO MENOS 64 CIVIS MORRERAM

Um relatório das Nações Unidas de sábado (26.fev.2022) reporta que ao menos 64 civis morreram e 240 ficaram feridos nos 3 primeiros dias de guerra na Ucrânia.

No documento, o Escritório do Alto Comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos diz acreditar que os números reais de mortos e feridos deve ser “consideravelmente maiores”. Isso porque muitos locais de onde foram reportadas as informações ainda estão com pendências.

Um trecho do relatório diz que a destruição da infraestrutura do país (como pontes e estradas, por exemplo) deixaram milhares de pessoas sem eletricidade ou água.

Por causa dos bombardeios, centenas de casas ficaram danificadas ou completamente destruídas. Algumas comunidades ficaram  isoladas.

São 160 mil pessoas que precisaram deixar suas casas, segundo a ONU. O alto comissário das Nações Unidas para refugiados, Filippo Grandi, informou no sábado (26.fev) que mais de 150 mil ucranianos fugiram do país.

 

RÚSSIA BANIDA DO SWIFT

 

A Rússia foi excluída do sistema financeiro Swift por causa da invasão à Ucrânia. O anúncio foi feito pela presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, no sábado (26.fev).

Swift é a sigla em inglês de Sociedade de Telecomunicações Financeiras Interbancárias Mundiais. É um sistema de mensagens criado por bancos de vários locais do mundo em 1973 para permitir a troca de moeda entre diferentes países de forma rápida e segura.

Criado há quase 50 anos, o Swift ainda é o sistema mais usado pelos bancos para a realização de transferências internacionais. Por isso, é fundamental para o fluxo dos pagamentos transfronteiriços e do comércio internacional.

Segundo a Associação Nacional Russa do Swift, a Rússia tem o 2º maior número de usuários do Swift, atrás só dos Estados Unidos. Cerca de 300 bancos russos estão no sistema de pagamentos e transferências internacionais. São as principais instituições financeiras do país.

Portanto, a exclusão da Rússia do Swift pode impactar a economia russa, dificultando o fluxo internacional de dinheiro e o comércio exterior do país. A medida também foi cogitada em 2014, quando a Rússia anexou a Crimeia. Àquela época, a sanção poderia reduzir o PIB (Produto Interno Bruto) russo em 5%, mas não saiu do papel.

A exclusão do país do Swift é uma sanção mais dura do que as já anunciadas, que não impediram o avanço das tropas russas no território ucraniano. Contudo, ainda não há consenso sobre o assunto, porque a medida também afetaria a economia de outros países, como os que dependem do petróleo e do gás natural russo.

ENTENDA A GUERRA NA UCRÂNIA

A disputa entre Rússia e Ucrânia começou oficialmente depois de uma invasão russa à península da Crimeia, em 2014. O território foi “transferido” à Ucrânia pelo líder soviético Nikita Khrushchev em 1954 como um “presente” para fortalecer os laços entre as duas nações. Mas acionalistas russos aguardavam o retorno da península ao território da Rússia desde a queda da União Soviética, em 1991.

Já independente, a Ucrânia buscou alinhamento com a União Europeia e Otan enquanto profundas divisões internas separavam a população. De um lado, a maioria dos falantes da língua ucraniana apoiavam a integração com a Europa. Do outro, a comunidade de língua russa, ao leste, favorecia o estreitamento de laços com a Rússia.

O conflito começa em 2014, quando Moscou anexou a Crimeia e passou a armar separatistas da região de Donbass, no sudeste. Há registro de mais de 15.000 mortos. Na semana passada, os russos invadiram a Ucrânia, elevando o patamar da guerra.

 

- Ucrânia vai ao Tribunal de Haia contra a Rússia

A Ucrânia recorreu ao Tribunal Penal Internacional, o Tribunal de Haia, contra a Rússia. Em nota divulgada hoje (27), o Ministério das Relações Exteriores ucraniano informou que o país ajuizou um processo em que pede que a corte ordene que as tropas russas parem imediatamente o ataque militar contra a Ucrânia.

Segundo o ministério, de acordo com as convenções internacionais, o Tribunal de Haia tem competência para ordenar medidas emergenciais que podem resultar em um cessar-fogo. Ainda de acordo com o ministério, o Kremlin lançou uma ofensiva militar valendo-se de uma “mentira”, violando o que estabelece o direito internacional.

“A Rússia distorceu o conceito de genocídio e perverteu a solene obrigação da Convenção para a Prevenção e a Repressão do Crime de Genocídio  de prevenir e punir o genocídio”, diz o comunicado, referindo-se a declarações do presidente russo Vladimir Putin para justificar a invasão do país vizinho.

Na sexta-feira (25), Putin disse que as forças armadas ucranianas dispõem de “armas pesadas e sistemas fortes” que planejam empregar, agindo como agem os terroristas em todas as partes do mundo para, depois, culpar a Rússia pela morte de civis” ucranianos. Putin também disse que o governo do presidente ucraniano Volodymyr Zelensky (que é judeu) é “neonazista e comete genocídio contra a própria população”.

Na nota que divulgou esta manhã, o Ministério das Relações Exteriores ucraniano classifica a fala de Putin como “absurda e infundada” e “mero pretexto” para agredir e violar a soberania da Ucrânia, violando os direitos humanos da população.

No Twitter, Zelensky manifestou que espera que o Tribunal de Haia responsabilize a Rússia por “manipular a noção de genocídio para justificar a agressão”. “Solicitamos uma decisão urgente, ordenando que a Rússia cesse a atividade militar agora. Esperamos que os julgamentos comecem já na próxima semana.”

 

- ONU diz que 368 mil pessoas fugiram da Ucrânia

Com a guerra na Ucrânia, 358 mil pessoas já fugiram do país. Os números foram divulgados neste domingo (27.fev.2022) pela Acnur (Agência da ONU para Refugiados), que acompanha a situação das pessoas que precisam deixar aquela região do Leste Europeu.

Segundo Filippo Grandi, alto comissário da ONU para refugiados, afirma que o número de pessoas que fugiram de território ucraniano está aumentando. Na 5ª feira (24.fev), 1º dia da guerra da Rússia contra a Ucrânia, o número era cerca de 150 mil pessoas. Os países que recebem os refugiados são Polônia, Hungria, Romênia e Moldávia.

Os governos e o povo desses países estão acolhendo os refugiados. É agora urgente partilhar esta responsabilidade de forma concreta”, disse Grandi em seu perfil do Twitter.

O número de refugiados da Ucrânia que cruzaram para a Polônia, Hungria, Romênia, Moldávia e outros países está aumentando e agora é de 368.000. Os governos e o povo desses países estão acolhendo os refugiados. É agora urgente partilhar esta responsabilidade de forma concreta.

A Acnur estima que o número de pessoas que precisarão fugir da Ucrânia pode chegar a 4 milhões se a situação do país piorar. A agência afirma que está aumentado suas operações no país para fornecer ajuda humanitária.

O órgão da ONU pede ainda que os civis sejam protegidos, assim como as infraestruturas civis ucranianas. A Acnur lembra que a proteção da população civil durante conflitos é prevista em leis humanitárias internacionais.

4º DIA DE CONFLITO

Explosões iluminaram o céu de Kiev perto de 1h deste domingo (27.fev), pelo horário da Ucrânia, informou a CNN internacional. Autoridades alertaram para um aumento da intensidade dos ataques da Rússia. Áreas civis foram atacadas durante o 3º dia de conflito com a Rússia, no sábado (26.fev), segundo o governo ucraniano.

A mídia ucraniana disse que um míssil lançado por forças russas explodiu uma refinaria em Vasylkiv, mais de 30 km ao sul da capital ucraniana.

Também na manhã de domingo, separatistas apoiados pela Rússia na província ucraniana de Luhansk disseram que outra refinaria foi explodida por um míssil ucraniano em Rovenky.

Imagens exibidas pela mídia local mostram uma longa sequência de explosões e clarões em Kharkiv, 2ª maior cidade da Ucrânia, perto da fronteira com a Rússia. O ataque atingiu um gasoduto.

Segundo a agência de notícias RIA, com informações do Ministério da Defesa da Rússia, tropas russas bloquearam completamente as cidades de Kherson e Berdyansk, tomaram a cidade de Henichesk e um aeroporto perto de Kherson. Todas essas localidades ficam no sul da Ucrânia.

Também neste domingo (27.fev), uma delegação formada por representantes da Rússia chegou à cidade de Gomel, em Belarus para negociar com o governo da Ucrânia. O grupo é formado por representantes do Ministério das Relações Exteriores e da Defesa, além de outros departamentos da Rússia, incluindo integrantes do gabinete de Putin.

Segundo o governo russo, a Ucrânia concordou em realizar as negociações na região. A mídia ucraniana, porém, informa que o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, pediu à Suíça que sedie as negociações de cessar-fogo em Genebra, em 28 de fevereiro.

 

- Comissão Europeia quer responsabilizar e punir Putin

A presidenta da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, declarou que as lideranças políticas de algumas das principais economias ocidentais (Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália e Reino Unido) se empenharão para responsabilizar o governo do presidente russo Vladimir Putin por, ao declarar guerra contra a Ucrânia, infringir normas em vigor desde o fim da Segunda Guerra Mundial.

“Vamos responsabilizar a Rússia e garantir coletivamente que esta guerra seja um fracasso estratégico para Putin”, disse von der Leyen ao anunciar, ontem à noite (26), novas sanções contra a Rússia.

Entre as medidas anunciadas está a promessa de remover as instituições bancárias russas do chamado Swift (do inglês, Sociedade de Telecomunicações Financeiras Interbancárias Mundiais), uma rede bancária global criada em 1973, com o propósito de facilitar e garantir a segurança da troca de mensagens entre bancos de diferentes países.

“Nos comprometemos a garantir que os bancos russos selecionados sejam removidos do sistema de mensagens Swift. Isso garantirá que esses bancos sejam desconectados do sistema financeiro internacional, prejudicando sua capacidade de operar globalmente”, afirmou a presidenta da Comissão Europeia.

Restrições

A decisão conjunta também prevê restrições às operações do Banco Central da Rússia e sanções contra “pessoas e entidades que facilitam a guerra na Ucrânia”, como impedir que estas pessoas obtenham, dos países que apoiem a iniciativa, cidadania ou autorização para operar em seus sistemas financeiros.

“Também nos comprometemos a lançar, na próxima semana, uma força-tarefa transatlântica que garantirá a implementação efetiva de nossas sanções financeiras, identificando e congelando os ativos de indivíduos e empresas sancionados que existem em nossas jurisdições”, acrescentou von der Leyen, explicando que a iniciativa atingirá funcionários e membros da elite econômica russa aliados do Kremlin, bem como suas famílias, cujos bens disponíveis nos países que apoiem as medidas serão congelados.

“Também envolveremos outros governos e trabalharemos para identificar e interromper o movimento de ganhos ilícitos, negando a esses indivíduos a capacidade de ocultar seus ativos em jurisdições em todo o mundo”, garantiu a presidente da Comissão Europeia ao destacar que, desde a semana passada, vários países vêm se unindo para impor restrições comerciais e financeiras à Rússia, de forma a obrigar o governo de Putin a anunciar um cessar-fogo e deixar o território ucraniano.

Fonte: Agência Brasil - Poder360