A União Europeia vai financiar a compra e a entrega de armas para a Ucrânia. O país está sob ataque russo desde a última 5ª feira (24.fev.2022). A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, detalhou neste domingo (27.fev.2022) que será a 1ª vez que o bloco fará algo assim.
Disse também que a entidade vai intensificar as sanções já anunciadas contra a Rússia. No sábado (26.fev.2022), o país de Vladimir Putin foi banido da rede de pagamentos Swift, principal sistema de mensagens utilizado para transferências internacionais. A UE pretende paralisar os ativos do Banco Central da Rússia.
“Nós vamos banir a máquina de propaganda do Kremlin. A estatal Russia Today e o Sputnik, assim como todas as suas subsidiárias, não poderão mais espalhar suas mentiras, justificar a guerra de Putin e propagar a divisão”, disse Von der Leyen neste domingo durante pronunciamento em Bruxelas.
Belarus, aliada da Rússia, também será atingida pelas novas sanções, que“atingirão seus setores mais importantes”, segundo a chefe da Comissão Europeia. O país já sofre penalidades da UE devido à pressão migratória sobre a Polônia.
- Rússia alerta que sanções dos EUA podem “destruir” cooperação espacial
O chefe da agência espacial da Rússia diz que as novas sanções dos Estados Unidos têm o potencial de “destruir a cooperação” na Estação Espacial Internacional. Atualmente, existem quatro astronautas da Nasa, dois cosmonautas russos e um astronauta europeu vivendo e trabalhando a bordo do posto avançado em órbita.
Depois que o presidente Joe Biden anunciou novas sanções na quinta-feira (24) que “degradarão sua indústria aeroespacial (da Rússia), incluindo seu programa espacial”, o diretor-geral da Roscosmos, Dmitry Rogozin, disse no Twitter que a órbita e a localização da estação no espaço são controladas por motores russos.
“Se você bloquear a cooperação conosco, quem salvará a Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês) de uma órbita descontrolada e uma queda sobre os Estados Unidos ou… sobre a Europa?” disse Rogozin.
“Há também a possibilidade de uma estrutura de 500 toneladas cair sobre a Índia e a China. Você quer ameaçá-los com tal perspectiva? A ISS não sobrevoa a Rússia, portanto todos os riscos são seus. Você está pronto para eles?”.
Um porta-voz da Nasa disse à CNN que “continua trabalhando com todos os nossos parceiros internacionais, incluindo a State Space Corporation Roscosmos, para as operações seguras em andamento da Estação Espacial Internacional”.
“As novas medidas de controle de exportação continuarão a permitir a cooperação espacial civil EUA-Rússia. Nenhuma mudança está planejada para o apoio da agência para operações contínuas em órbita e estações terrestres”, continuou o porta-voz.
A ISS, que é uma colaboração entre os EUA, Rússia, Japão, Canadá e a Agência Espacial Europeia, é dividida em duas seções – o Segmento Orbital Russo e o Segmento Orbital dos Estados Unidos.
“O segmento russo não pode funcionar sem a eletricidade do lado americano, e o lado americano não pode funcionar sem os sistemas de propulsão que estão do lado russo”, disse o ex-astronauta da Nasa Garrett Reisman.
“Então você não pode fazer um divórcio amigável. Você não pode fazer um desacoplamento consciente”.
A Nasa não respondeu diretamente às observações de Rogozin, mas observa que a agência espacial dos Estados Unidos “continua trabalhando com a Roscosmos e nossos outros parceiros internacionais no Canadá, Europa e Japão para manter operações seguras e contínuas da ISS”.
Mas o primeiro-ministro britânico Boris Johnson questionou explicitamente o futuro da Estação Espacial Internacional enquanto falava no plenário da Câmara dos Comuns na quinta-feira.
“Tenho sido amplamente a favor da continuação da colaboração artística e científica”, disse Johnson. “Mas nas circunstâncias atuais, é difícil ver como mesmo isso pode continuar normalmente”.
Fonte: Poder360 - CNN Brasil